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sábado, 29 de junho de 2013

Bíblia e Mitologia

Bíblia e Mitologia

 

“Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo que caia o seu cavaleiro para trás. (Gên. 49:17)

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações!” (Isa. 14:12)

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mat. 1:23)


            Vemos quase sempre a referência a mitologias sob um enfoque frio e sem devida valorização da simbologia. Por outro lado, vemos a utilidade da mesma pela psicanálise, com explicação de comportamentos humanos. Também vemos que o conhecimento antigo de astronomia estava também nessas mitologias antigas. Porém percebemos que também na Bíblia há muito de herança dessas mitologias, e que um Heródoto, Ovídio e outros também tiveram sua parcela de inspiração pelo Espírito Santo. Não é necessária muita reflexão para se ver em vários personagens, como Prometeus, Démeter, Hércules e tantos outros, como semelhantes a aqueles que presenciamos na Bíblia. Não é difícil ver a semelhança entre Davi e Golias e Hércules, ou mesmo entre Lúcifer e o titã Prometeus e Pandora sendo Eva.         
         Desde que vi uma passagem em Gênesis com Jacó e seus doze filhos, já pude notar da alegoria astronômica e da sabedoria superior que isso revelava, muito além de mera história de família. Claro que também podemos ver as 12 tribos de Israel, mas não é forçoso pensar nas 12 constelações que eram conhecidas dos antigos. Corine Heline disse: “Mitologicamente, Sagitário se vê na esquina da corrente de estrelas que aponta, através de sua névoa de luz, a grande estrela vermelha Antares, que brilha no coração de Escorpião. Ovídio disse: 'O arqueiro aponta  escorpião com seu arco'. No Gênesis, 49:17, quando Jacó está bendizendo a seus doze filhos, diz com relação a Escorpião: Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo que caia o seu cavaleiro para trás.” (Mitologia e Bíblia). O cavalo e o cavaleiro se refere a sagitário, a essa constelação e a serpente se refere a escorpião. Assim a referência a serpente é muito o lado do ego que se afasta da luz do Criador, de modo a ser mal vista pelos hebreus. Porém também Cristo é prefigurado na serpente do posto, feita por Moisés para salvar os homens do veneno das víboras. Mas a referência principal é uma alegoria astronômica da Bíblia.

         Já Lúcifer foi citado por Isaías, ou pelo menos uma referência a estrela Vênus ou alguma assemelhada. Mas vemos nessa Lúcifer descrito pela tradição cristã como algo muito parecido ao Prometeus, o titã que teria roubado o fogo dos céus e dado ao homem, sendo mesmo o “criador” do homem. A bíblia ainda relaciona, ou alguns de seus intérpretes, com a serpente, o que nos leva a ideia de escorpião (no oriente a astrologia assim representa...), de modo que a analogia vai com o fruto proibido (fogo dos céus?) e com a árvore (sagrada?), de cujo se retira o fruto. O pecado seria dar o conhecimento ou distinção, de modo que o homem teria alguma parcela divina, o que não deveria ter, nesse ponto de vista. Em Isaías muitos falam que o mesmo se referia ao rei Ciro, pesar de que este tem papel positivo na libertação do povo hebreu, o que nos leva a certa reflexão. O símbolo porém atravessa várias religiões e mitologias, estando presente também na Bíblia. Lúcifer, o portador de luz, passou a ter assim significado negativo com a tradição, mas nem sempre foi assim. Corine Heline disse: “Prometeus o titã, criador da Humanidade, de acordo com o lado formal da natureza, é Lúcifer da lenda hebraica. Vulcano, como Prometeus, um deus de fogo, é outro caído e essa queda representa outra faceta de Lúcifer, brilhante como una gema. Vulcano era ferreiro, um trabalhador do metal, um construtor. Foi sua mão que confeccionou o palácio de Apolo (...) a amável forma de Pandora sobre o monte Olimpo, todas as belas e brilhantes moradas de deuses e deusas. Essas moradas que, em sua totalidade, constituem o universo visível” (Mitologia e Bíblia).  E “O caído Vulcano é Hiram Abif da lenda maçônica, que construiu o templo de Salomão (o sistema solar)” (idem).  Assim observamos que o construtor e o ferreiro ganham grande importância, uma vez que as artes de ofícios teriam sido ensinadas pelos anjos, e assim relata ainda o livro de Enoque. Ademais, as guerras dos céus e dos gigantes anuncia isso e daí vemos o dilúvio, que envolveu mais que meramente o pecado humano, porém algo que também se referia aos “gigantes” ou anjos.  E Cristo é o construtor ou carpinteiro central na obra do Universo.
         Vemos que há muita semelhança entre essas que vieram da mitologia e Maria, e que tudo sempre está anunciado a todas as nações. Não se deve por isso apenas julgar na dicotomia ídolos/Deus verdadeiro, uma vez que Deus está acima dos ídolos e esses tiveram ou têm utilidade. Contudo as grandes verdades estão presentes, e a mitologia não se afasta na mensagem do Evangelho, partilhando ambos do mesmo mistério.  Corine disse sobre Maria: “Astrea é a Virgem Celestial. A Virgem Mãe Terrenal é Ceres ou Deméter, e Virgo se identifica com ela e também com a egípcia Ísis. Os Sábios compreenderam que a suprema mãe de cada religião, la Madona o Virgem Mãe do Salvador do Mundo - Isis, Istar, Ceres, Mirra, Maria - foi instalada nos Mistérios da Virgem ou Ritos de  Madona, na hierarquia de Virgo. A ascensão de Maria demonstra esta consecução por ela”(idem).

