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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cristologia Alta

Cristologia alta

“Ao que perguntaram todos: Logo, tu és o Filho de Deus? Respondeu-lhes: Vós dizeis que eu sou”. (Luc 22:70)

        Hoje acordei e via na TV o programa no canal católico Rede Vida, chamado “Páginas difíceis da Bíblia”, onde se falava de cristologia alta, que se refere a estudo de títulos, nomes que são dados a Jesus, ou que ele mesmo se dá, que relacionam este a Deus, nos levando assim a Trindade. A cristologia baixa seria um modo de ligar Jesus a um profeta, mas não necessariamente a sua divindade.
            Na cristologia alta o principal nome ou título (ou mote) que Yeshuah ou Jesus se dá está em João e outros evangelistas, que é EU SOU. Isso ocorre várias vezes, como em frases: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida”, “Eu Sou a ressurreição” e assim por diante, nos levando a sarça ardente de Moisés, onde o Senhor disse “Eu Sou Aquele que Sou”, ou seja, ao próprio Deus. Já a cristologia baixa, poderíamos ver Jesus designado como Filho do Homem, O Profeta, Emanuel, Filho de Deus, Galileu, Nazareno e assim por diante.
            Esse Eu Sou nada mais é que mistério do Verbo, ou do Logos/Pneuma, ou Sopro, o que nos aproxima da presença do próprio Deus, e de Sua Palavra. Pois Deus se manifestava em coluna de fumaça, sarça ardente, nuvem, etc, através de Sua Voz, pois não era dado ao homem ve-Lo face a face. Logo Jesus nesse seu mote, que é nome iniciático, assim como o nome Yeshuah, nos mostra aquele que é o Homem-Deus, já sendo tema dedicado de Martinistas, entre Willermoz, Saint Martin e Böehme. Nos leva assim a cristologia alta a uma mística, onde superamos o homem carnal Jesus, sem negá-lo, e assim adentramos na esfera do espírito que vivifica, em níveis superiores de hermenêutica.  
            Também nos leva a relação com o Espírito (Santo), com pneuma. Assim a Trindade pode nos revelar a lei do triângulo, já presente em outras visões sobre o divino, ao longo do mundo. O Jesus Cristo também nos leva a pensar na personalidade de Deus, como veem os hindus para o seu Krishna. A cristologia alta então faz do EU SOU uma personalidade de Deus, o próprio Deus, sem contudo negar que há distinção entre o Pai e o Filho. Vemos mesmo que o poder de cura e transformação é mesmo divino, e que o poder do Verbo é algo que supera a mera carnalidade, ligando-se muito a palavras de poder, e pensamentos, como demonstra o maçon Jorge Adoum em suas obras. E Martinistas veem Jesus como O Grande Arquiteto. Nesse passo, um místico Rosacruz chamado Vicente Velado  (criador do quadro acima retratado) diz que Cristo é regente do sistema solar, chamando-o de Cristus Rex. Por tudo isso, vemos que a tradição mesmo, e até o Credo Católico, que soma tradições orais a escritos evangélicos, afirma que Jesus se trata do homem-Deus, nos ratificando uma cristologia alta.