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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Adão criado com duas faces, Eva formada a partir do rabo e Jó astrólogo, de acordo com o Talmud


Adão criado com duas faces, Eva formada a partir do rabo e Jó astrólogo, de acordo com o Talmud





“e do rabo que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem”. (Gênesis 2:22)

“e da face que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem”. (Gênesis 2:22)

“Trás e frente Tu me moldaste” (Salmo 139:5)

“o que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as recâmaras do sul” (Jó 9:9)

“Podes atar as cadeias das Plêiades, ou soltar os atilhos do Oriom?” (Jó 38:31)




              Quando folheamos um livro da envergadura do Talmud, percebemos que a Bíblia guarda ainda mais mistérios e segredos que antes imaginávamos. Longe de se afastar das ciências antigas, ela as contempla, dialogando com diversos saberes da humanidade, mostrando que Hashem (O Nome/Deus) sabe mais. Meu amigo filósofo, Cléverson Israel Minikovsky já falou que a Bíblia deveria ser publicada com todos os escritos que a acompanham, como literatura judaica e os apócrifos, mas que as religiões continuam limitando nosso conhecimento. Mas aqui vou ampliar as informações sobre Adão, o primeiro homem, e curiosidades mais.
              Lê-se no Talmud: “O Santo, bendito Ele, criou duas faces no primeiro homem (Adám), (uma masculina e outra feminina. Uma delas foi retirada mais tarde para formar a primeira mulher, Chava)” Berashot, 9, 61A. Assim o Adão era andrógino, e tinha ainda dois rostos. Já falei em meus livros, como em “Bíblia e Misticismo”, sobre essa androginia do Adão. Mas a novidade foi ele ter dois rostos, ser parecido com Jano da mitologia, e ainda a face de Eva estar voltada para trás. Essa face é mal traduzida para costela, e já falei de ser também a esfera-sefira, de uma árvore da vida. O Salmo 139:5 confirma, ao dizer que foi moldado “frente e trás”, e assim não fala de um homem comum, pois seria pleonasmo ou repetitivo o fazer. Não precisamos lembrar que a primeira mulher se chamava Chava, e que depois se fala em Aisha. Mas outra versão que impressiona é ela ser criada do “rabo” de Adão, e assim poderíamos voltar a pensar em uma teoria antropológica, em um homem primitivo, já pensado por sábios hebreus.
 
 
 
             Sobre Jó eu já havia falado, mas sem ter a prova do meu argumento. Mas agora tenho no Talmud a prova, e assim reflexões sobre Jó e Amós, a respeito de certas constelações e suas influências, em ciência astronômica, ou melhor, astrológica. Então, a constelação de Kimá e de Kessil, uma quente e outra fria, ou melhor, uma aqueceria o ânimo humano e outra esfriaria. Se fala assim dessa constelação fazendo parte de Áries, ou Ram, e com o designativo de escorpião (não confundir com o signo), sendo ainda Kimá na influência no inverno. É também a essa estrela que se refere Daniel, Kimá, ao falar na “Corrente de Fogo” (Dan. 7:10). Enfim, “as estrelas são usadas por Hashem para dirigir eventos desse mundo”, conforme nota 999 e Biorei Hagrá.
 
 
            Para tanto, percebemos que na Bíblia há diversos saberes e ciências, e que sua sabedoria reflete a sabedoria de Deus. Assim já vimos nela fisionomia, astrologia, antropologia, ciência política, interpretação de sonhos e tantos outros saberes. Percebemos e lembramos do “Livro de Enoc”, este presente ainda em versões da Bíblia como a Vulgata, ou mesmo a da Igreja Ortodoxa da Etiópia, que os anjos ensinaram ciências aos homens, além de agricultura, mas ciências avançadas, que decifram a natureza das coisas, verdadeira mística. Fatos como conhecer os astros, ou saber que a Criação do homem primitivo revelava um ser com composição curiosa e diferente, nos faz pensar cada vez mais com seriedade em relação a esse livro sagrado a que chamamos Bíblia ou Tanach, não nos esquecendo da tradição oral que a acompanha.










domingo, 7 de setembro de 2014

Moisés fisiognomista, a Lei entregue sob o signo de Gêmeos e o Messias que julgará pelo cheiro


Moisés fisiognomista, a Lei entregue sob o signo de Gêmeos e o Messias que julgará pelo cheiro



No terceiro mês depois que os filhos de Israel haviam saído da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai”. (Exo. 19:1)

e escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez”. (Exo. 18:25)

Cumpridos que foram os dias para ela dar à luz, eis que havia gêmeos no seu ventre” Gen. 25:24

E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos” (Isa. 11:3)




Lendo o Zohar, que ém um comentário místico sobre a Bíblia ou Torá, vi que vários mistérios são revelados. Em primeiro lugar, percebi que existiam os conhecimentos de ciências antigas, e que mesmo Moisés e outros sábios os conheciam, conhecimentos como a fisiognomia (leitura de rosto) e mesmo a interpretação de sinais do corpo de acordo com as estrelas. Possivelmente tais conhecimentos provinham de Egito e Babilônia, e assim o povo hebreu não estava segregado desse saber. Também a Torá foi dada sob o signo de Gêmeos. Esses e outros temas abordarei aqui.

Como já falamos, a leitura de rosto se baseia em sinais ou influências das estralas no corpo da pessoa. Moisés conhecia essa leitura e assim escolheu seus soldados, conforme citado do livro de Êxodo. Escolheu sob a inspiração do Espírito Santo, mas também com conhecimento de leitura corporal e de rosto, assim não escolhendo alguém pouco eficiente. E escolher para a liderança é ainda mais complicado, exigindo pessoas de caráter superior, não sujeitos a serem influenciados ou medrosos, uma vez que o chefe comanda e passa a confiança a seus subordinados.
 