Para tanto, sabemos que há uma verdade maior nisso tudo. Quando Annie Besant escreveu sua obra “Cristianismo esotérico”, donde dedica capítulo ao Cristo mítico, claro fica que existem várias dimensões além da histórica e moral nas escrituras, e que isso faz da Bíblia um livro que atravessa os tempos e que é tolerada e aceita por diferentes nações. Muitos céticos e mesmo ateus usam desse argumento para desvalorizar a Bíblia, mas se equivocam por não perceber a dimensão mística, que é aquela que perdura e sustenta algo maior que a religião social. A espiritualidade é muito maior do que entendem os cientistas ortodoxos, céticos e ateus. E tanto nos antigos mistérios, quanto no atual de Cristo, vemos que a verdade maior impera, e que isso não deve nunca ser visto apenas com racionalidade fria a calculista, mas se deve ver com a intuição maior, que requer a humildade de “lavar os pés” dos outros, antes de apenas julgar.  

sábado, 8 de junho de 2013

Jesus segundo tradições judaicas dos Talmudes


Jesus segundo tradições judaicas dos Talmudes, Mishna, Gemara, Tosephta, Toldoth e outras










Quase sempre o que sabemos a respeito de Jesus é o que está no novo Evangelho, e assim temos informações limitadas a respeito de sua vida. Progresso foi o encontro dos manuscritos do Mar Morto, apesar de que já havia algo judaico antes, no muitos comentários dos sábios judeus. Fora os ataques por motivo de competição dogmática e doutrinária, resta que alguns detalhes e fatos devem ser verdadeiros, a respeito do Jesus histórico, que muitas vezes é diferente do Jesus místico, presente em muitos fatos sobrenaturais e que envolvem mais fé que ciência. Fato é que lendo mesmo o Novo Evangelho, percebe-se que Jesus sabia muito mais que a simples Torá e Profetas, bem como simples escritos do Antigo Testamento, mas que era versado nesses estudos e comentários de sábios rabinos, como os Talmudes e outros escritos assemelhados. Parece que Jesus teve um tutor que lhe ensinou a tradição talmúdica.

