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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Gênese


Gênese


Deus criou tudo do nada, pois apenas Ele é tudo. Para tanto, aquele tudo que somos difere do tudo que Ele é. A criação do Universo se deu pelo sopro, ou melhor, pelo Espírito. A segunda pessoa da sagrada trindade foi o grande agente criador, ou melhor, o Logos ou Verbo que encarnou em Jesus Cristo (Yeoshuah), sendo a sua vida e obra manifestação simbólica da operação desse Verbo na existência. O Sol é uma materialização semelhante. Cristo não morreu, ele permanece em nós através do Paráclito ou Espírito Santo. O Cristo interno e cósmico está em nós e em tudo (como disse Tomé, corta um pedaço de madeira e lá estará ele, pega uma pedra e lá estará ele, ou seja, em todo o lugar). Esse mesmo Cristo é o novo Adão, ou aquele que retorna ao Éden (terra das delícias), ou Reino, ou junto do Pai. O Adão é a humanidade (homem), e já era macho e fêmea antes de Eva, o qual sucumbiu pela concupiscência espiritual ou pela serpente (Nahash). Eva foi e é a vida, a consciência divina, está inseparável do Pai ou do Éden (quem pecou foi Heva, traindo Adão com Samael, aquela serpente insinuante, e Adão, por conseguinte, a traiu com Lilith, a rainha dos abortos, e, ambos os amantes eram demônios). A queda foi a encarnação em um nível inferior de consciência (na matéria, na carne).  Adão é ao mesmo tempo o reflexo de todo o Universo, sendo homem universal, imagem e semelhança do Senhor seu Deus. Criou os céus (Shamain=estabilidade) e a terra (Arets) significa que fez a natureza intelectual e a animal. Faça-se a luz (Aor) se refere a luz espiritual. A referências as águas se refere as etéreas. A serpente foi também foi sutil, algo não material, pois pela cabala ela é o “fim de toda a carne”. A queda se deu numa forma dimensional, da esfera do abismo (da'at) até o Reino (malkut), de um mundo espiritual para um mundo de carne. Por isso que o Reino não pode herdar a carne.  Melhor, o que realmente o foi é o novo Adão, Cristo, já redimido do pecado original (a traição espiritual).

Fontes

-Bíblia (Gên. 1-3)

-Zohar (Bereshit)

-Stanislas de Guaita  - A serpente do Gênese

-Saint Yves d' Alveidre – A teogonia dos patriarcas

-Martinez de Pasqually – Tratado da reintegração dos seres

-F.V. Lorentz – Cabala: tradição esotérica do ocidente

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Bíblia é mais que o livro

A Bíblia é mais que o livro



            O livro mais impresso no mundo e base da fé cristã, fez também parte da vida de todos nós em algum momento da vida. O nome Bíblia, como muitos já sabe, provém do termo “biblos”, que significa livros, em grego.  Divide-se em antigo e novo testamento, sendo o antigo escrito originalmente em maior parte em hebraico e parte em aramaico, já o novo testamento escrito em grego. No livro de Daniel 9:2 há a referência a “os livros”. O antigo testamento é de origem judaica, sendo que para estes se divide em 3 partes: Lei (Torah), Profetas (Nebhiim) e Escritos (Ketubin). O pentateuco, cinco primeiros livros, os quais são atribuídos a autoria de Moisés, o que é criticado por certos arqueólogos, haja vista o nome de Deus estar em alguns livros como Jeová e em outros como Elohim. Ao tempo de Abraão existia a escrita pictórica, ancestral da cuneiforme, cujas placas de argila às vezes em escritos semelhantes são também encontrados por arqueólogos. Jesus se refere a Lei e aos Profetas, demonstrando ser conhecedor e grande conhecedor do Antigo Testamento. O termo Novo Testamento foi inaugurado por Tertuliano e Jerônimo chamava a Bíblia de Bibliotheca Divina. Os textos assim presentes neste livro são inspirados pelo Espírito Santo, e a Bíblia mesmo é mais que o livro, lembrando que há uma tradição oral. É dessa que vou falar.
            O mundo e todas as coisas forma criados pela Bíblia. Não se trata de um livro que falo, mas da Lei de Deus. Entre místicos e sábios judeus, cujas lições encontramos na tradição oral, na Cabala e na Mishna principalmente, há a referência quanto a Deus criando o mundo através da Torá, em especial com algumas letras, cuja menção aqui não se faz ainda necessária. O próprio nome de Deus tem grande importância nesse sentido, o nome de quatro letras IHVH(Yod, He, Vau, He), sendo o yod um padrão masculino na criação e o he um feminino. Essa tradição oral segundo alguns é o antigo sacerdócio segundo a Ordem de Melquisedec, o que posteriormente foi chamado de cabala, e teria surgido antes de Moisés quebrar as pedras da lei, na ocasião do bezerro de ouro. Para assegurar certos saberes, houve a precaução de escrever o necessário, haja vista idolatria do povo escolhido. Por isso também Jesus, Nosso Senhor, foi chamado segundo o sacerdócio da Ordem de Melquisedec, por ser em parte cabalista. A Bíblia é assim um livo que encontra diversos saberes, desde alegorias astronômicas, dos elementos, alquimia, numerologia (guematria) e outras ciências antigas, que podem às vezes ter ligação com paganismo, mas que são ciências separadas do mesmo.
            Qualquer desequilíbrio do Nome Sagrado implica em destruição. O afastamento da presença de Deus (Shekinah), seja pelo pecado ou idolatria, implica em destruição, cuja lição nos foi dada em Sodoma e Gomorra. Então as lições de sabedoria dentro desse livro sagrado, são essenciais a preservação da humanidade, por encerrar certamente leis cósmicas dadas por Deus. Ele encarnado ou pelo seu filho Jesus (Yeshuah), farão inclusive a regeneração do homem para que se tornou Novo Homem, superando o pecado e a queda de Adão, vestindo por fim o seu corpo glorioso ou glorificado após a ressurreição. O perverso (Rasha) afasta esse a presença divina, pois o homem  precisa permitir a presença de Jesus, crer Nele, que seria a conversão verdadeira, o pegar a Sua cruz e se banhar em Seu sangue. Assim pode ser o justo (Tsadik), que é diferente de perfeito, mas se aproxima deste. Mas a tradição oral também existe no cristianismo e muita coisa não escrita na Bíblia é interpretada, como o anjo caído Lúcifer, que é mais fruto da teologia, certamente com base nessa tradição oral primitiva.
            Pensei nesse título ao presente artigo, porque pelo livro cabalístico do Zohar também Adão e Noé tinham recebido do Senhor um livro, o que não sabemos se era de pedra ou algo estilo cuneiforme, ou uma escrita nas cavernas, ou sendo Adão um homem de corpo sutil ou espiritual, se seria a lei algo nesse sentido. Mas fato é que já tinham um livro, o que nos leva a pensar em uma Bíblia entes de Moisés, ou mesmo Abraão. No livro Sepher Yetzirah, também dos místicos judeus, a Criação se operou pelas 22 letras, por três letras mães (Aleph, Mem e Shin), que seriam água, ar e fogo, e ainda por 7 e 12. Isso ainda com as dez esferas, que são propriedades do Criador. Para mim isso nada mais é que um grande livro, talvez livro da vida, livro do universo, livro da natureza, o nome é indiferente. Lembramos que Jesus era relacionado ao Verbo de Deus, e no princípio da Criação era Ele que estava com Deus. A Palavra criou. O livro foi a base, a Torá, ou mesmo a Bíblia, que Deus usou antes de Criar o mundo. Logo a mesma Bíblia é muito mais que um livro.