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terça-feira, 16 de abril de 2013

Bíblia e Alcorão

Bíblia e Alcorão



                Deus é justo e misericordioso. Ao crente Ele reservará o Paraíso, enquanto que ao incrédulo ele reserva o Geena ou Inferno, onde haverá fogo ou água fervente para beber. Isso alguém dirá que está escrito na Bíblia, mas aqui lembrei de um livro pouco conhecido entre cristãos e ocidentais, que é o Alcorão. Mensagem de Deus revelada a Mohamed, pelo anjo Gabriel (ou Espírito Santo por ele). Há narrações bíblicas de Adão e Eva, José, Noé, Jesus, e especialmente Moisés e Abraão. Também, no Livro se tem a forma de superar erros de judeus e cristãos, descrenças, e assim reatar a aliança, buscando-se ser justo e crente em Deus ou Alá. Há um certo respeito também a esses povos do Livro, pois sustentam, o mesmo monoteísmo. Assim algumas citações do Alcorão devem ser lembradas, onde se fala inclusive de Jesus:

“E Deus é Quem envia os ventos, que movem as nuvens (que produzem chuva). Nós as impulsionamos até a uma terra árida e, mediante elas, reavivamo-la, depois de haver sido inerte; assim é a ressurreição!” (Alcorão, 35a Surata, Versículo 9)
Aqui nesse se vê a crença na ressurreição.
“As ossaduras secas (Ez 37:1-10) e a reconstrução do templo (Neemeias 1;12-20) e muitas outras lendas judaicas, referem-se não só a ressurreição do indivíduo, mas da nação.

“E ele será um Mensageiro para os israelitas,  (e lhes dirá); Apresento-vos um sinal de vosso Senhor: plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro, com beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressussitarei os mortos, com anuência de Deus, e vos revelarei o que consumis o que entesourais em vossa casas. Nisso há um sinal para vós, se sois fiéis”. (Alcorão, 3a Surata, versículo 49)
Aqui se confirma o evangelho apócrifo onde Jesus na infância traz vida a pássaros que molda do barro.

“E quando os anjos disseram: Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus” (Alcorão, 3a Surata,  Versículo 45)
Aqui falando sobre Jesus, que entendem como justo profeta.

“E de quando os discípulos disseram: Ó Jesus, filho de Maria, poderá o teu Senhor fazer-nos descer do céu uma mesa servida? Disseste: Temei a Deus, se sois fiéis!
E disse Deus: Fá-la-ei descer; porém, qem de vós, depois disso, continuar descrendo, saiba que o castigarei tão severamente como jamais castiguei ninguém na humanidade”. (Alcorão,  5a Surata, Versículos 112-115)

“Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos” (Alcorão, 3a Surata,  Versículo 46)
Aqui também uma relação com evangelho apócrifo, onde Jesus teria falado desde bebê.

Vemos ao longo do Alcorão uma grande lembrança entusiasta de eventos vividos por profetas, por Noé, por Moisés superando perseguição de Egípcios, bem como regras mais práticas, como a respeito do divórcio. Então o Alcorão não apenas tem regras severas contra mulheres, mas também algumas realistas, como essa do divórcio:

“Ele foi quem criou os humanos da água, aproximando-os, através da linhagem e do casamento” (25ª Surata, verso 54).

“A reconciliação é recomendada, mas se eles realmente optam pela separação, é injusto mantê-los ligados indefinidamente. O divórcio é o único expediente justo e equitativo, embora, como o mensageiro declarou, de todas as coisas permitidas, o divórcio seja a coisa mais odiosa aos olhos de Deus” (114ª Surata, verso 96).

E sobre isso, apesar de muitos ocidentais pensarem em poligamia, e muitas esposas, o costume islâmico mais atual é de se ter uma esposa apenas. E segundo ele o casamento é metade da religião.  

