Sejam bem vindos ao site sobre a Bíblia do ponto de vista místico e esotérico

Informações a respeito de cabala cristã, martinismo, arqueologia bíblica, interpretações, textos místicos e assuntos relacionados



segunda-feira, 30 de junho de 2014

Bênção de Jacó com maior detalhe, maná de arroz, ausência de pastor em passagem, e a diferença da Bíblia em Aramaico


Bênção de Jacó com maior detalhe, maná de arroz, ausência de pastor em passagem, e a diferença da Bíblia em Aramaico





“Levantando os olhos, José viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e perguntou: É este o vosso irmão mais novo de quem me falastes? E disse: Elohim seja propício a ti, meu filho. (Gên 47:29 - Bíblia em Aramaico – Targum de Onkelos )



E abençoou a José, e disse: Senhor, diante de meus pais Abraão e Isaque serviram ao Senhor, que me alimentou desde a minha chegada, até hoje, o Anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes” (Gên 48:15 - idem)



E a casa de Israel chamou o nome dele maná, e foi como a semente de arroz branco, e tinha gosto de bolo assado com mel. E Mosheh disse: Esta é a palavra que o Senhor ordenou”. (Gên. 16:14 – idem)



Issakar,rica en sustancia, tendrá su herencia entre los límites, y él, viendo su parte que es bueno, y la tierra que es fruto,someterá a las provincias de la gente, y dispersa a sus habitantes, y los que queden de ellos se convertirán en siervos de él y bringers de tributo. Desde la casa de Dan será elegido y se levantará un hombre en cuyo día a su pueblo será librado, y en cuyo año las tribus de Israel tener descanso juntos. Un hombre elegido surgirá de la casa de Dan, el terror de los cuales corresponderá a los pueblos, (un hombre) que herirá a los filisteos con fuerza, como la serpiente, la serpiente mortal,que está al acechopor A propósito, se destruye a los poderosos de la serie filisteos, los jinetes con el pie, sino que se debilita (aflojar) los caballos y carros, y tirar a sus jinetes hacia atrás.Para tu salvación he esperado, oh Señor!” Bíblia em Aramaico – Targum de Onkelos (Gênesis 49:14-17)




O Targum é essa tradição da Bíblia Hebraica em Aramaico, uma vez que muitos não conheciam o hebraico, juntamente com comentários, de modo que levava ao melhor entendimento do texto. Lendo o Targum de Onkelos, se percebe que não há muita diferença para a Bíblia que possuímos, assim provando sua autenticidade. Apesar disso, vemos que certas passagens têm outro enfoque, e que numa em específico, relativa a Jacó e seus filhos, há grande diferença. A Tradição Talmúdica, ou seja, tradição oral, valoriza muito a leitura desses Targuns, pois há ainda o do Targum Jonatã, sobre os profetas, e de Megillot. Aqui selecionei algo relativo a minha leitura, apesar de que estudos como o do Chumash comentado por Rashi, sejam ainda mais detalhistas. Fato é que isso está em sintonia com essa obra.
 
 

No que se refere a Dã, se fala de um homem, e dos filisteus, detalhes que nas bíblias outras não existem. E sobre Issacar, não fala de jumento algum. Também na passagem que fala sobre José, não há a referência a qualquer pastor (Gên. 48:15), que é para muitos a primeira vez que se toca nessa designação de Deus. Isso abriria uma analogia com Yehoshua (Jesus), que muitos usam para colocar o Filho em passagens da Torá e Antigo Testamento. Assim se fazem várias pré-figurações de Cristo em outros personagens, como em Ciro e tantos outros, e, mesmo em Davi. O mesmo se diga com características de Deus, presentes em Seu nome, como Elohim, Shaday, Adonay, IHVH etc, que são originalmente utilizadas, e que são alteradas para um termo único, o que desvirtua o Texto Sagrado.
 
