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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Números místicos na Bíblia e seu aspecto secreto e de acordo com cabala


Números místicos na Bíblia e seu aspecto secreto e de acordo com cabala



“Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes” (João 21:10-11)

No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações”. (Apo. 22:2)

A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores” (Sal. 144:9)

Jesus, pois, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão; e era levado pelo Espírito no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. E naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles, teve fome”. (Luc. 4:1-2)

E perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam estas sete cordeiras que puseste à parte? Respondeu Abraão: Estas sete cordeiras receberás da minha mão para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço”. (Gen. 21:29-30)

São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra”. (Zac. 4:10)





Quando lemos a Bíblia, percebemos uma quantidade quase infindável de referências numéricas, e isso desde o Gênese até o livro de Revelação, e não raro passamos batidos pelos números, dando muita importância ao sentido literal e moral de alguns versículos, sem contudo nos atentarmos para os números. Muitos autores se referem a isso como códigos cifrados na Bíblia, e assim ela nos guarda sempre um sentido mais profundo e quase esotérico. Para desvendar isso trabalham muito cabalistas, que através de certas operações numéricas e somas, por uma ciência que se chama Gematria, acham significados extras em passagens, bem como relações antes não percebidas, haja vista a tradução não mostrar o mesmo que o hebraico. Para tanto, se formos ver os números, poderíamos usar de muitas chaves para interpretá-los, ainda mais quando reduzidos teosoficamente (somados e colocados em uma unidade). Por isso não basta inventar uma ciência numérica, uma vez que as regras já estão na tradição, e mesmo nos pensamentos das ciência antigas.




A começar, podemos pensar em um livro que é por excelência numérico, que é o Sepher Yetzirah, e que nos remete a criação e as 22 letras hebraicas. Assim quando vemos a referência ao número 12, percebemos as 12 letras simples, que lá são bem identificadas. Também ao número 7, vemos as 7 duplas, e ao três, as letras-mãe. Mesmo no Nopo Evangelho, há alguns números enigmáticos, como a quantidade de peixes que Jesus na pescaria, o que resultou em 153 peixes. Esse número, segundo alguns autores, refere-se ao homem fatorial 5, pois 5!+4!+3!+2!+1!=120+24+6+2+1=153. Tal número se relaciona a percepção sensorial e extrassensorial. Mas o número 12 (Tribos de Israel, Apóstolos etc), seria também uma referência as constelações dom zodíaco, como está colocado no Zohar.

Talvez o número mais citado e considerado mais místico seja o 7, uma vez que se relaciona muitas vezes ao próprio Senhor (IHVH), as igrejas e características espirituais. Na verdade o 7 integra um ternário superior a um ternário inferior (3+1+3), formando disso uma estrela de Salomão. A sexta sephira da cabala é Tipheret, que poderia ser relacionada a Cristo, ao Sol e a beleza de um equilíbrio de outras sephirot. A sétima sephira é Netzach, vitória, sendo o triunfo do iniciado ou batizado com Espírito Santo. As festas nupciais de Salomão duravam sete dias. E vários prenomes femininos do antigo Testamento encerram o número 7. Por fim, no Apocalipse se fala em sete Igrejas, selos etc, e o número nos a união do ternário e do quaternário 3+4, exemplificado na oração do Pai Nosso. Também temos sete veículos de consciência e ainda podemos pensar nos 7 planetas mágicos, ainda resultando nos dias da semana.
 
 

A harpa de dez cordas é uma referência a árvore da vida cabalística, com suas 10 esferas, e ao que o Sepher Bahir fala em que Deus criou com dez pronunciamentos. O 10 pode então se relacionar a música das esferas, e a relação que há entre o absoluto 1 e o que retorna e este (10), e ao tetraktis dos pitagóricos 4+3+2+1. A décima sephira é então malkut, o Reino, onde se materializa as dez qualidades das outras esferas. O Sepher Yetzirah fala em dez infinitos, e ainda temos os dez mantamentos como o cerne da Lei. Outro número que é confusamente interpretado de forma literação é o 40, se referindo aos 40 dias. Na verdade, marca um tempo de purificação, como ocorreu no dilúvio e no deserto, e assim os 40 dias filosóficos da alquimia.
 