Vemos que Jesus (Jeschu ben Pandera) teria nascido por essas tradições como filho ilegítimo de Mirian (Maria), de Joseph ben Pandera, um vizinho com que teria tido relacionamento, haja vista ser esposa de Jochanan, e este não estar em casa. Assim Jesus teria já aos 12 anos sido caluniado quanto a sua origem (chamado bastardo...) e assim discutiu conhecimentos talmúdicos com os doutores da Lei, em específico a distinção entre o que vem de Moisés e de Jetro, de quem é mais sábio entre eles e assim por diante. Maria/Mirian seria uma cabeleireira e sobre ela não muito é dito, mas que teve filho “em separação” de seu marido. Outros dizem que ela era um “mulher separada” quando teve Jesus. Bem diferente que uma mulher que teve filho ainda casta e de forma milagrosa. Mas o próprio Jesus desde criança falava que era o Messias e sua mãe era virgem quando o teve, mesmo nessas tradições judaicas.

Jesus era tratado como um feiticeiro pelos romanos, e mesmo muitos judeus de seu tempo o acusaram de tal arte oculta, haja vista as maravilhas que operava. Interessante é que essas curas e milagres não são negados, o que nos leva a crer na veracidade da tradição cristã e histórica dos milagres. Há escritos que dizem ter Jesus aprendido magia no Egito, e utilizado do nome de Deus (Shem) para operar fatos extraordinários. A sua técnica seria segundo eles um modo de marcar a pele, espécie de tatuagem onde essas letras hebraicas ou hieroglifos teriam sido assim feitos. Não é de todo impossível, haja vista haver relatos de que Jesus teria passado não apenas no Egito, mas também na Índia, o que lhe daria possibilidade de aprender artes extraordinárias de magia e faquirismo.

Outra comparação que fazem de Jesus é com Balaão, aquele que era espécie de adivinho e feiticeiro. A principal comparação é com a idade da morte, que seria para eles a “metade da vida”, 33 anos, pois escrevem que “os homens sedentos de sangue e enganosos não deveriam viver a metade de seus dias”, sendo ele talvez classificado de enganoso, e assim colocando ele no inferno (Gehena) mais baixo. Seu crime seria o desprezo das palavras dos doutores da Lei. Teria também Balaão feito o mesmo e vivido em torno de 33 anos, e daí a analogia talmúdica. Também sobre a morte de Jesus, é dito que ele teria sido “apedrejado”, haja vista a prática de feitiçaria, e seu corpo exposto para servir de exemplo.

Fato é que sendo eu místico, não duvido dos feitos de Jesus, nem me importo muito com o que teria ocorrido em sua família, uma vez que seres humanos erram e seria estranho mesmo todos serem perfeitos. Fato é que seus milagres ou feitos não são negados, e que divergências de doutrinas não devem ser grandes crimes, haja vista que entre próprios sábios judeus e nos Talmudes vemos toda a sorte de interpretações das Escrituras Sagradas e da Torá. Das pesquisas que vi, feitas pelo teósofo G.R.S. Mead sobre o cristianismo, concluí que cabe sempre a distinção feita por Annie Besant entre o Jesus histórico e o Místico, e que temos fé em algo maior que um filho de mulher. Ele mesmo teria dito ser filho de Deus, e mesmo um com o Pai. Então cabe apenas arrumar lacunas dos Evangelhos, o que também podemos fazer com os apócrifos, e assim ampliar nossa compreensão de quem foi Jesus e quem são as pessoas que conviviam com ele. Mesmo porque hoje existem Judeus que aceitam Jesus, e messiânicos, missionários, da Nova Aliança etc, onde vemos uma síntese muito positiva na compreensão e tolerância mútua, mesmo união dessa tradição, que parece ser uma só. A paz deve por fim reinar, Shalom.






Fontes



MEAD, GRS. Os testemunhos externos mais antigos referentes as histórias de Jesus no Talmude.



MEAD, GRS. As histórias de Jesus Balaão do Talmude.



MEAD, GRS. As histórias de Jesus ben Stada do Talmude.



MEAD, GRS. As histórias de Maria no Talmude.



