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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

ABRAÃO E ALIANÇAS COM POVOS, DEUSES E LUTAS DE PASTORES POR DIREITOS


ABRAÃO E ALIANÇAS COM POVOS, DEUSES E LUTAS DE PASTORES POR DIREITOS






“Melquisedec, rei de Salém e sacerdote de El Elion, levou pão e vinho, abençoou Abrão, dizendo: Seja Abrão abençoado por El Elion, criador do céu e da terra, e bendito seja El Elion, que lhe entregou nas mãos os inimigos” (Gên. 14:18-20) Nova Bíblia Pastoral

 

“abençoado seja Deus Altíssimo” (idem) João Ferreira de Almeida e Bíblia Hebraica

 

“Abraão respondeu: (…) Quando os deuses me fizeram andar errante” (Gên. 20:13) Nova Bíblia Pastoral



“Deus me fez peregrinar” Bíblia Hebraica “fazendo-me Deus sair errante da casa de meu pai” (idem) Almeida

 

“Abraão plantou uma tamareira em Bersabeia e invocou aí o nome de Javé El Olam”. (Gên. 21:33)



“invocou o nome do Senhor, Deus eterno” (idem) Almeida






O patriarca Abraão representa por certo mais que um homem, assim como os seus descendentes, e muito mais, mostram a realidade das lutas de pastores em face de poderes, e de toda a sorte de dificuldades. Israel e Judá e sua unificação, deuses de poços de água, fenícios e mesmo o El de Canaã estão sempre presentes, adaptados a um Deus único, Jeová/Javé, que englobava as características desses deuses protetores de pastores e e da fertilidade, terafins e até estranhos, como Moloc. A luta pelos direitos é clara quando se fala nos filhos e descendência, onde se coloca práticas muitas vezes de abuso e a luta por direitos desses errantes do deserto, usando de certa malandragem para se ver com prosperidade e na defesa do seu Deus.
 
 
 

Vemos das narrativas de gênesis uma série de lendas narrando a união com outros povos, a troca com árabes, origem de povos como egípcio, os negros e muito mais. Uma antropologia e mesmo até cosmogonia. Se coloca poligamia, casamento com duas irmãs, geração de filhos com escravas, e uma variedade de coisas que se literais, seriam tidas por imoralidades. O sentido verdadeiro é de analogia e simbólico. Na cultura do Oriente Médio, pareciam ser práticas comuns, mesmo assim, essas uniões matrimoniais diversificadas. A circuncisão, já praticada muito antes por outros povos, foi usada como marca da aliança com Deus. E a prosperidade e o poder eram o foco, a riqueza mesmo. Práticas como sacrifício humano, talvez herança de crença em baal ou Moloc, foram combatidas na lenda de Isaac, que traria a mudança desses costumes. Não que antes não existissem.
 
 

Vemos que Dake comenta sobre o El Olam de capítulo 21 de Gênesis, bem como da palavra referente a deuses, de capítulo 20, falando que se tratava da doutrina da Trindade. Argumento que até serve para cristãos, mas não acredito que seria verdadeiro a um judeu. De Olam fala que é o que expressa de Eterno em Deus, mas não fala o porquê de se chamar o mesmo Deus, único, com nomes diferentes e características diversas. Esse termo olam era indicado para firmar alianças, e se plantava a tamareira em favor disso, sendo possivelmente um costume da região, e essa divindade relacionada ao fato. Depois unificada em Javé. Já Matthew Henry diz que Abraão não faz nisso uma prática constante, mas sim uma profissão aberta a sua religião. Fato é que houve adaptações, e que os pastores pareciam ter divindades para lhes proteger e que favorecessem em sua condição dificultosa, que muitas vezes os levava a migrar para cidades, onde sofriam ainda mais.
 