 

Já o número que mais atrai alguns místicos é o número do homem, o dito 666, que alguns entendem ser o 616. Na verdade, o número é por ocultismo o referente a quadrado mágico do Sol, e logo Σ36. Os números do homem se relacionam a n2+1, para tanto, resultando em redução teosófica de 9. Assim, 666=6+6+6=36=3+6=9. Também o número é citado apenas como um código da época relacionado a Nero, ou César Nero. Não se relaciona ao Diabo, pois o número desse é 15 (décima quinta carta do Tarô, Baphomet ou Tifão). Também Yeheshua (Jesus) soma 666, o que coloca um pouco em dúvida ter o número por maligno em todos os sentidos. Parece ser uma referência solar e ao uso dessa energia, que pelo homem pode ser animalesca (Besta), e que por outro lado em Cristo-Solar é uma energia construtiva. Já falamos nas bestas ou animais, que antes de Apocalipse já eram tratados por Ezequiel, e que são explicados no Zohar, não nos inclinando para um sentido político, de seita religiosa ou sem base nas ciências antigas. Para tanto esse artigo já demonstrou um prelúdio dessa consciência superior de nossos profetas, e que resulta que nenhum número foi usado sem algum sentido, e nem os nomes colocados sem um aspecto secreto.













sexta-feira, 18 de julho de 2014

O livro de Cânticos em aramaico e comparativos bíblicos e seu significado


O livro de Cânticos em aramaico e comparativos bíblicos e seu significado





“Os seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste”. (Can. 5:12 - Almeida)

“Os seus olhos são como o das pombas...” (idem - Bíblia Hebraica)

Seus olhos estão olhando constantemente em Jerusalém para fazer o bem para ela e para abençoá-la, a partir do início do ano até o fim do ano (como pombas que se destacam e olhar para os fluxos de água) por causa do mérito de quem se senta no Sinédrio, ocupada com a lei, fazendo justiça fluir suavemente como o leite, e aqueles que se sentam na Casa de Estudo e tomar muito cuidado em juízo até que eles determinam para absolver ou condenar”. (idem - Targum de Cânticos dos Cânticos- Aramaico)

“pousadas nas praias” (idem – Ave Maria)

“todos armados de espadas, destros na guerra, cada um com a sua espada a cinta, por causa dos temores noturnos”. (Can. 3:8 – Almeida)

e cada um deles tem o selo da circuncisão na sua carne, assim como a carne de Abraão, seu pai foi selado, e eles são fortalecidos por ele como um herói, cuja espada é cingido em sua coxa. E por esse motivo eles não têm medo de demônios ou tons que rondam por noite”. (idem – Targum de Cânticos dos Cânticos)

“Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios”. (Can. 4:5 – Almeida)

Seus dois redentores que estão destinados a redimi-lo, o Messias Filho de Davi e Messias Filho de Efraim, assemelham-se a Moisés e a Arão, filhos de Joquebede (que são comparáveis ​​aos dois jovens antílopes, gêmeos de uma gazela). E por seu mérito que alimentou o povo da Casa de Israel durante quarenta anos no deserto, o maná, ave gorda, e a água de Miriam do poço”. (idem - Targum de Cânticos)



Vemos da leitura da versão em aramaico de Cântico dos Cânticos, que este talvez seja o texto mais comentado e revelador da tradição oral. Tanto que fala em Mishna e Gemara, em um dos versículos iniciais. A leitura de Cânticos era uma das últimas no estudo, ficando junto a Ezequiel, e exigindo muita maturidade para a sua hermenêutica. Se o texto for lido por um adolescente ou jovem, não raro pode ser mal interpretado, como uma simples aventura de Salomão ou poema pagão. Claro que o livro de Shir Hashirim (Cânticos) revela muito mais, e não pode ser visto como mera poesia de um homem que deseja conquistar uma dama, e nem como mero rito matrimonial.
 
