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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Papa da humildade


PAPA DA HUMILDADE E JUVENTUDE









Vemos na semana o novo Papa desembarcar no Brasil, trazendo consigo a tradição cristã e o clima europeu. Presenciamos assim neve e frio em grande parte do país. Mas o calor da fé supera tudo e a juventude tem um bom caminho a seguir. Na Jornada Mundial da Juventude, que ocorre no Rio, há um movimento muito positivo, sob vários pontos de vista. Por outro lado, sabemos por pesquisas que o Brasil é o quinto lugar no número de mortes de jovens. Jovens morrendo por vários fatores, pela criminalidade e por vícios. Sabemos que a falta de religião acarretou uma falta de norte ético, e isso implica em diversos atos perigosos à manutenção do equilíbrio social. Mas um Papa humilde, Jorge Mário Bergoglio, que tantas vezes lutou em favelas argentinas, acaba por trazer consigo uma nova esperança. Suas lições de simplicidade e fé são exemplo à juventude. E haja fôlego, ainda mais que o Papa possui apenas um pulmão. Na missa ele lembrou que se tem do cristão ser feliz, e dar esse testemunho de alegria.

O que está surpreendendo é o comportamento do Papa, pela simplicidade. Nega regalias,anda de ônibus, anda em carros simples e abertos, usa vestes sem ouro, nega usar apartamento que comportava 300 pessoas, defende uma maior ética em Roma, em especial com punições mais severas para pedofilia e reforma finanças. Vemos que a vida de certos jesuítas, bem como de franciscanos, se revela missão de grande renúncia do mundo pela fé. E ele é formado em química e estudou psicologia, o que revela ser uma pessoa de intelecto. O que agradou nos discursos do Papa Francisco foi que ele fala em Cristo, e evita a expressão Igreja Católica. Nem seria necessário, uma vez que a expressão significa “universal”, comportando a todos. E é de se admitir que sem a referida Igreja, não existiria cristianismo, pelo menos não na amplitude que existe. Seria no máximo uma pequena seita, e, em muito cooperou em seu crescimento, Constantino. Erros do passado ocorreram, mas isso acabou por resultar na contrarreforma, e numa obra ainda maior por parte de João Paulo II, onde se dialogou com outras igrejas cristãs. Vemos que tradições se mantêm, e que o nascimento do príncipe da Inglaterra ainda tem grande importância, sendo a Igreja um movimento que também carrega uma tradição a ser respeitada. Apesar que se deve abrir para todos os cristãos, sejam em que religião estejam inseridos.

As frases do Papa também ganharam fama, apesar que vemos em muito uma defesa antes da tradição, que de opinião inovadora. Contudo, se deve esperar grande empenho social e político do Bispo de Roma, haja vista suas desavenças com presidente da Argentina, e enfrentamento e diálogo com ditadura. Uma lição para a família atual é dizer que: “Crianças devem ser criadas por uma pai e uma mãe”, encontram além de moralismo, uma confirmação da psicologia. Também falar que “um cristão nunca está de férias” e “não trouxe nem ouro e nem prata”, revelam uma real missão cristã, além de meras buscas financeiras e comércio de milagres. A juventude deve ter mesmo uma certa compreensão da ética cristã, e independente da sua escolha no caminho, em muito colaboraria na redução dessa triste estatística de mortandade. Também compreender a fraternidade e exercer mais a caridade, não uma caridade esmoleira, mas um real auxílio das pessoas, seria herança existencial dada pela visita do Papa Francisco ao Brasil. E lembrou da esperança em Deus na missa de Aparecida, bem como diferença de ídolos como dinheiro e poder, que não dão isso, esse “algo” imaterial. Papa do povo. Um grande homem anda igual ao que é falsamente tido por pequeno.





Mariano Soltys, escritor e advogado

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ciro, arqueologia e o Messianismo



Ciro, arqueologia e o Messianismo


“Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão; eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro”. (Isa. 45:1)
“Que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será lançado” (Isa. 44:28).
“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo suba, e o Senhor seu Deus seja com ele. (Torá, II Cro. 36:23)

