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sábado, 29 de dezembro de 2012

Anti-teologia

Anti-teologia como uma nova forma de teologia

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai."  Filipenses 4:8


Anti-teologia é (interpretação errônea ou equivocada sobre determinada teologia), segundo Luiz Alexandre Solano Rossi, doutor em ciência da religião. Diferente de ateísmo (sem Deus) e de teologia negativa (impossibilidade de uma prova da existência de Deus). A anti-teologia oferece assim um discurso com a promessa categórica de vitórias e conquistas a partir da adesão do “fiel àquela igreja”. São os vendedores de ilusões, que prometem tudo aos crentes.
Por isso da necessidade de um credo original, de um dogma e de certas tradições serem preservadas, para evitar ataques e teorias estranhas a fé original. Em grande parte cultos populares acabam por culminar nessa anti-teologia.
Por outro lado, claro que tomar ao pé da letra a Bíblia também é um equívoco, tamanho o número de alegorias e metáforas que há nas Escrituras Sagradas. Apesar de eu já ter sido chamado de ateu por interpretar Adão e Eva como ocorrência antropológica e não literal.
Mesmo na TV se discutia sobre a teoria do arrebatamento, procurando justificativas científicas ou teológicas ao acontecimento. Se apenas 144000 se salvarão ou não, isso tem de ser interpretado e somente a realidade vai dizer. Um homem ressuscitar por si também a ciência ainda não explica.
Se fala também que a teologia da prosperidade é uma anti-teologia. Sempre que há muita investigação do Ministério Público se suspeita de algo estranho. Transformar Jesus em banqueiro em muito passa a ser uma anti-teologia, acaba sendo mais uma economia que teologia. Um bezerro de ouro. "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai."  Filipenses 4:8
Também vemos bem uma anti-teologia na ufologia, ou mesmo uma outra teologia. Todas as passagens bíblicas que tem algo de extraordinário acabam sendo explicadas como ato de extraterrestres, óvnis e coisas do gênero. Isso explicaria muita interferência de anjos. Teoria de astronautas do passado, muito em voga pelas terras americanas.
Não se acreditando em Deus, ou que não existe, acaba por se acreditar em anticorpos, em saúde, em inteligência e em causalidade. Aproxima-se de um conceito de Deus por meio indiretos. Buscar a vida e a luz do dia já são formar de se acreditar em Deus, mesmo que não por vias religiosas tradicionais.
Vemos em hermenêuticas muito reduzidas uma forma de anti-teologia. Seitas surgem todos os dias e quase sempre contemplam uma série de seguidores que não refletem sobre suas doutrinas. Basta ver sempre as doutrinas originais e o que disseram São Jerônimo e outros, a fim de não se cair em muito erro.



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Natal, Papai Noel e Jesus

NATAL, PAPAI NOEL E JESUS



Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS. (Mat: 1:18-25)