 

Vemos que a tradução da Bíblia Hebraica já comunica o sentido do livro, colocando entre parêntesis os termos (Israel) e (Deus), a fim de se superar essa dificuldade hermenêutica, e não confundir um livro Sagrado e inspirado com mero poema ou algo simplesmente belo. O livro guarda assim uma chave de interpretação, e muitas vezes isso estava em comentários, estes provenientes da Tradição Oral, do Mishna e do Gemara, que aqui onde citamos o Targum (Bíblia em aramaico), transparecem em elucidações sobre trechos, antes não compreendidos. De destaque está o tom messiânico referente aos dois messias (Machiach), quando se fala nos seios em comparação aos filhotes de gazela. A dificuldade da língua hebraica encontrou nesses targuns aramaicos uma facilitação, e mais, trouxe consigo os comentários da Tradição Oral.
 
 

Esse texto era lido na Páscoa (Pessach), e as interpretações se referem a Jeová e Israel, ou com Maria ou entre Jesus e a Igreja. Contudo vemos que ainda participam “As Nações”, e estas deveriam admirar a beleza de Israel. Vemos além nesse presente Targum. Aqui há uma interpretação além de meramente alegórica, mas adentrando na mística. Vemos a questão da demonologia, como no Capítulo 3, e que geralmente nas bíblias se fala meramente em temores noturnos. Fato é que vaio muito além de um poema se referindo a Salomão e uma mulher Sulamita, e que está no Cânon, devendo o texto ser lido mesmo com maturidade e devida exegese.
 
 

Vemos nessa versão em aramaico diversas analogias explicativas. Podemos assim fazer uma relação de palavras e seu significado mais que literal. Vemos exemplo como o dos filhos gêmeos, onde se fala em Moisés e Arão. Contudo as referências se somam ao longo de todo o livro. Assim vamos a elas. Onde se fala de “perfume”, na verdade se refere aos Justos. Onde se fala na “rosa”, se refere às boas obras. Onde se refere ao Líbano, na verdade se quer pensar no Templo de Jerusalém. Assim também os justos são os pilares. A “romã” é uma referência aos mandamentos, pois aquela está repleta de sementes. A “pomba” é Israel. A “videira” são os sábios. Já o “vinho velho” ou o “ramo de palmeira” é Abraão, e o “cacho de uvas” é a Casa de Israel. E assim vai. Por isso o texto exige certa maturidade e compreensão dessas analogias, uma vez que doutro modo se pode entender apenas de modo romântico ou sensual, o que não era a intenção. Fato é que esses símbolos estão em mais partes das Escrituras, e que cada vez mais se pode compreender, sem cair nos perigos de se confundir ou duvidar do texto bíblico.


Fontes



Bíblia – ebook versão Almeida

Bíblia Hebraica – Editora Sepher

Bíblia – Ave Maria

Bíblia de Estudo Dake – editora Atos

Targum de Cânticos dos Cânticos, em inglês, tradução de Jay C Trate

terça-feira, 15 de julho de 2014

Detalhes em livros de Números e Deuteronômio de acordo com versões bíblicas


Detalhes em livros de Números e Deuteronômio de acordo com versões bíblicas






“E Balaão foi com Balaque, e chegaram a Quiriate-Huzote”. (Num. 22:39 – Almeida)



“E Bilam foi com Balac, e chegaram a cidade de seus mistérios” ou “na cidade de suas visões”. (idem – Bíblia Aramaico, Targum Onkelos)



“E fora da cidade medireis para o lado oriental dois mil côvados, para o lado meridional dois mil côvados, para o lado ocidental dois mil côvados, e para o lado setentrional dois mil côvados; e a cidade estará no meio”. (Números 35:5 – Almeida)



“e derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, queimareis a fogo os seus aserins, abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses e apagareis o seu nome daquele lugar”. (Deut. 12:3 – Almeida)



“e suas árvores idolatradas (Asherá)” (idem, Bíblia Hebraica)



“romper suas estátuas, e queimar seus bosques” (idem, Targum Onkelos)



“Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio” (Deut. 13:6 - Almeida)



“a mulher de tua afeição” (Bíblia Hebraica)



“a mulher de teu amor” “a mulher de teu pacto” (Bíblia Aramaico, Targum Onkelos)