       No livro de Isaías vemos a referência e esse iluminado que venceu o poder de Babilônia, que havia dominado anteriormente Judá. Esse rei da Pérsia aparentemente em uma hermenêutica é muito mais que o mero sujeito que viveu ao seu tempo, sendo que a compreensão é muito mais que histórica e moral. Apesar da existência do “Cilindro de Ciro”, tesouro de arqueologia bíblica, onde se fala dessa conquista. Fato é que se revela grande saber na arte da guerra, e por consequência,. Na libertação do povo judeu do jugo babilônico.
Mas o messianismo judeu já é de longa data uma referência de elevada hermenêutica ou interpretação das Escrituras. Vemos que com o cristianismo se dobrou o livro de Isaías para ver em todas as referências a pessoa de Jesus Cristo, quando em muitas vezes falava mais em Ciro, ou em Emmanuel, que era também outro homem. Apesar que isso nada modifica, porque Cristo é mais que um homem, sendo Homem-Deus. Já nos escritos de Saint Martin e Jacob Böehme vemos bem a dimensão divina do Salvador. Assim o Cristo pode estar junto a rei Ciro, como a qualquer rei onde se faça um com o Pai, ou com Jeová (IHVH). O que revela uma universalidade do messias, é que Ciro é um gentio. Desta forma, vemos que o “povo escolhido” também é democrático, e que em Jesus isso se ampliaria, com auxílio de seu tutor João (o filósofo), bem como em Pedro, Bartolomeu, Mateus, Paulo e outros que nem sempre eram circuncidados. Jesus sendo um cabalista (da ordem de Melquizedeque  e essênio), abria a outras nações a salvação. Unger fala que Ciro é modelo de messias. E Ciro estava profetizado em várias passagens, e teve importância para Jerusalém e o templo, conforme Josefo. Fala que o templo de Jerusalém lá era dedicado ao culto ao Sol. 



Mas Ciro, sendo herdeiro desse reino de Nabucodonosor, também é suspeito. Também há a coincidência de vários povos terem cultos parecidos ao de Israel, como a dualidade entre um deus bom e outro inimigo, as leis morais (como não matar, roubar, etc, conforme Livro dos Mortos), mesmo pelo zoroastrismo e certos nomes. Babilônia não significa como apenas alguns veem, confusão, terra de pecado e perdição, mas “cidade de Deus”, e no mais extremo, portal para o Sol. Em apocalipse vemos uma analogia com a prostituta ali descrita, montada na Besta, o que tem bem esse conjunto de significados. Escavações de Laquis, os manuscritos do Mar Morto, escavações em Ras Shanra, cerâmicas descobertas, escritos cuneiformes, poliedro de Senaqueribe, pedras escritas em alfabeto aparentemente semítico, e uma série de descobertas estão revelando fatos históricos que complementam as Escrituras.
 Quando em crônicas se diz que a Ciro, Deus deu todos os reinos da terra, nos leva mais a pensar em Satanás, do que em Jesus. Porém a consciência messiânica acabará por governar todas as coisas, pelo reino de amor, perdão, e uma fraternidade real. Isso vem aos poucos sendo semeado por diversas pessoas que encontram Deus, em Deus do seu coração. Assim Ciro estava com Cristo em seu coração, pois cumpria com a missão de libertar um povo, e bem como de abrir caminho para o ministério de Jesus. Ciro II é importante para a reconstrução do templo, bem como com auxílio do general Dario. Especial é Deus usar de quem não é esperado para a Sua obra. Vimos também nos evangelhos apócrifos, descobertos e que vêm com a arqueologia no geral revelando coisas, que existe sintonia dos povos, e que o “braço” de Deus está por todos o universo. Mesmo Ciro prefigurando Cristo, não foi o ideal de Isaias, e o Mashiah (Messias) teria de assim ser alguém de uma obra mais espiritual. Outros escritos, como o Zohar, veem em muito uma semelhança do Messias com o Anjo da Face, Metatron.
Assim vemos que a consciência messiânica, e Cristo mesmo há de governar as nações, não por uma figura histórica, mas pela presença de seu Espírito Santo em todos aqueles que buscam a salvação espiritual. E Ciro em muito revela um ungido, abençoado a abrir a porta para esse caminho, justamente em Babilônia (o portal, cidade de Deus etc), com o desvio do rio Eufrates e a embriagues dos inimigos em seu auxílio.