                Vemos que nasceu o Salvador quando as trevas estavam no mundo, no solstício de inverno. Data antes comemorada ao deus Invicto, assim ficou que as tradições antes pagãs foram cristianizadas, e adaptadas ao mestre judeu. A árvore que era de Odin se transformou na árvore do Éden, trazida em costume por imigrantes, que procuravam pequenos pinheiros para cortá-los e enfeitá-los com velas (luz de Cristo) ou maçãs (fruto do pecado...). A tradição polaca dos ovos de enfeite também foi cristianizada. Restou ainda São Nicolau que foi adaptado em Papai Noel de marca de refrigerante, importando que desse presentes.
            O Bispo Nicolau nasceu na Turquia no ano de 280 e costumava deixar moedas e saquinhos nas chaminés às pessoas pobres. Vários ainda retrataram milagres atribuídos a ele, e assim foi declarado santo. Até final de século dezenove era retratado de roupa verde ou marrom. Em grande parte um filantropo.
            Mas então vemos que isso tudo se dá com base no nascimento de Jesus Cristo (Yeshua), seja ele nessa data ou outra. Pois a tradição comemorou assim. Também que nessa época nasce cosmicamente a luz do mundo, e muitos místicos afirmam que Jesus foi responsável pela criação do Sol. Já pensando no Verbo, ele foi criador de tudo junto com a pessoa do Deus Pai, e assim certamente nos deu o presente maior, a existência.
            Então São Nicolau não fazia isso para despertar a ganância das pessoas, mas fazia por Jesus, e pela causa grande da regeneração. Claro que a data é dedicada ao nascimento de diversos mestres espirituais de outras nações, como Buda, Zoroastro, Hórus, Krishna e outros, e assim vemos que todos prefiguravam a figura do Cristo. Também que tudo isso faz profecia de nosso Cristo interno que será despertado em tempos vindouros, assim já na ressurreição. E nasceu de uma eterna virgem, Maria/Marah, o mar do infinito, onde o Pai planava como descrito no livro do Gênese.
            Por fim cabe aos pais explicarem que esse Papai-Noel de refrigerante nada mais é que corrupção do Nicolau e que isso tudo para a glória de Jesus, e seu nascimento sagrado, um dos mistérios do cristianismo. Também que é melhor dar presentes que receber e que melhor que as coisas é a caridade, a fé e a esperança, pois pouco adianta se a vontade é desviada para fins diversos do que ensinou o Salvador.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Milagres, Paranormalidade e Ciências Ocultas

Milagres, Paranormalidade e Ciências Ocultas




Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia. 39 Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo depois falar mal de mim;40 pois quem não é contra nós, é por nós. (Marcos: 9:31-40)



         Vendo algo em TV por assinatura me despertou interesse um documentário sobre milagres, e consequente discussão de peritos e estudiosos. Vi que os casos citados foram de várias religiões, algumas até não cristãs, mas que o milagre estava sempre na certeza da opinião popular. Por outro lado, apareciam céticos e parapsicólogos contestando ou questionando os fatos, como curas e acontecimentos no mínimo paranormais, e assim delegando os fenômenos a outras origens.
         A maioria dos milagres estava em países em desenvolvimento da América Latina e se relacionavam a Igreja Católica, onde havia desde curas extraordinárias dos religiosos, até santas que choram, uma que é paranormal (de Guadalupe...), hóstias que sangram, vultos fotografados nas igrejas e assim por diante. Mesmo em outras igrejas, ou até em uma determinada xamã, leva todos os peritos a dúvidas e explicações que são dadas nas meras hipóteses, quando a fé do povo sempre tem a certeza do milagre e da intervenção de Deus.
         Porém a Igreja (Católica) hoje é cautelosa em aceitar os milagres, os fazendo em raríssimos casos. Essa parcimônia até que é justificável, haja vista o grande número de negociantes querendo receber alguma vantagem financeira com locais santos e alguns interesses secundários, que nada tem a ver com a religião. A “Defesa da causa dos santos”  acaba por analisar todos os casos, e são muitos. Muitos são reprovados, por haverem provas científicas ou se provar que a causa se deu por causas naturais. Mesmo parapsicólogos dizem ser apenas um fenômeno de telergia, uma espécie de poder da mente. Mas quem garante que Deus não opere por meios naturais, e se quiser também em sobrenaturais ou paranormais?
         As chagas vem assim sendo já colocadas como um fenômeno paranormal, sem contudo em casos levar a tratar como milagre. Esquece-se de um Francisco de assim... e revela o orgulho de juizes humanos querendo julgar a Deus e ao Cósmico, a poderes que não compreende. Fato que se ocorrem aportes, telergia, telecinesia e tantos outros fenômenos paranormais hoje estudados pela parapsicologia, mesmo assim pode haver a interação divina. Para um pensador Deus está em todos os nossos atos, e nada seria feito sem Ele. E se for assim mesmo? Perdemos assim toda a razão. Mas por que não unir a fé a razão? Por que esses céticos se digladiando com os fiéis, se todos acreditam na verdade?
         Mas uma opinião que não veio a discussão é a das ciência ocultas, que também já de longa data analisaram os milagres. O alemão Franz Bardon disse que por magia se é possível repetir todos os milagres. Há quem diga que os adeptos sempre operaram fatos extraordinários, a semelhança de Nosso Senhor Jesus, e assim ocorre de tempos em tempos na humanidade. E há ainda a ajuda de seres invisíveis, ou visíveis, como os anjos e tudo mais, o que não entra muito na discussão dos que observam os milagres. Por que não intermediários ajudando no trabalho do Senhor? E as formas-pensamento, que falou Annie Besant também podem explicar muitos dos fenômenos que ocorrem em grupos com grande fé (Igrejas?), ou mesmo de um ser objeto de sua fé no mundo invisível (egrégore?), que ganha vida própria. Isso sem falar em demônios que poderia m enganar e assim por diante.
         Fato que a fé das pessoas leva ao milagre, às vezes, e quem o faz é um Poder Superior, não descoberto ainda pela ciência. Isso não se pode vender ou comprar como querem alguns, mas é o que existe de mais sagrado, que é a prova de todas as crenças que recebem a bênção. Quando alguém se coloca no lugar de Jesus ou de Deus deve trazer muito cuidado, pois é o ego (diabo) que fala neles, quando se fazem maiores ou substitutos do Senhor. Acredito em milagres, mas sei que coisas ocorrem por poderes ocultos, que nem a ciência e nem a religião ainda talvez conheçam. Isso contudo de forma nenhuma afasta Deus, amas em verdade o coloca na presença constante naqueles que nos ajudam, anjos e outros seres. Mas sem o Senhor nada é feito.
        






