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sábado, 24 de junho de 2017

A vaidade das vaidades segundo a cabalá


A vaidade das vaidades segundo a cabalá









“Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. (Ecle. 1:2)



“Disse eu a mim mesmo: Ora vem, eu te provarei com a alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade”. (Ecle 2:1)



“Assim me engrandeci, e me tornei mais rico do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria”. “Então olhei eu para todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também para o trabalho que eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade e desejo vão, e proveito nenhum havia debaixo do sol”. (Ecle 2: 9;11)



“Porque ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dá-lo àquele que agrada a Deus: Também isso é vaidade e desejo vão. ( Ecle. 2:26)









Em meus livros sempre falo dos problemas de tradução da Bíblia e aqui passarei a tratar do tema da vaidade, mas agora sob ponto de vista cabalístico, conforme ensinamento de Michael Laitman. O rei Salomão aqui se expressou em diversos momentos, mas a tradução parece não ser o termo que entendemos na linguagem corriqueira. Falamos já em diversos artigos das palavras hebraicas, as quais muitas vezes podem ser alteradas nas vogais, e por consequência, no significado das palavras. Assim usar uma tradução como regra estrita pode ser perigoso, ainda mais no termo vaidade, a que aqui foi mal traduzido. Isso sem falar nas diversas lições dos sábios, a que nas dezenas de volumes do Talmude, Mishna e Midrash se pode encontrar, com relação a significados variados do texto. Mas aqui vamos a cabalá.






Parece que Salomão traça uma série de conquistas do mundo, como dinheiro, fama, reinos, conquistas, mulheres etc, de modo que depois se refere a vaidade. De certo modo, o que ele se refere, se trata de algo relacionado apenas ao egoísmo, e assim ao que cabalistas chamam de desejo de receber. Isso ocorre até que se busque o sentido de se questionar sobre o sentido da vida, e assim a buscar o Criador. Esse passo inicial se chama ponto no coração, e isso leva a se buscar a coletividade de pontos de coração, de modo a se entender a regra de amar o próximo como a si mesmo. Logo todas essas conquistas citadas por Salomão foram relacionadas a vaidade, mas é justamente essa a essência do homem, e de tal modo não se trata bem do termo. Fato é que o termo é justamente o oposto, como em seguida se explica. Pois agradar a Deus não é vaidade, como se fala em capítulo 2, versículo 26.


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Ensina o cabalista Laitman que a expressão “vaidade das vaidades” é um erro de tradução da expressão hebraica, “hevel hevelim”, provando que é impossível ler a Torá na tradução. E hevel a-peh é um sopro, e assim passa por cinco parte da boca e se expressa nos cinco tipos de sons, e assim se refere a palavra, pois “a palavra de Deus criou tudo”. Mas na cabalá hevel significa ohr hozer, luz de retorno, e isso se refere quando a pessoa não mais quer receber a luz com egoísmo, e assim para se assemelhar ao Criador. Assim o que vem do mundo nesse sentido é hevel, e isso não é vaidade, mas algo muito sério, justamente o oposto a isso. Isso ocorre por um processo que a pessoas faz, chamado restrição, e ainda por outro, chamado tela, que é explicada na ciência da cabalá, em determinado método. Assim tudo é percebido pela luz de retorno, conforme termo semelhante ao explicado. E o resto é considerado como nosso mundo, e alheio a Ele, de modo que a Torá se refere a coisas do mundo espiritual, e não desse mundo, sendo indiferente o que se cita ali em Eclesiastes, como dinheiro, concubinas etc. Essa a linguagem de ramos e de raízes, também tratada no ensino de cabalá.




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Fontes



Programa KabTV de 25/01/2016, com Michael Laitman



Bíblia Sagrada, versão Almeida em e-book microsoft reader












domingo, 11 de junho de 2017

Sobre o primeiro, segundo e terceiro céus, e sobre números e palavra Ásia no Apocalipse


Sobre o primeiro, segundo e terceiro céus, e sobre números e palavra Ásia no Apocalipse




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“O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, traremos também a imagem do celestial”. (I Cor 15:47-50)



“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.” (II Cor 12:2-4)



“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono” (Apo. 1:4)



“Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força”. (Apo. 1:16)