Vemos na leitura de diferentes versões da Bíblia, que encontramos detalhes curiosos. As línguas têm essa limitação, e cada cultura vê algo ao seu modo. Um amigo fez pesquisa em diversas bíblias, de diferentes línguas, e percebeu grandes discrepâncias. Em especial numa Bíblia africana, onde certos termos não existem. Assim vemos mesmo nas mais originais, como nos Targuns, algo que pelo não entendimento da língua hebraica por alguns, fazia com que restasse um comentário e uma versão mais acessível, o que atualmente vemos em traduções como na “Linguagem de Hoje” e outras. Isso nos mostra também que existe uma segurança através da tradição oral, através do que restou dos comentários dos sábios e exegetas. Resta porém que se tenha a intuição de perceber o contexto e a finalidade dessa hermenêutica.

De interesse vi na passagem sobre Balaão e Balaque, onde se fala da cidade onde foram. Fato é que no normal se descreve o nome da cidade, mas nas versões de targum, percebe-se que se fala em cidade de seus mistérios, ou mesmo cidade de suas visões, o que mostra os dons de vidência de Balaão. Também se fala na cidade de seu território. Fato é que as traduções deveriam levar em conta esses detalhes, e ao menos mostrar algum comentário, não desperdiçando a experiência dessa versão Aramaica. Fato é que esses detalhes se complementam, e fazem com que possamos compreender de modo mais amplo alguma passagem da Sagrada Escritura.
 

Já numa passagem em Deuteronômio referente aos ídolos Asherás, fato é que as diferentes versões nos mostram detalhes desse culto, como a questão de árvores e bosques, o que no paganismo era comum, sendo até a própria árvore divinizada ou cultuada. Disso fica um exemplo a árvore de Odin, se assemelhando a esses ídolos. A versão aramaica assim complementa essa característica, e nos faz compreender lacunas, que apenas com comentários se podem clarear. As imagens esculpidas vão de encontro ao mandamento de não as cultuar, e não ter outros deuses. Isso também está na bíblia no que se refere a Belzebul, e mesmo nos Baals e nos “lugares altos”, que não sejam para Yahu (IHVH).
 

Também em Deuteronômio se fala em parentes ou amigos seduzirem a outros deuses, ou idolatria, se coloca detalhe especial na mulher ou esposa. A versão normal fala mulher de teu seio, mas as versões outras colocam mais romantismo na passagem. A hebraica fala em mulher de tua afeição, e a versão aramaica fala em mulher de teu pacto, ou mulher de teu amor. Mais uma vez isso demonstra comentários e detalhes que se somam, e que colocam certa ênfase no texto, encorporando alguma hermenêutica. A regra contra quem levasse a idolatria era a morte para o mesmo.

Já no livro de números de fala em 2000 côvados, referindo-se sim a subúrbio da cidade. Nesse sentido explica Maimônides diz que pela lei tem de ser de 3000 côvados para todos os lados, desde o muro da cidade até o exterior. Esses 2000 côvados seriam em verdade para os campos e vinhedos, que se medem sem os subúrbios. A medida do côvado é em torno de 45 centímetros, que é na verdade a medida da distância do cotovelo até a ponta do dedo médio. Fala-se em também dois palmos. Em Ezequiel se coloca 52 centímetros. Vale por fim que desses detalhes que compreendemos melhor as Escrituras, e que isso envolve toda uma cultura.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Velha Aliança e regras do sacerdote e diferenças entre versões bíblicas, unção de cura e Jesus que cura


Velha Aliança e regras do sacerdote e diferenças entre versões bíblicas, unção de cura e Jesus que cura







“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala a Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus descendentes, por todas as suas gerações, que tiver defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem que tiver algum defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada, ou for corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo lesado”; (Lev 21: 16-20 – João Ferreira)



“ou tiver as sobrancelhas muito crescidas, ou catarata, ou traço no meio do seu olho... ou testículos triturados” (Lev. Vaicrá) 21:20 – Bíblia Hebraica)



“testículos quebrados” (Versão Ave Maria)



“de nariz fendido... franzino” (Lev. 21:18-20 – Versão Torre de Vigia)