domingo, 21 de outubro de 2012

Os números misteriosos no livro Apocalipse da Bíblia

Os números misteriosos no livro Apocalipse da Bíblia


A interpretação dos números requer a ciência esotérica dos mesmos (gematria). Isso não pode ser inventado, como fazem alguns em sua criatividade abundante. Mas é uma ciência antiga, que remonta o saber da noite dos tempos, e onde se baseiam os mistérios, e que sábios bebiam. Fica claro que o livro do Apocalipse segue esse simbolismo, e que as Bestas e outros adornos hieroglíficos são para velar esses mistérios, que passam longe do olhar profano. Requer a ciência oculta, e isso não se faz apenas por um batismo. A confusão continua com o número 666, o quadrado solar e a carta 18 do tarô (6+6+6), e assim vemos toda a sorte de interpretações equivocadas, querendo condenar a própria Igreja ou fazendo do anticristo (se é o número do homem, é o homem então o anticristo?) a razão principal, e o adversário dos judeus (Satanás, Satã), que era um adjetivo e não nome próprio, o rei de tal número. Nem o Papa escapou de ser designado como um anticristo! Fato é que não se tendo a chave de quem escreveu o livro, fica difícil querer ver algo em suas sentenças. Contudo, como já vimos desde a interpretação do livro do Gênesis, o saber é o centro e vemos 4 níveis de interpretação, o literal, o alegórico, o moral e o místico, interessando esse último a nós. O Apocalipse não pode ser interpretado literalmente. Já em nível alegórico e moral, vemos que algumas lições podem ser tiradas, como a de se defender as virtudes cristãs e superar vícios pagãos. Já o místico requer ciências como as que são compiladas pela cabala e pela tradição oral cristã, bem como as experiências místicas de santos e assim por diante. Como a tradição dos primeiros cristãos era ainda judaica, e em grande parte da seita dos essênios, que eram cabalistas (segundo Adoum), utilizei assim da cabala como foco desse livrinho revolucionário que agora você tem em mãos. E as chaves assim estão em parte reveladas, pois sábios como que escreveram o Zohar e o Sepher Yetzirah já o traduziram de forma mais ou menos clara. Aqui proponho uma cabala cristã. E a relação entre culturas não pode ser evitada, uma vez Moisés sendo egípcio e Jesus judeu.

