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sábado, 23 de junho de 2012

Purgatório, testemunho e livros dos Macabeus

Purgatório, testemunho e livro dos Macabeus




            Recentemente entrei em contato com um livro de testemunho cristão de uma senhora venezuelana (Glória Polo), chamado “O Livro da Vida: da ilusão à verdade”, que é um relato de quem esteve no outro lado da vida e voltou, tendo ela a experiência do purgatório, e retornando a vida, após ser atingida por um raio e estar em coma. Pelos relatos até fiz uma ponte ao que outras religiões falam, e nos leva a crer que existe sim no post mortem algo que evidencie a veracidade de antigas teologias. Mas há quem diga que o purgatório foi uma invenção, quando não vê que na sua Bíblia há o livro dos Macabeus, no seu segundo livro, capítulo XII, versículos 38-46, e por isso talvez retirado por reformadores, a gosto de Martinho Lutero (Martin Luther), que nos gera uma lacuna, acusando certos livros de apócrifos.
         Vemos que em outras doutrinas, religiões, seitas e tudo mais, esse relato de Glória não está sem sentido, e que sim, os pecados geram efeitos. Ela arrependeu-se tardiamente, mas entende estar em missão ao ter retornado do outro lado da vida, e lá sofreu pelo que cometeu, estando entre almas igualmente perdidas (a que chamou de demônios), e buscando auxílio em Deus e em Maria. Ela mesmo descreve uma vida mundana e cheia de modas que seguia, além de ter praticado abortos e toda a sorte de pecados, mas que não se diferencia muito da vida de qualquer pessoa. Também há o relato da necessidade da busca e do respeito da doutrina cristã, no caso dela Católica, mas que podemos entender e estender a outros segmentos.
         Mesmo lendo obras espíritas como “Libertação” e “Ação e reação”, do Chico, que parecem obras de cristianismo espírita, vemos que os relatos de Glória encontram ratificação no que foi descrito pelo espírito que a ele descreveu esse mundo post mortem, que antecipa o céu ou o inferno. Também doutrinas místicas como de Swedemborg e mesmo Max heindel, relatam o outro lado e até o que vem a ser o purgatório ou faixas exteriores ao nosso mundo carnal. Mesmo Dante em sua Divina Comédia dá informações que não são de todo inverídicas, e podemos ali encontrar verdades sobre os planos do astral. Sabemos que mesmo Cristo teria descido ao inferno e voltado.
Todas essas informações nos alertam para que a Justiça Divina e o Juízo Final não são invenções, e que mesmo doutrinas como a do Gehena judaico têm sim uma experiência espiritual por trás. É a lei da consciência que opera, e ninguém pode fugir dela. São leis automáticas que nos levam mesmo na imortalidade a compreender que sem a conversão real, não estamos livres daqueles atos ruins ou pecados que cometemos. Desde já fica seguro o arrependimento e a conversão, e na imitação de Cristo as pessoas têm mais segurança que seguindo modas de consumo e ilusões passageiras. Gloria Polo dá um testemunho místico moderno sobre isso. E o livro dos Macabeus guarda sua importância na Bíblia. E também nos ensina que vale orar pelas almas, para que encontrem a ressurreição, mesmo que tenham cometido erros em vida.  


terça-feira, 5 de junho de 2012

Judaísmo

Judaísmo

Sempre tive no judaísmo grande influência em minha filosofia, mais especificamente pela mística judaica e pela cabala. Sabemos de vários costumes judaicos e suas regras, como circuncisão, alimentos, festas, feriados e demais acontecimentos, e temos no sábado ainda dia de descanso e várias influências no cristianismo, que sem o judaísmo ficaria vazio de sentido.
Há várias crenças comuns entre nós e eles. Como a ressurreição, o Juízo Final, os anjos, Deus único, os mandamentos. A Torá possui 613 mandamentos, que são os nossos 10 e mais outros, como regras alimentares e de costumes e convivência. As regras alimentares não são sem sentido, pois animais possuem, alguns deles, demônios, ou a alma animalesca, que afasta o homem da alma divina. O misticismo do hassidismo explica isso. Vai muito além de não apenas comer carne de porco. E a alma possui 613 órgãos com 613 mandamentos, segundo Rabi Zalman. O judeu ora 3 vezes por dia, ao nascer do Sol, ao por do Sol e quando apontam as 3 primeiras estrelas no céu. Ainda há a benção antes e depois das refeições. O ano novo judeu é diferente do nosso, fica entre setembro e outubro e se chama Hosh Hashaná, e 10 dias depois há o dia do perdão, com jejum.  Também o judaísmo não apóia a cremação, haja vista que o Messias restaurará os corpos no Juízo, prejudicando assim segundo eles, esse procedimento.  Acreditam na ressurreição e também na reencarnação, segundo Abraão Bernardo Sweiman, responsável por uma sinagoga em São Paulo, no Bom Retiro. E entendem a alma não só como humana.
A cabala foi entregue a Moisés juntamente com as pedras dos mandamentos. Isso se trata da tradição oral e mística, que é também um 4° nível de interpretação da Torá, que foi ainda escrita posteriormente. Temos assim cabala presente na Mishna, bem como nos Talmudes (babilônico e de Israel) e especialmente em dois livros, no Zohar (explendor, palavra presente em Ezequiel) e no Sepher Yetzirah, o Livro da Criação. O Zohar tem mais de 20 Volumes de comentários sobre a Torá ou Antigo Testamento (Tanach), e o Sepher Yetzirah fala de uma Criação a partir da água, fogo e ar.

Deus criou o mundo pela Torá, pois Tora significa Lei, e antes das coisas existirem fez essa lei. As letras guardam assim energia, e são ao mesmo tempo números. Nos leva assim ao filósofo Pitágoras e sua divindade do número. Na cabala existe a guematria e outras técnicas que revelam uma sabedoria dos números presentes na Torá. A cabala fala em 4 mundos ou dimensões: o dos arquétipos, o da Criação, da emanação e da manifestação. Estaríamos mais nesse último, mas em relação com outros mundos. Grande parte do fundamento disso está em Ezequiel, com sua carruagem divina, a Merkabah. Toda uma tradição mística se envolveu dessa narração do profeta. Antes da queda Adão tinha corpo de luz e conversava e mandava nos anjos. Também Adão teria recebido um livro de Deus e outros fatos que pela tradição revelam mais detalhes que pelos evangelhos.