Há também um misticismo islâmico, que se chama sufismo, com grandes lições. Sufi significa lã, e por os seus se vestirem assim, forma de tal modo chamados. Além de preces, invocações e meditações, os místicos sufis têm uma dança especial. A doutrina sufi parece uma gnose islâmica. Assim pensamento elevado e cheio de espiritualidade, distante de meras regras de costumes, que fizeram alguns se afastarem da religião. E uma conciliação entre sunitas e xiitas. Mas de todo o modo, vemos que a Bíblia não se afasta do Alcorão, e que apenas são culturas diferentes, porém com mesmo Deus. Fato é que já São Francisco a seu tempo foi contra cruzadas contra muçulmanos e disse que devemos muito amar esses nossos irmãos. Um dito sufi diz: “Não ataques nem judeus, nem cristãos, nem muçulmanos, mas golpeia a tua própria alma e não cesse de golpeá-la até que ela morra” (Xeque Darqawi).  

terça-feira, 2 de abril de 2013

A mística na Bíblia segundo Swedenborg

A mística na Bíblia segundo Swedenborg


          Swedenborg foi o primeiro médium da idade moderna, ficando famoso por prever um incêndio que ocorreria a 400 km de onde estava. Também sabia 8 idiomas e era contra a leitura literal da Bíblia, o que eu também tentei fazer nesse site que agora divulgo presente artigo. Ele acreditava que a salvação do homem não vinha por reencarnação, mas sim por regeneração, e que Jesus Cristo é Deus. E para a regeneração é necessário o intelecto. E sua doutrina está em sintonia com o Verbo, aparentando espécie de cabala. Afirma que conviveu e dialogou com espíritos, e os diferencia dos anjos.
        Obre interessante desse autor é Arcana Cælestia, onde comenta o texto do Gênesis. No livro que pesquisei, há também o Apocalipsis Revelata, onde comenta o livro da Revelação. Fato é que sua hermenêutica gira em torno do Verbo e da regeneração do homem, pelo que ensinou Cristo. Também o que interessa pra ele é a Igreja Nova, em contraste a Igreja Antiga, o que seria simbolizado pela Nova Jerusalém.
        Sobre o Apocalipse, Swedenborg é claro que nada tem a ver com coisas e governos do mundo, mas se refere ao céu e assuntos espirituais. Então contrasta bem com doutrinas que vemos divulgadas em igrejas norteamericanas e mesmo com linha protestante, apesar do autor ser praticamente uma grande influência junto com Lutero, para essa linha. Para ele as Bestas não são mais que doutrinas mal interpretadas do cristianismo, como as heresias e mesmo seitas. A simbologia toda gira em torno da velha Igreja e da nova, e do homem pecador e do regenerado. Seria o que martinistas chamam de o Novo Homem. Então, após a queda o homem estaria salvo pela Igreja de Cristo. O dragão é a Igreja anterior a Cristo.
        Já no que se refere ao Gênesis, fica claro que o autor entende os 6 dias da Criação como uma regeneração do homem pelo Novo Adão, que é Jesus, e assim o homem não atingiu ainda esses seis graus de seu desenvolvimento. Os segredos do desenvolvimento seriam o amor, a fé e a caridade. De certo modo traduz bem o modus operandi cristão. A diferença de espíritos e anjos, é que espíritos fazem a comunicação com mundo espiritual, e anjos fazem a comunicação com o céu. E anjos seguem quase que exclusivamente a vontade de Deus, através de suas leis.
        Cabe por fim observar que esse místico, teólogo, cientista e inventor, isso sem falar em seus cargos acadêmicos, foi grande expoente do pensamento e que por algum esquecimento não é trazido com tanta relevância à história. Lutero ficou com todo o mérito. Livre pensador e místico da experiência, se diferencia de meros interpretadores da Bíblia, uma vez que tinha contato com espíritos e anjos, isso sem falar na cultura de sua época, muito mais voltada para a espiritualidade que a atual. Sua hermenêutica deve ser lembrada, e parece que em muito influiu no pensamento cristão, seja de linha protestante, ou até mesmo diversas outras.