(Trecho de livro “Bíblia e Misticismo”, do autor)


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Nascimento para o alto

Nascimento para o alto

“E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna”. (João 3: 14-15)

Jesus Cristo provou o nascimento para o alto a que fala João quando morreu e ressuscitou. O cristão também trilha esse caminho até Cristo, de modo que se inicia no batismo e que um dia se efetiva pelo Espírito Santo. Isso estava prefigurado na serpente que subia, a que Moisés criou para se proteger do veneno de cobras, quando no deserto. Essa serpente é símbolo do fogo serpentino que sobe na medida em que as pessoas buscam a castidade, ou pelo menos sacrificam um pouco de seus instintos, em obra destinada para seu Senhor. Quando se serve ao demônio, há o serviço a serpente da tentação e do pecado, por outro lado. E não apenas o batismo de água garante essa subida, mas há de ser necessário um batismo de fogo, que é dado por Cristo e pelo Espírito Santo. Logo, a semente deve germinar em terra fértil, não em espinhos ou rocha. Desse modo pode subir até o Pai, Senhor da Sabedoria (hockmah), provando fruto maduro da árvore da vida. Esse é o novo nascimento, o que não mais encontra barreira na carne e nem depende da concupiscência. Só assim pode conhecer as 7 igrejas a que fala o Apocalipse, e também abrir os 7 selos, a fim de mostrar a veste branca com o sangue de Cristo, que partilhou.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Acréscimos no Evangelho

Acréscimos no Evangelho

                Teólogos falam sobre certo acréscimo no Evangelho, em especial uma passagem que me trouxe a atenção: João 3:3 “Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? 5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”. Aqui fica claro que a palavra água foi acrescentada. Só resta saber por quem. Se foram por tradutores eclesiásticos a fim de defender doutrina de batismo ou outro motivo. Retirando a palavra água não se perde, nessa passagem. Há o que nasce pela carne e há o que nasce pelo espírito, um da Terra e outro do Céu. A carne não herda o Reino dos Céus. Nessa alusão sacramentaria a água deve estar em muitas passagens, e a fim de defender algum dogmatismo se acrescentou, talvez novamente pelo Espírito Santo que inspirava. Fato é que nascer pelo Espírito é diferente do nascimento carnal, e que se tornar criançinha e isso nos leva até uma doutrina de reencarnação se pensarmos literalmente, sendo prato cheio a espíritas. Fato que o convertido renasce em Cristo e isso constitui um nascimento tanto ou mais importante que aquele provindo da carne. Os redatores possivelmente tinham a limitação da língua e uma série de lacunas, uma vez que a doutrina em grande parte era secreta. Mas aos poucos tudo vai sendo revelado, e com água ou sem, percebemos a espada da verdade e da palavra de Deus.  