“escorbuto” (versão Targun de Onkelos)



“Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. (Tiago 5:14)



“Mas é judeu aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rom 2:29)



“Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura; levanta e faze a tua cama. E logo se levantou.” (Atos 9:34)






Vemos que a regra de santidade do sacerdote demonstra um rigoroso critério, e que na Antiga Aliança isso era mais exterior. Observamos a crítica já nas cartas paulinas, bem como em Atos, que nos revelam que a tradição e costumes veem muitas vezes de encontro ao que é a finalidade exigida pelo Senhor (Yahu). Quando Yehoshua (Jesus) veio com seu saber talmúdico, transformou e interpretou essas regras, procurando sua razão (ratio legis) e seu espírito (mens legis), de modo a fazer a vontade do Pai (Celeste). Os seus discípulos mais próximos, os Apóstolos ou Talmidim assim aplicaram o que era ensinado pelo mestre, apesar de não terem todos os dons do mestre. Assim na Antiga Aliança se observava muito o critério do exterior, e na Nova Aliança se vê o interior. Isso apenas implica numa transformação e aprimoramento da Lei (Torá), não a exclusão total daquilo que os mestres judeus faziam, nem de um povo em específico, seja o grego, ou seja o judeu, desde que cumprisse a lei e que acreditasse no Machiach (Yehoshua-Jesus).
 
 

Jesus não era da linhagem de Levi (Sacerdote), mas sim de Davi. Mesmo que tivesse ambas as linhagens, fato é que se percebe uma simplificação das coisas, e a Lei não é revogada, mas se cumpre de modo diferente. Em João Batista vemos talvez um outro messias, e assim compreendemos de porque existirem histórias de um sósia, o que é divulgado em alguns meios mais céticos e que tentam combater a missão do mestre Jesus e de sua lição espiritual. Claro que o sacerdote tem de ser um exemplo, e que o aspecto corporal é não por discriminação, mas porque ele representa o Senhor, ou a ponte até o Altíssimo. Assim há quem fale que o cristianismo não pode cobrar o dízimo, por não ser Jesus da linhagem de Levi. Por outro lado, se percebe alguma forma de contribuição ou venda de livros. Fato é que a finalidade social e a manutenção de um local de estudo, de uma eklesia, não implica em algo que prejudique a divulgação do que ensinou Yehoshua.

Mas pode receber o pão, diz o livro de Levítico (Vaicrá). Assim fica claro que o doente encontra a cura na Palavra de Deus, e que mesmo não esteja totalmente transformado exteriormente, é bom que esteja interiormente, que esteja com sua circuncisão no coração. E também do judeu é exigido esse contato íntimo com a Lei, e com aquilo que o identifica como especial. Jesus era circuncidado. Outros de seus discípulos também, muitos defendendo essa regra até depois do mestre ressuscitar e partir. Fato é que percebemos em livros como o de Tomé (dito apócrifo), que regras essas, bem como referente a jejum e outras não eram para se fazer aparecer para o mundo, mas sim para IHVH (Deus).
 
 

As diferenças de tradução são interessantes porque vemos os conhecimentos médicos da época, bem como nomes de doenças e tudo mais. Achei interessante o termo escorbuto, que vi na Bíblia em Aramaico (Targun), e as diferentes expressões que aparecem em diversas Bíblias, como da Católica e da Testemunha de Jeová, com pequenas diferenças. A Bíblia hebraica faça em sobrancelhas crescidas, o que não vi noutras, e ainda na expressão “triturados”, que achei curiosa. Fato é que o sacerdote tem uma função política, e vemos até hoje se procurar pessoas afeiçoadas para aparecerem em público, e apesar que está mudando essa concepção. Em certas confrarias também não se admite alguém com uma deficiência física. Fato é que com Jesus importa mais o interior, seja jejum, circuncisão, seja mesmo a Lei, e então vemos que o perdão dos pecados é essa transformação, essa conversão e batismo de água, e fogo. E Cristo levanta e cura, e assim o que importa é a salvação, e a velha natureza é abandonada, para que nasça uma nova natureza, um Novo Homem, esse sim capaz de habitar o Reino.