Outro detalhe é que a Torá foi dada sob o signo astrológico, ou sob a constelação de Gêmeos, no mês de Sivan, e isso nos leva a pensar em gêmeos Esaú e Jacó, que tanta importância tiveram na origem do povo escolhido, e ainda mostraram diferentes virtudes e características, sendo um Yin e outro Yang, um masculino e outro feminino. Isso nos leva ao Nome do Eterno, IHVH, que tem o yod masculino e o hei feminino, com outras letras que o formam. Esse terceiro mês é do domínio do Chefe Celestial Uriel, chamado também Arcanjo, que tem consigo 365 miríades e que têm estes 365 chaves de luz. Uriel é assim a cabeça dos anjos. Por isso a Torá também é gêmea, ou seja, existe a Tora Escrita e a Torá Oral.
 

E sobre o Messias se fala que ele não julgará nem pelos olhos, nem pelos ouvidos. Assim no Zohar se falou que ele julgará pelo cheiro. Podemos pensar já em sentidos místicos, como clarividência e mesmo a fisiognomia a que falamos. Para ele nada estaria oculto, por certo. Assim se verá quem são os Justos e os bem-aventurados para o Mundo Vindouro. Por tudo isso, sabemos que a ciência antiga supria a necessidade e que homens sábios sempre conheceram mais, não estando tudo no sentido do milagre, mas muita coisa sendo parte de uma Tradição. A Bíblia tem mais expressões místicas e passagens que devem ser vistas sobre 4 níveis, e assim superando a mera visão literal e mesmo apenas moral.









quinta-feira, 4 de setembro de 2014

José, a interpretação de sonhos e a função dos sonhos


José, a interpretação de sonhos e a função dos sonhos



“Ora, tiveram ambos um sonho, cada um seu sonho na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam presos no cárcere: Quando José veio a eles pela manhã, viu que estavam perturbados. (...)Tivemos um sonho e ninguém há que o interprete. Pelo que lhes disse José: Porventura não pertencem a Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos”. (Gen. 40:5)


“Passados dois anos inteiros, Faraó sonhou que estava em pé junto ao rio Nilo; e eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no carriçal. Após elas subiam do rio outras sete vacas, feias à vista e magras de carne; e paravam junto às outras vacas à beira do Nilo. E as vacas feias à vista e magras de carne devoravam as sete formosas à vista e gordas”. (Gên. 41)


“Ouvi, peço-vos, este sonho que tive: Estávamos nós atando molhos no campo, e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho” (Gen. 37:6)

“E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;

ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mat. 1:20)



Vemos através da Bíblia que os sonhos tomam grande importância. Geralmente se ligam a faculdade mística da profecia. Tanto o José egípcio, quando o José que seria esposo de Maria, ambos tiveram grandes revelações por sonhos. Claro que o sonho relativo ao padeiro-mor, bem como em relação ao Faraó, tiveram mais algo a ver com o Egito, e com aquele exílio (galut) que seria um de muitos. Mas nem sempre os sonhos têm essa função espiritual, ou mesmo profética.
 
 

Segundo Maimônides, os sonhos podem ser falsos, ou proféticos. Já a Torá Or fala que os sonhos vêm da faculdade da alma de gerar fantasias. Já o Talmud (Berachot 1: 10B) diz que os sonhos muitas vezes não trazem a verdade. Existem dois tipos de profecias em sonhos: as que são trazidas por anjos e as que são trazidas por shedim (demônios). Assim se deve pedir a Deus e não confiar cegamente nos sonhos. Os sonhos podem ainda ser conseqüência do exílio, como lembra o Likutei Sihot. Porque o universo criado constitui uma pequena peça. Tudo está sujeito a Providência Divina. São poucos talvez os sonhos que se revelem legítimo serviço a Deus (avodá), talvez muitos deles nos ligando mais ao corpo, que a objetivos espirituais. Os sonhos são duvidosos porque permitem coexistência de situações contraditórias.

Todo o serviço a Deus no exílio é similar ao sonho. E todos os exílios são do Egito. Já falamos que o Egito é o ego, e o materialismo que afasta de Deus. E segundo o Zohar o sonho segue a interpretação. Por isso deve ser cuidadoso ao interpretar sonhos. Não raro já fui consultado por amigos, ou mesmo para tirar a curiosidade em relação a sonhos. Vejo que muitos símbolos são invertidos (como porco significar dinheiro, morte significar nova vida etc), e assim consigo satisfazer alguma interpretação. Mas José ao seu tempo tinha a cabeça a prêmio, e interpretar sonho de Faraó foi um grande fator de risco.
 

Vemos que sob aspecto místico existem sonhos que podem fazer uso da alma, outros da alma animalesca, e assim ter funções bem diferentes. Tivemos em Freud um expoente nesse sentido de interpretar, bem como Jung, de modo que os aspectos psicológicos são desvelados por sonhos. Mas muitas pessoas não lembram. Fato é que na Bíblia o contato com Deus se dá muitas vezes por sonhos, e todos os profetas assim o fizeram, com exceção de Moisés (Moshe), que teve um contato direto. Por fim, devemos saber que nosso anjo se comunica em sonhos, e que muitos sinais são dados por esse meio. A intuição leva a compreender esse canal de comunicação. E a Bíblia nos mostra a importância que foi interpretar um sonho para se reconhecer o messias (Machiach), quando do sonho de José.