 

Fato é que mesmo com cristianismo, vemos que certas crenças foram unificadas, como de Mitra, de Osíris, de uma divindade aparente com peixe (antigo Johanes/Jonas), de carneiros, bem como de práticas essênias, e mesmo do zoroastrismo, como juízo final, pecado, etc. A fé foi se unificando e purificando, adaptando antigas formas de culto em novas. Deuses locais foram adaptados em santos, e tudo se pacificou dentro de uma cultura mais homogênea. Cristãos sofrendo com os romanos, e depois a conquista de direitos com Constantino, tudo se parece com aquela primeira busca de Abraão, ou do clã que ele representava. As tradições patriarcais e matriarcais, as diferenças e conflitos, como de Judá e Israel, são superados na paz e da crença de um só Deus. Em Cristo essas diferenças vão ainda mais sendo reduzidas, e muitos são incluídos no culto, povos e raças, homens e mulheres, judeus e não judeus. O direito do cristão é o de ter um bom pastor, e esse direito teve a busca lá em Abraão, agora completada na figura do Messias que é o pastor salvador.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Natal e seu sentido esotérico


Natal e seu sentido esotérico



Nos aproximamos mais uma vez das festividades e luzes de Natal, de um período de comemoração espiritual, e de solidariedade. Vemos a beleza de artesanatos, ruas enfeitadas e toda a alegria envolta nesse momento quase mágico. Temos dessa data a informação que nos dão a religião e a propaganda, através de um homem barbudo vestido de vermelho, com uma simbologia mágica e infantil. Mas o fator principal da data é o nascimento de Jesus, desse judeu que teria nascido na cidade de Belém, cumprindo uma profecia de 700 anos antes, relativa ao messias ou salvador. Seu nascimento foi incomum, e não se sabia do pai, estando José, após ter falado com anjo Gabriel, a assumir a responsabilidade, uma vez que Maria era virgem. Três magos visitaram com presentes, e a manjedoura era o local onde estava o recém-nascido, essa aparentemente de pedra com palha envolvendo. O Natal surge assim, comemorado por cristãos, e após a Igreja romana fixou uma data, que é muitas vezes contestada, haja vista não se observar o simbolismo místico do evento. E há ainda outros simbolismos, que as religiões também não nos revelam.



A começar essa data de 25 de Dezembro tem um mistério muito significativo. E o nascimento por virgem também, uma vez que todos os salvadores nascem de virgens. Já outros, como Krishna na Índia, Hórus no Egito, Hermes e tantos outros têm essa característica. Porque isso demonstra o mistério solar envolvido, e o Cristo assim não fugiria a regra. Também se adaptou por Constantino as datas de seu Deus, o Invicto, e que por fim deve ter ficado por tradição. O nascimento da virgem já era profetizado, então esse detalhe não estaria envolto de paganismo. Já a simbologia solar foge, uma vez que calendário judaico é lunar, e Jesus ainda era judeu, apesar de nas escrituras tentarem tirar essas características suas, gnósticas. Os gnósticos eram pequenos grupos, muito místicos, e sendo que alguns eram combatidos pelos mais ortodoxos, ficando excluídos em seus evangelhos, mas restando marcas suas mesmo na Bíblia, como no Apocalipse e Evangelho de João. Com a descoberta arqueológica de evangelhos perto do Egito, essas versões foram mais estudadas, e há grande semelhança ao que possuímos na Bíblia. Então o Natal envolve mais que o simples nascimento de Jesus físico.
 

O Natal envolve esse segredo solar, e vemos o nascimento de Cristo como proveniente desse significado cósmico, naquele Sol que em certo momento está em ângulo com constelação de Virgem, passa pela constelação de Peixes, cujo símbolo vemos em adesivos colados em carros, passa pela constelação de Cordeiro (Áries) e vence o sinistro inimigo, o bode (constelação de Capricórnio). Assim vemos todos esses símbolos refletidos no sacrifício anual, em que essa maravilha da Criação, o Sol, nos doa a vida. Recentemente presenciamos um filme sobre Noé, onde percebemos esse Cristo, nos salvando do mundo perdido, através do dilúvio do batismo. Nesse filme mostram Adão e Eva com suas vestes de luz, que teremos um dia de recuperar, sobrevivendo a morte e descobrindo o Reino de sabedoria e a ressurreição da vida eterna. Tudo isso nos foi herdado pela sabedoria gnóstica, de um pequeno grupo cristão excluído de estratégias políticas.
 
 
 

Vemos que mesmo com o Natal de São Nicolau, e de nosso Papai Noel, há ainda um sentimento de alegria, de solidariedade, e de uma luz maior que o comum. Essa iluminação purifica corações, e faz do nascimento do Cristo Interno a igreja verdadeira, aquela que nunca será destruída ou que se corromperá com idolatria. Ao mesmo tempo o Cristo Cósmico que vemos na eternidade, e que morre apenas simbolicamente, para nos deixar a vida eterna e a salvação. Esse Natal pode ser para sempre comemorado, sem medo de estar contrariando o Pai do Céu.