A
vaidade das vaidades segundo a cabalá
“Vaidade de vaidades,
diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. (Ecle. 1:2)
“Disse eu a mim
mesmo: Ora vem, eu te provarei com a alegria; portanto goza o prazer;
mas eis que também isso era vaidade”. (Ecle 2:1)
“Assim
me engrandeci, e me tornei mais rico do que todos os que houve antes
de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria”.
“Então olhei eu para todas as obras que as minhas mãos haviam
feito, como também para o trabalho que eu aplicara em fazê-las; e
eis que tudo era vaidade e desejo vão, e proveito nenhum havia
debaixo do sol”. (Ecle 2: 9;11)
“Porque ao homem que
lhe agrada, Deus dá sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao
pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dá-lo
àquele que agrada a Deus: Também isso é vaidade e desejo vão. (
Ecle. 2:26)
Em
meus livros sempre falo dos problemas de tradução da Bíblia e aqui
passarei a tratar do tema da vaidade, mas agora sob ponto de vista
cabalístico, conforme ensinamento de Michael Laitman. O rei Salomão
aqui se expressou em diversos momentos, mas a tradução parece não
ser o termo que entendemos na linguagem corriqueira. Falamos já em
diversos artigos das palavras hebraicas, as quais muitas vezes podem
ser alteradas nas vogais, e por consequência, no significado das
palavras. Assim usar uma tradução como regra estrita pode ser
perigoso, ainda mais no termo vaidade, a que aqui foi mal traduzido.
Isso sem falar nas diversas lições dos sábios, a que nas dezenas
de volumes do Talmude, Mishna e Midrash se pode encontrar, com
relação a significados variados do texto. Mas aqui vamos a cabalá.
Parece
que Salomão traça uma série de conquistas do mundo, como dinheiro,
fama, reinos, conquistas, mulheres etc, de modo que depois se refere
a vaidade. De certo modo, o que ele se refere, se trata de algo
relacionado apenas ao egoísmo, e assim ao que cabalistas chamam de
desejo de receber. Isso ocorre até que se busque o sentido de se
questionar sobre o sentido da vida, e assim a buscar o Criador. Esse
passo inicial se chama ponto no coração, e isso leva a se buscar a
coletividade de pontos de coração, de modo a se entender a regra de
amar o próximo como a si mesmo. Logo todas essas conquistas citadas
por Salomão foram relacionadas a vaidade, mas é justamente essa a
essência do homem, e de tal modo não se trata bem do termo. Fato é
que o termo é justamente o oposto, como em seguida se explica. Pois
agradar a Deus não é vaidade, como se fala em capítulo 2,
versículo 26.
Ensina
o cabalista Laitman que a expressão “vaidade das vaidades” é um
erro de tradução da expressão hebraica, “hevel
hevelim”, provando que é impossível ler a
Torá na tradução. E hevel a-peh
é um sopro, e assim passa por cinco parte da boca e se expressa nos
cinco tipos de sons, e assim se refere a palavra, pois “a palavra
de Deus criou tudo”. Mas na cabalá hevel
significa ohr hozer,
luz de retorno, e isso se refere quando a pessoa não mais quer
receber a luz com egoísmo, e assim para se assemelhar ao Criador.
Assim o que vem do mundo nesse sentido é hevel,
e isso não é vaidade, mas algo muito sério, justamente o oposto a
isso. Isso ocorre por um processo que a pessoas faz, chamado
restrição, e ainda por outro, chamado tela, que é explicada na
ciência da cabalá, em determinado método. Assim tudo é percebido
pela luz de retorno, conforme termo semelhante ao explicado. E o
resto é considerado como nosso mundo, e alheio a Ele, de modo que a
Torá se refere a coisas do mundo espiritual, e não desse mundo,
sendo indiferente o que se cita ali em Eclesiastes, como dinheiro,
concubinas etc. Essa a linguagem de ramos e de raízes, também
tratada no ensino de cabalá.
Fontes
Programa
KabTV de 25/01/2016, com Michael Laitman
Bíblia
Sagrada, versão Almeida em e-book microsoft reader
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