MEAD, GRS. Uma vida judia de Jesus.




domingo, 2 de junho de 2013

O cristianismo mártir e a simulação teológica






O cristianismo mártir dos místicos e a simulação teológica









Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”.(Mat. 10:16 e Apócrifo de Tomé, parte 39)



Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada” (1 Cor 2:6)







Há um lado profundo e místico na Bíblia. Portanto, esta não deve ser lida do ponto de vista literal e histórico, mas sim simbólico. Isso parecia absurdo, mas com a descoberta dos manuscritos do Mar Morto, vimos que há muito do cristianismo que foi escondido pelas “igrejas”. O cristianismo original teria sido gnóstico e simbólico, e estes gnósticos teriam sido perseguidos e seus escritos destruídos, os quais teriam a doutrina dos mistérios cristãos, seu ensinamento filosófico original, adulterado pelas igrejas ortodoxas, que se fundiram em concílios. Jesus teria nascido, vivido e morrido no século 1 antes do início de nosso calendário. Sua escola era chamada de ofita, e seus discípulos eram em número controlado, de modo algum se estendendo a multidão, se assemelhando a escola pitagórica e tantas outras de iniciação, com três graus, o terceiro citado na Bíblia, chamado “os perfeitos”. Vivia e ensinava em Qunran, e assim com relação a essênios e depois resultando em maniqueus e outros. Seu discípulo principal seria João (nunca Pedro, que nem estava no círculo interno de sua escola...), e também Jesus teria passado pelo Egito, em lugares como Heliópolis, Alexandria e tantos outros em busca do conhecimento e na sua difusão. Era um filósofo que foi transformado em milagreiro, e seu simbolismo e rito de mistério metafísico foi transformado em história. Sua “cruz de luz”, simbólica e que se referia a Espírito Divino, o Logos, foi transformado em cruz de madeira, a doutrina não se referindo a cruz de madeira, segundo escritos achados no Mar Morto ou Nag Hamadi. Logo o cristianismo foi esotérico para os discípulos, e uma forma de parábola para a população de círculos externos. Com as igrejas foi um pouco mantida dessa dimensão de sua escola ofita, e na maior parte excluídos os ensinamentos do mistérios, que não se fundavam em política territorial ou econômica, mas sim em encontro com Cristos, uma porção interna desse Logos solar. Pois a escola de Qunran e que se envolvia Jesus e João, bem como Bartolomeu, Simão, Felipe, Maria Madalena, Maia mãe de Jesus e outros discípulos, estudava a filosofia grega. Por isso do uso de termos como Mônada e Logos por João. Jamais foi seita religiosa ortodoxa em busca de poder e dominação temporal. Nem foi um centro de milagres, apesar de que as curas eram essenciais, haja vista essênios terem hospitais, e pelo fato de terem continuado através dos “terapeutas”. Assim eram os disípulos da escola de Jesus, espécie de grupo interno, “prudentes como serpentes”, conforme testou Mateus, não porque seguiam Satanás, mas porque as serpentes dos antigos eram os sábios iniciados, para tanto, os de Jesus eram iniciados nesses mistérios. Isso nunca se referiu ao povo geral, aos de fora, pro-fanos, mas sim a seus discípulos que se relacionavam com seus Cristos. Logo após a morte do mestre, os ofitas e outros gnósticos foram os verdadeiros mártires, que perseguidos e mortos por guardarem a doutrina cristã original, e sobrou assim uma simulação teológica, onde esses ensinamentos de ritos místicos e metafísicos foram transformados em história, o que em muito não teria ocorrido. A própria idade de 33 anos é simbólica, afirmando Irineu que Jesus teria vivido 45 anos. Jesus era também nazareno pela sua filosófica, pois não existia nenhuma região chamada Nazaré. Pois os Nazarenos se tornaram os Essênios. E a cruz de luz é referida por Jesus em seu hino, que teria dito antes da morte e ressurreição. Refere-se a uma cruz que vai da terra ao céu, sendo a ascensão da alma humana até uma Jerusalém Celestial, onde não haveria mais o corpo.