 

Parece que no versículo sobre o maná, havendo uma explicação ausente em outras bíblias, geralmente se resumindo a declarar que estava congelado, ou que derretia ou estragava. Certo é que poderia ser preparado ou cozido. Então pensar no arroz ou em alguma semente, e bem como em um bolo doce como o mel, é muito mais explicativo que inventar um alimento mais miraculoso, se é que esse em si já não satisfaz. Existe história de até uma máquina para fazer o maná, e outros mistérios envoltos desse alimento dado pelo céu e pelo Senhor. Mas de interesse é essa versão do Targum, uma vez que fala em termos mais acessíveis e próximos. Vale ressaltar que a tradição oral ou talmúdica é de relevância, a fim de se compreender o texto da Torá, bem como para quem não tem um contato com a língua hebraica, restando que se compartilhe de simplificações, contudo não perdendo a essência do texto. Na passagem de Jacó se vê ainda uma maior riqueza de detalhes.






sábado, 21 de junho de 2014

Arqueologia bíblica e o Codex Sinaiticus, na busca da Bíblia Original


Arqueologia bíblica e o Codex Sinaiticus, na busca da Bíblia Original



 





“Veio para o seu próprio país e seu povo não o recebeu”. (João 1:11) – Codex Sinaiticus



“Mas o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se grávida pelo Espírito Santo”. (Mat. 1:18) – idem



“E, se alguém tirar das palavras do livro desta profecia. Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa; que as coisas estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém: vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com todos os santos” (Epístola de Barnabé, 1) – idem






Ao ler obras sobre Arqueologia Bíblica, se percebe que há grande enfoque na história da Mesopotâmia e do Egito, ficando esse último em destaque, haja vista dois grandes homens bíblicos estarem no Eito, ou seja: José e Moisés. Percebemos assim uma série de fatos que tentam ser cruzados, com eventos narrados na Bíblia. Mesmo não havendo provas tão verossímeis, a fé leva a se perceber a presença do povo hebreu entre os povos, e sua importância. Também muitas das cidades bíblicas mudaram de nome, e assim fica difícil a certeza de se existiam ou não. Os grandes impérios sim, e assim é neles que se pode focar. Mas de interesse é um pergaminho das Sagradas Escrituras encontrado em 1859, no mosteiro de Santa Catarina (igreja de Yebel Musa), que se chamou Codex Sinaiticus (O Livro do Sinai), contendo o que podemos entender como o de mais original na Bíblia, fora o Codex Vaticanus, fechado a sete-chaves pela Igreja. Esse local foi construído onde estava a sarça ardente de Moisés.
 
 

Parece à primeira vista que essa Bíblia se assemelha a que temos ainda na Igreja Católica. Porque tem o livro de Macabeus, Eclesiástico, Barnabé, Pastor de Hermas e outros depois ditos apócrifos por Lutero e alguns pela Igreja. Assemelha-se muito a versão da Bíblia da Igreja Ortodoxa Etíope, que já comentamos aqui. Se houve alterações, tem de se voltar ainda mais no tempo para encontrar uma Bíblia Original, uma vez que mesmo em 1600 anos atras temos aquele livro quase idêntico ao que possuímos modernamente. Apesar de alguns versículos estarem em outros lugares, e a disposição do texto nem sempre estar ipsis literis. Mas vemos que haviam mais livros do que naquela Bíblia que possuímos, seja católica, evangélica, de Torre de Vigia etc.
 
 
 

Pelo texto estar em grego, já tratamos de algumas versões diferentes para o hebraico, e ainda sobre o Velho Testamento, já falamos da Bíblia Hebraica, bem como de comentários de Talmud, Chumash, Rashi etc. Assim a novidade seja por termos o texto mais antigo e acessível, graças a trabalho de achado junto a Mosteiro de Santa Catarina. Ademais, já falei que nesses mosteiros há conservação dos documentos mais valiosos, e que mesmo em seus cantos há a tradição oral cristã, depositária de verdades que são as chaves de interpretação e poder. Mesmo ouvi de um membro da ordem dos exorcistas, da força do que vem daqueles meios, pela sua característica legítima, e pelo comportamento mesmo dos monges, de vida dedicada e santa. Interessante no codex se fala em Barnabé para não se tirar o livro, e vemos que todas as igrejas o fizeram, o que nos traz desconfiança. Percebemos que a arqueologia bíblica mudou muito a concepção das Escrituras, seja pelos Manuscritos do Mar Morto, seja por esse papiro, ou mesmo por o que é encontrado no Egito e Mesopotâmia. Comprova a fé e leva até heranças materiais e relíquias. Porém o mundo cristão não se vê prejudicado com esses achados, e ainda há sim de os aproveitar, para confirmação histórica e para fortalecer ainda mais sua fé.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O sinal da barra de ferro, as mudanças temporais e luzes no nascimento e morte, árvore da vida como verdadeira felicidade. Da Igreja pequena e a esfera de profecia, em livro de Mórmon