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Templo cristão e comércio

Templo cristão e comércio


“Se vós destruirdes o templo, eu reconstruirei em três dias”. Aqui Jesus fala do templo cristão, que é seu corpo, que seria muito mais que um templo de pedra em Jerusalém. Na ocasião da sua revolta contra o lucro e o comércio no templo, templo este que empregava em torno de 20% de população de Jerusalém, bem como centro da alta hierarquia sacerdotal judaica, não sem motivo que o mestre Jesus teria de perturbar e mover estruturas já edificadas, mesmo que não muito morais. O Salvador vindo de uma cidade rural, de Nazaré, e sendo ainda da Galiléia, outra cidade de campo, talvez tenha se decepcionado com aquele templo tão sonhado de cidade evoluída e que na realidade estava sendo usado de forma maldosa pelos homens, ao invés de destinado ao Senhor Deus. Não é apenas daquele tempo a decepção com administradores do culto, e vemos mesmo em dias presentes o comércio do templo e uma série de outras intenções sobre a casa do Senhor. Na verdade o cristão é templo do Espírito Santo, e não moradas de pedra. Em que pese a Igreja ser essencial, haja vista propagação do evangelho, sempre está atual a crítica envolta no comércio a que se exerce nesse meio, com teologias de prosperidade e venda de milagres, como presenciamos em segmentos mais recentes. O comércio tem suas próprias regras, e pelo contrário, o cristão que mais deve é aquele que se torna mais amado por Jesus. O lucro é antes espiritual que material, e buscar ao Senhor em primeiro lugar, e depois se preocupar com o que vestir ou comer. Vemos a inversão desses ensinamentos de Jesus cada vez mais acentuada, e se volta ao bezerro de ouro, não mais possuindo hoje os raios de Moisés para tragar essas mazelas. De qualquer forma, resta o templo espiritual que é reconstruído em 3 dias, e na Trindade vemos ainda esse sinal oculto, e dar a César o que é de César, e ao Senhor o que é do Senhor. E o cristão é o verdadeiro templo.

sábado, 23 de junho de 2012

Purgatório, testemunho e livros dos Macabeus

Purgatório, testemunho e livro dos Macabeus




            Recentemente entrei em contato com um livro de testemunho cristão de uma senhora venezuelana (Glória Polo), chamado “O Livro da Vida: da ilusão à verdade”, que é um relato de quem esteve no outro lado da vida e voltou, tendo ela a experiência do purgatório, e retornando a vida, após ser atingida por um raio e estar em coma. Pelos relatos até fiz uma ponte ao que outras religiões falam, e nos leva a crer que existe sim no post mortem algo que evidencie a veracidade de antigas teologias. Mas há quem diga que o purgatório foi uma invenção, quando não vê que na sua Bíblia há o livro dos Macabeus, no seu segundo livro, capítulo XII, versículos 38-46, e por isso talvez retirado por reformadores, a gosto de Martinho Lutero (Martin Luther), que nos gera uma lacuna, acusando certos livros de apócrifos.
         Vemos que em outras doutrinas, religiões, seitas e tudo mais, esse relato de Glória não está sem sentido, e que sim, os pecados geram efeitos. Ela arrependeu-se tardiamente, mas entende estar em missão ao ter retornado do outro lado da vida, e lá sofreu pelo que cometeu, estando entre almas igualmente perdidas (a que chamou de demônios), e buscando auxílio em Deus e em Maria. Ela mesmo descreve uma vida mundana e cheia de modas que seguia, além de ter praticado abortos e toda a sorte de pecados, mas que não se diferencia muito da vida de qualquer pessoa. Também há o relato da necessidade da busca e do respeito da doutrina cristã, no caso dela Católica, mas que podemos entender e estender a outros segmentos.
         Mesmo lendo obras espíritas como “Libertação” e “Ação e reação”, do Chico, que parecem obras de cristianismo espírita, vemos que os relatos de Glória encontram ratificação no que foi descrito pelo espírito que a ele descreveu esse mundo post mortem, que antecipa o céu ou o inferno. Também doutrinas místicas como de Swedemborg e mesmo Max heindel, relatam o outro lado e até o que vem a ser o purgatório ou faixas exteriores ao nosso mundo carnal. Mesmo Dante em sua Divina Comédia dá informações que não são de todo inverídicas, e podemos ali encontrar verdades sobre os planos do astral. Sabemos que mesmo Cristo teria descido ao inferno e voltado.
Todas essas informações nos alertam para que a Justiça Divina e o Juízo Final não são invenções, e que mesmo doutrinas como a do Gehena judaico têm sim uma experiência espiritual por trás. É a lei da consciência que opera, e ninguém pode fugir dela. São leis automáticas que nos levam mesmo na imortalidade a compreender que sem a conversão real, não estamos livres daqueles atos ruins ou pecados que cometemos. Desde já fica seguro o arrependimento e a conversão, e na imitação de Cristo as pessoas têm mais segurança que seguindo modas de consumo e ilusões passageiras. Gloria Polo dá um testemunho místico moderno sobre isso. E o livro dos Macabeus guarda sua importância na Bíblia. E também nos ensina que vale orar pelas almas, para que encontrem a ressurreição, mesmo que tenham cometido erros em vida.  