Fontes

Manual Bíblico Unger, p 265
A Bíblia disse a verdade, Charles Marston
Revista Despertai, mai 2013
Torá (versão e book ms reader)
Bíblia (versão Almeida)
Coletânea de teologia João Wesley
Arqueologia bíblica para crentes, John Argubright
Geografia e arqueologia bíblica, CETEBRAE
Zohar (versão ebook)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Interpretação referente aos animais na Bíblia

Interpretação referente aos animais na Bíblia
 
      “Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico: se a fizer de gado vacum, seja macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do Senhor; porá a mão sobre a cabeça da sua oferta e a imolará à porta da tenda da revelação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor”. (Lev. 3:1-2)
“E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.” (Gên 1:20)
“Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na arca; soltou um corvo que, saindo, ia e voltava até que as águas se secaram de sobre a terra. (Gên 8:6-7)
“Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele (Mat. 3:16)
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29)

      Os animais presentes na Bíblia são sinais de uma grande sabedoria. Sua presença vai muito além de descrições de fábulas de povos primitivos e cultura de pastoreio. Também vai muito além da descrição de costumes hebreus. Também quando se refere ao sacrifício animal, segundo alguns sábios de Israel, significa que o sacrifício é do animal que está dentro do homem, e não fora, se referindo a sua “alma animalesca” (sefer hará), onde estão as qlifot ou demônios, que se manifestam pela treva, vícios e coisas que afastam da luz do Criador. Mas a simbologia vai ainda mais além, sendo mais uma forma de alegoria astronômica e angelologia.

      Muito da chave de interpretações desses animais sob ponto de vista místico está na cabala, mais especificamente no seu livro principal, o Zohar, que é um vasto comentário sobre a Torá ou Antigo Testamento da Bíblia. Lá se dedica muito ao livro do Bereshit (Gênesis), e já no presente se trata os animais como “seres viventes”, que é uma referência clara aos anjos. Quando se fala em aves do céu no versículo vinte do primeiro capítulo, em verdade se fala em anjos, e não pássaros ou aves. Também em outras passagens referentes a animais, ou “viventes”, a interpretação é anjos. Esses anjos são os mesmos que “puxam” o carro de Deus descrito em Ezequiel (Merkabah), que são bois, ou melhor, querubs (querubins) ou esfinges. O arcano do carro mostra essa dimensão. E os mesmos que guardam a entrada do Éden. Estão assim no firmamento porque são estrelas, astros e corpos celestes, e têm influência direta em nossa realidade por sua energia, sendo assim os 12 animais do zodíaco, ou constelações da astronomia antiga. Daí que as 12 tribos de Israel é uma referência a todos os povos da Terra e do universo, não apenas a uma raça ou povo. A serpente é uma referência a constelação de escorpião (povos do oriente viam a semelhança da constelação com forma de serpente...), sendo uma influência negativa do céu, logo ligada ao mal e ao adversário.
      Por outro lado, em relação a Noé, quando vem aquele corvo, fica clara uma alegoria astronômica com Saturno, ou aquele que se relaciona a morte, barreira (Shatan) e toda a simbologia que envolve o anjo ou deus do tempo. Povos antigos o chamavam de Cronus. Saturno é um planeta ligado a capricórnio ou o “bode”, assim a Satã (que foi representado com chifres e tem características de dificultar a vida do cristão...). Assim percebemos que o fim de um tempo ou era anunciava um novo tempo, de mais justiça e equilíbrio. Noé segundo o livro de Enoque era um filho de “gigante”, e esses gigantes não eram outros que os anjos que tiveram filhos com as mulheres humanas. Então o corvo é apenas uma barreira momentânea que vem antes da grande conquista. Antes da bênção acaba vindo um deserto. O dilúvio é também universal, ocorrendo nas “águas” do firmamento, ou seja, no céu e nos astros. O perigo de extinção não era apenas da Terra, mas do universo todo.
      Nesse sentido estão a pomba do Espírito Santo e o cordeiro de Deus, ou Cristo. No cristianismo primitivo não existia a figura de um homem pregado numa cruz, mas sim a de um cordeiro. Assim vemos uma analogia com o que os antigos tinham na astronomia como Áries, sendo que esse símbolo era do Sol crucificado em Áries, por isso da páscoa em março. A pomba do Espírito Santo é muitas vezes entendida como meramente paz, porém o animal desde todos os tempos antigos foi uma referência a Vênus, que rege em grande parte o sentimento do amor. João disse que Deus é amor. Então Jesus foi batizado nesse aspecto, e o fogo do batismo do Espírito Santo pode ser a chama do fênix, que era uma ave lendária que ressuscitava.

      Assim vemos que os animais presentes na Bíblia representam grandes verdades, e que sob aspecto místico nos revelam segredos elevados, como características de anjos, que ainda se relacionavam aos planetas e estrelas do céu. Assim por traz da simbologia mora um aspecto bem profundo e geralmente não interpretado, vendo aspectos biológicos e históricos, em um livro que era escrito em um tempo em que a visão mais importante era a espiritual, mesmo que por uma linguagem simples e pastoreia. E os sábios sempre observaram isso do modo que vemos no Zohar, sendo que guarda a Bíblia grandes verdades para todos os tempos.