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Chegamos a um momento de certo frio na temperatura, mas que nos convida a refletir sobre a espiritualidade. Não sem vontade, procuramos um cobertor, um livro ou mesmo algo para ver na TV ou Internet, e assim nos conectamos a certo conhecimento. Mais profundo é quando refletimos sobre a Bíblia, em meio a esse momento de introspecção. Isso nos leva ao mais profundo de nosso ser, a buscar a alma e planos superiores. Nesse sentido que vemos citadas acima as cartas aos Coríntios, e ainda em Apocalipse ou Revelação. Mas não podemos esquecer que em Apocalipse existe uma grande preocupação numérica, nos revelando certos aspectos que nos passam batidos numa leitura menos concentrada. Muito em comum há com o livro do Gênese, e assim há um aspecto especial, e ainda com a palavra Ásia. Isso tudo com relação a cabala e com certa metafísica grega.

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Vemos na Carta aos Coríntios uma referência à uma pessoa que foi arrebatada até o terceiro céu, e inclusive ele disse não saber se foi fora do corpo. Claro que o corpo a que ele se refere fora é o físico. Mas sobre o tema dos três céus, nos ensina algo Max Heindel. Ele chama essas três regiões de reinos de bem-aventurança, e cada um tem detalhes bem distintos, sendo que o terceiro céu é mesmo da forma ali relatada em Coríntios. Fato é que nessas regiões se vive alegrias a que por merecimento da fé e boas obras aqui, não no céu, e assim a pessoa em parte relembra coisas, e em parte vive o que desejava viver. O primeiro céu se refere a níveis superiores da emoção, e está também relacionado as cores. Assim artistas terão grande felicidade nesse nível, pintando sua realidade com as cores mais belas. No primeiro céu o que ganha atenção é o caráter. Já intelectuais terão nessa região a oportunidade de buscar grande conhecimento. No que se refere ao Segundo Céu, este está relacionado aos modelos ou arquétipos, e também aos sons. Essa região está relacionada a um mundo de pensamento concreto, e se refere a todos os modelos presentes na Terra. Também nesse segundo céu se trabalha com a quintessência. Mas o Terceiro Céu, deve ser um espaço muito abstrato, pois está nesse mundo de pensamento abstrato, e assim matemático ou mesmo puramente divino, nos sendo difícil de compreender. Resta termos humildade para com esse terceiro céu. Por certo que há ali a formação de um novo corpo, de um homem celeste.

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Já com relação ao Apocalipse, há todo um sentido superior no que ali está escrito, muito além do moral. A começar pela matemática presente, quando se fala constantemente em número 7, bem como outros padrões numéricos, como 3, 12, 10 etc. Disso comentei em meus livros que se refere ao Filho do Homem, e assim aquele Cristo Cósmico e que tem relação com nós. O número sete para os antigos era uma referência a mundos ou estrelas, e ainda se refere ao nosso corpo, que tem sete centros psíquicos. Também o Apocalipse guarda grande sintonia com o Gênese, em especial em sentido cabalístico e no que se refere aos animais, ou bestas, o que parece se referir a hierarquias de anjos (e anjos caídos). Sobre isso já tratei em artigos e em livro Bíblia e Misticismo, bem como em Bíblia Esotérica. Também o Apocalipse guarda grande sintonia com Ezequiel. Outra palavra que tem um significado cabalístico, pela própria pronúncia, é Ásia. Ali na Ásia estão as 7 igrejas, mas não se refere a um local longe, mas sim em nosso corpo. Pois ÁSIA é igual ao mundo cabalístico de ASSIAH, que se refere ao mundo da ação. Existem quatro mundos ou dimensões cabalísticas: o de emanação, o de criação, o de formação e ainda o de ação. Assim parece que o João do Apocalipse esteve no mundo de Criação, e nos convidou a também conhecer essa linguagem matemática e de criação.

domingo, 4 de junho de 2017

Livro apócrifo de João, João de acordo com Peshita e detalhes filosóficos em Evangelho de João


Livro apócrifo de João, João de acordo com Peshita e detalhes filosóficos em Evangelho de João


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“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”. (João 1: 1-5 – João Ferreira de Almeida)



“NO PRINCÍPIO ERA O MENRAH, e o Menrah estava com 'Elo(rr)him(i). Ele estava no princípio com 'Elo(rr)him(i). Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não o compreendem”. (Idem, Torá Peshita)