terça-feira, 5 de junho de 2012

Judaísmo

Judaísmo

Sempre tive no judaísmo grande influência em minha filosofia, mais especificamente pela mística judaica e pela cabala. Sabemos de vários costumes judaicos e suas regras, como circuncisão, alimentos, festas, feriados e demais acontecimentos, e temos no sábado ainda dia de descanso e várias influências no cristianismo, que sem o judaísmo ficaria vazio de sentido.
Há várias crenças comuns entre nós e eles. Como a ressurreição, o Juízo Final, os anjos, Deus único, os mandamentos. A Torá possui 613 mandamentos, que são os nossos 10 e mais outros, como regras alimentares e de costumes e convivência. As regras alimentares não são sem sentido, pois animais possuem, alguns deles, demônios, ou a alma animalesca, que afasta o homem da alma divina. O misticismo do hassidismo explica isso. Vai muito além de não apenas comer carne de porco. E a alma possui 613 órgãos com 613 mandamentos, segundo Rabi Zalman. O judeu ora 3 vezes por dia, ao nascer do Sol, ao por do Sol e quando apontam as 3 primeiras estrelas no céu. Ainda há a benção antes e depois das refeições. O ano novo judeu é diferente do nosso, fica entre setembro e outubro e se chama Hosh Hashaná, e 10 dias depois há o dia do perdão, com jejum.  Também o judaísmo não apóia a cremação, haja vista que o Messias restaurará os corpos no Juízo, prejudicando assim segundo eles, esse procedimento.  Acreditam na ressurreição e também na reencarnação, segundo Abraão Bernardo Sweiman, responsável por uma sinagoga em São Paulo, no Bom Retiro. E entendem a alma não só como humana.
A cabala foi entregue a Moisés juntamente com as pedras dos mandamentos. Isso se trata da tradição oral e mística, que é também um 4° nível de interpretação da Torá, que foi ainda escrita posteriormente. Temos assim cabala presente na Mishna, bem como nos Talmudes (babilônico e de Israel) e especialmente em dois livros, no Zohar (explendor, palavra presente em Ezequiel) e no Sepher Yetzirah, o Livro da Criação. O Zohar tem mais de 20 Volumes de comentários sobre a Torá ou Antigo Testamento (Tanach), e o Sepher Yetzirah fala de uma Criação a partir da água, fogo e ar.

Deus criou o mundo pela Torá, pois Tora significa Lei, e antes das coisas existirem fez essa lei. As letras guardam assim energia, e são ao mesmo tempo números. Nos leva assim ao filósofo Pitágoras e sua divindade do número. Na cabala existe a guematria e outras técnicas que revelam uma sabedoria dos números presentes na Torá. A cabala fala em 4 mundos ou dimensões: o dos arquétipos, o da Criação, da emanação e da manifestação. Estaríamos mais nesse último, mas em relação com outros mundos. Grande parte do fundamento disso está em Ezequiel, com sua carruagem divina, a Merkabah. Toda uma tradição mística se envolveu dessa narração do profeta. Antes da queda Adão tinha corpo de luz e conversava e mandava nos anjos. Também Adão teria recebido um livro de Deus e outros fatos que pela tradição revelam mais detalhes que pelos evangelhos.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cristologia Alta

Cristologia alta

“Ao que perguntaram todos: Logo, tu és o Filho de Deus? Respondeu-lhes: Vós dizeis que eu sou”. (Luc 22:70)

        Hoje acordei e via na TV o programa no canal católico Rede Vida, chamado “Páginas difíceis da Bíblia”, onde se falava de cristologia alta, que se refere a estudo de títulos, nomes que são dados a Jesus, ou que ele mesmo se dá, que relacionam este a Deus, nos levando assim a Trindade. A cristologia baixa seria um modo de ligar Jesus a um profeta, mas não necessariamente a sua divindade.
            Na cristologia alta o principal nome ou título (ou mote) que Yeshuah ou Jesus se dá está em João e outros evangelistas, que é EU SOU. Isso ocorre várias vezes, como em frases: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida”, “Eu Sou a ressurreição” e assim por diante, nos levando a sarça ardente de Moisés, onde o Senhor disse “Eu Sou Aquele que Sou”, ou seja, ao próprio Deus. Já a cristologia baixa, poderíamos ver Jesus designado como Filho do Homem, O Profeta, Emanuel, Filho de Deus, Galileu, Nazareno e assim por diante.
            Esse Eu Sou nada mais é que mistério do Verbo, ou do Logos/Pneuma, ou Sopro, o que nos aproxima da presença do próprio Deus, e de Sua Palavra. Pois Deus se manifestava em coluna de fumaça, sarça ardente, nuvem, etc, através de Sua Voz, pois não era dado ao homem ve-Lo face a face. Logo Jesus nesse seu mote, que é nome iniciático, assim como o nome Yeshuah, nos mostra aquele que é o Homem-Deus, já sendo tema dedicado de Martinistas, entre Willermoz, Saint Martin e Böehme. Nos leva assim a cristologia alta a uma mística, onde superamos o homem carnal Jesus, sem negá-lo, e assim adentramos na esfera do espírito que vivifica, em níveis superiores de hermenêutica.  
            Também nos leva a relação com o Espírito (Santo), com pneuma. Assim a Trindade pode nos revelar a lei do triângulo, já presente em outras visões sobre o divino, ao longo do mundo. O Jesus Cristo também nos leva a pensar na personalidade de Deus, como veem os hindus para o seu Krishna. A cristologia alta então faz do EU SOU uma personalidade de Deus, o próprio Deus, sem contudo negar que há distinção entre o Pai e o Filho. Vemos mesmo que o poder de cura e transformação é mesmo divino, e que o poder do Verbo é algo que supera a mera carnalidade, ligando-se muito a palavras de poder, e pensamentos, como demonstra o maçon Jorge Adoum em suas obras. E Martinistas veem Jesus como O Grande Arquiteto. Nesse passo, um místico Rosacruz chamado Vicente Velado  (criador do quadro acima retratado) diz que Cristo é regente do sistema solar, chamando-o de Cristus Rex. Por tudo isso, vemos que a tradição mesmo, e até o Credo Católico, que soma tradições orais a escritos evangélicos, afirma que Jesus se trata do homem-Deus, nos ratificando uma cristologia alta.  

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Significado místico da Páscoa