“Nada do Todo existe antes Dele. Ele é suficiente para si próprio em sua luz perfeita. Porque a perfeição é majestosa. Ele é mente pura imensurável. Ele é um aeon doador-de-aeon. Ele é vida doadora-de-vida. Ele é uma bem-aventurança doadora-de-bem-aventurança. Ele é sabedoria doadora-de-sabedoria. Ele é bondade doadora-de-bondade. Ele é piedade e redenção doadores-de-piedade. Ele é graça doadora-de-graça, não porque ele as tem, mas porque Ele doa a luz imensurável e incompreensível”. (Evangelho Secreto de João)


 
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Chegamos a um momento muito significativo de nosso ano. As festas de São João nos fazem relembrar de João, o discípulo preferido de Yeshua (Jesus), e também nos faz buscar mais a sabedoria do discípulo que leva ao mestre. Isso em muito nos revela mistério em primeiro capítulo de Evangelho de João, mas que ainda mais nos faz pensar em outras fontes. Termos ali se revelam altamente reflexivos e filosóficos, e ainda mais quando descobrimos que há um Livro Apócrifo de João (Livro Secreto de João), onde nos é revelado já em preâmbulo que se tratam de coisas ensinada pelo mestre sobre os mistérios e as coisas escondidas no silêncio. Ademais, vemos a tradução um pouco menos influenciada, que é a Peshita, e percebemos alguma diferença já no início de Evangelho de João, ali chamado de Yochanam. Isso tudo somado a gnose e cabala presentes nesse livro, que são claras já pelo seu estilo, diferenciado de outros evangelhos. Também Huberto Rohden, em sua versão do Novo Testamento, mostra os aspectos filosóficos, de alguns termos, como do Logos presente no livro.

 
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Então, João era filho de Zebedeu e de Salomé (apesar do referido na festa ser de Zacarias...), esta parente da mãe de Jesus. Irmão de Tiago Maior, nascido em Betsaida, filho de pescador e sobre o lago de Genesaré exercia também profissão de pescador. João foi o mestre moribundo indicado por Maria, mãe de Jesus, e seguiu o mestre de início juntamente com André. João continuou a evangelizar mesmo após ascensão do mestre, e formou discípulos, como Bispo Papias, Inácio de Antioquia e Policarpo de Esmirna (ROHDEN, 2006, p.220). Mas João ganha destaque no gnosticismo, e já tratei dele em artigos outros e num sentido mais místico, bem como estes presentes em meus livros. Fato é que além das diferenças de traduções de diversas Bíblias, a diferença de tratamento com relação ao Verbo ali descrito, bem como a certos detalhes sobre o próprio messias, Yeshua, merecem mais reflexão. Segundo Rohden, a expressão Logos significa Eterna Sabedoria, e é encontrada também na filosofia grega, em Heráclito de Éfeso e em Filo de Alexandria, com significado de Razão Cósmica. 
 
 
 
 



Já sobre o livro apócrifo de João, este tem muito a ensinar, ainda mais sobre a Criação. Lá são revelados detalhes que acrescentam sobre Adão e Eva, sobre a criação do corpo do homem e detalhes sobre anjos e auxiliares, chamados de poderes e governos. Lá o líder é o Yaldabaoth, chefe dos arcontes, e assim o homem teve algo a partilhar de certa inimizade espiritual, o que acabou na questão da queda e de um corpo que o levaria a se afastas do Pai-Mãe, de Deus. Então, ali no evangelho secreto de João se fala em Aeon, que parece ser um termo que designa Era, como uma parte temporal ou uma fase da existência, onde a energia é governada por determinado padrão. Outro detalhe são os números cabalísticos, como o 7, o 12 e mesmo o 10, que parecem se referir a grupos de anjos ou espíritos responsáveis pela criação do corpo do homem, e também por sua queda, e que são depois referidos como anjos que tiveram relações com as mulheres, e sob a liderança do arconte Yaldabaoth. Detalhe interessante que a serpente é descrita como um grupo desses arcontes, que seduz o Adão. Diz que as árvores deles são o ateísmo etc. Fato é que João tem de ser lembrado como mais do que uma festa, bombas, caipiras, fogueira ou quentão.



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Fontes



-Bíblia versão João Ferreira de Almeida, em ebook microsoft reader



- Torá Hebraica Peshita, editora Gregory



- Novo Testamento, tradução de Huberto Rohden, editora Martin Claret



- Apócrifos III, Evangelhos, tradução de Gabriel Zanata, editora Clube de Autores