Significado místico da Páscoa





            A ressurreição de Cristo é a manutenção da vida da Natureza, de forma que anualmente esse Verbo renova o que parecia morrer, pois tem no Cósmico sua influência de germinação, que representamos pelo ovo, origem da vida, pois o Cristo é a origem da vida, é “O Vivo”. Assim também o pão do céu e a fuga das trevas do Egito, da escravidão, nos levam errantes e transeuntes no rumo à liberdade, que apenas se encontra na “terra de leite e mel” (no Reino dos Céus). Então esse pão do céu é na verdade a Torá-Bíblia (Lei), que entregue pelo Altíssimo encaminha o homem para a alimentação de seu espírito, verdadeira alimentação. As 4 letras do Nome Santo assim estão unidas e o homem santo (tsadik) está na presença de Deus (Shekinah), e é um Cristo em formação, para por fim ter se libertado da sua cruz pessoal (matéria que aprisiona).
         Nessa época, no hemisfério norte as sementes germinam e aparecem também os frutos, e assim a vida que Cristo Cósmico difunde no mundo, revela o seu sacrifício, o sacrifício do Logos na matéria, que assim vive e revive. E o ovo está em várias cosmogonias, desde a escandinava, a hindu, egípcia e outras, revelando a origem do Universo, que hoje a ciência coloca sabiamente no ovo anterior ao Big Bang. Esse ovo é claramente símbolo além da vida, do ciclo e do retorno a vida após a transformação, que entendemos por morte. Um ciclo é revelado, e isso supera a velha linha reta, que apenas está com relação a ressurreição, mas que antes exige a reencarnação para sua devida evolução. E o ovo é chocado pela serpente, não por satanás, mas pela serpente que está na estaca (ou cruz) de Moisés, na serpente de bronze, que prefigurava Cristo.
         E o homem encontrará esse mistério no “Juízo Final”, na segunda morte, onde seu veículo grosseiro e animal é dissolvido para dar lugar ao santo veículo de consciência, pois assim está escrito que não “herda o Reino a carne”. Então por isso “não mais haverá esposos e esposas”, nem mesmo será necessária a morte. A ressurreição estará assim presente quando encontradas as “7 igrejas” e também abertos os “7 selos”, pois antes desse tempo, ou “daquele tempo” não poderá ter revelado esse mistério. Cristo morreu por todos os “vivos”, e ressuscita em toda a vida que evolui, fazendo si mesmo a presença através do Espírito Santo. E a espada (do Verbo) vem para esse tempo, somente podendo ouvir quem “tiver ouvidos para ouvir”, pois do contrário não serão reconhecidos. Morte no plano material é nascimento no plano espiritual, e vice-versa. Cristo rompeu o ciclo, quebrou o ovo, e assim teremos nós um dia que fazer.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Versículos do gênesis comentados

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

Comentário: O Adão Kadmon, o Homem Universal, que possui a Alma de onde surgem todas as almas, incluindo todas estas na sua (conforme O Tanya), tinha domínio sobre os anjos, os quais o temiam. O poder desse Adão o poderia dar a referência de um filho de Deus, perfeito. É a árvore da vida, o diagrama cabalístico onde está o universo e seus mundos, sendo em macrocosmo o que é representado em microcosmo no corpo do homem, ou da humanidade (coletiva). A Criação é feita por meio da fala, segundo Pirkê Avot, pois “o mundo foi feito com 10 pronunciamentos”, o que nos faz pensar nas dez sefirot, esferas da árvore.

27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

Comentário: Imagem por ser santo, pois O Senhor é santo. E pela lei do gênero, tudo tem gênero, logo essa obra resultou em macho e fêmea (não fala homem e mulher). Aqui muito místico falam de um Adão andrógino, possuindo os dois sexos, e é de certa forma uma fase esotérica da evolução da humanidade, descrita por outras vertentes religiosas. Tal raça especial teria vivido até na Lemúria, segundo alguns esoteristas. Também a imagem e semelhança se deve a Alma antes estar nos minerais, vegetais e animais, cuja forma não é humanóide. Certas tradições falam que existia um homem mineral e um homem vegetal (Max Heindel), e isso pode justificar que antes não havia “imagem e semelhança”. Saint Yves fala em “corpo de anjo”, o que pode ser também bem provável, uma vez que os Elohim na obra da Criação eram anjos, e tinham o Nefesh (Alma), da qual “sopram” em Adão. A imagem também é a capacidade de pensar, a inteligência da humanidade. Em verdade, a primeira raça foi sem sexo e a segunda hermafrodita, a terceira, hermafrodita que se separa (Caim-Abel), a quarta provou o fruto proibido e a quinta que se aproxima do quinto elemento. Fato é que a primeira raça era espiritual, então não podia ser atingida por dilúvio ou fogo. São assim em sentido oculto 7 Adões.

(Trecho do livro Bíblia e Misticismo)