O sinal da barra de ferro, as mudanças temporais e luzes no nascimento e morte, árvore da vida como verdadeira felicidade. Da Igreja pequena e a esfera de profecia, em livro de Mórmon





“E quando Moisés entrava na tenda, a coluna de nuvem descia e ficava à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés”. (Êx. 33:9)


“ e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino”. (Mat. 2:9)


“Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera” (Luc. 23:44)


“Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;com a qual se prostituíram os reis da terra” (Apo. 17:1)




Já tratamos da referência a Jesus em outros Livros Sagrados que não a Bíblia, mas que a complementam, como o exemplo do Alcorão. Agora trataremos do que fala o Livro de Mórmon, e até onde ele entra em sintonia com a Bíblia e se torna uma Revelação Moderna, através de seus profetas da linhagem de José egípcio, e mais modernamente de Joseph Smith. De interesse é o profeta Néfi, que tem revelações sobre o nascimento, vida, morte e crucificação de Jesus, ou do messias, e da revelação aos Gentios, em um povo chamado de “branco”, que seria a América. Vale até onde isso nos complementa a Bíblia e fundamenta ainda mais a fé e a tradição sagrada, que foi dada de boca a boca e depois colocada em placas, pergaminhos e papiros.

Já ouvimos e lemos sobre as mudanças climáticas e milagrosas no momento do nascimento e ressurreição de Yehoshua (Jesus). Assim luzes apareceram no céu, quando da noite anterior, no sentido de deixar claro. Dias como se não houvesse noite. E uma nova estrela apareceu, que nunca antes havia sido vista. Também no momento de sua morte não houve luz pelo tempo de três dias, até que ele ressuscitasse. Isso está descrito em Capítulo 14 de profeta Helamã, também filho de Helamã.
 
 
 

Também se fala em duas igrejas, uma do cordeiro e outra do diabo. Essa última seria a grande, e chamada de prostituta, que tem domínio sobre a Terra, nações, tribos, línguas etc. Já a igreja pequena seria a do cordeiro, que aqui parece se referir a de “Jesus dos santos dos últimos dias”, já na América. Mas se fala também na restauração dos judeus nos últimos dias, ainda se referindo a casa de Israel como o povo do convênio do Senhor. Na verdade é a relação entre a “Oliveira” e o “Ramo”, e de como a revelação de Yahu (Deus) passou entre povos, chegando modernamente através do Messias (Yehoshua/Jesus). Isso descrito em profeta 1 Néfi 14,15.

De novidade é a citação de uma “barra de ferro”, como um sinal. Assim, vemos em 1 Néfi 11:25: “ E aconteceu que vi que a barra de ferro que meu pai tinha visto era a palavra de Deus, que conduzia a fonte das águas vivas, ou seja, a árvore da vida; águas que eram um símbolo do amor de Deus; e também vi que a árvore da vida era um símbolo do amor de Deus”. Vemos as pessoas procurando a felicidade, seja em dinheiro, prazeres e fama. Mas aqui percebemos que essa felicidade está na árvore da vida, cujo fruto traz a felicidade. Pois muito melhor que a felicidade passageira e ilusória, é aquela permanente. E essa se encontra na barra de ferro, que é a palavra de Deus.
 

Também vemos que para os profetas, há meios diferentes de Presença Divina (Shekiná), que antes tínhamos em colunas de fumaça e fogo, ou na montanha, tabernáculo, céus se abrindo ou outros meios. Aqui se fala em uma “esfera”, que mostra o caminho para o profeta. Além de conversa com anjos e instruções especiais. Assim se cita (1 Néfi 16:26,30): “E aconteceu que a voz do Senhor lhe disse: Olha a esfera e vê as coisas que estão escritas”; “E aconteceu que eu, Néfi, me dirigi ao cume da montanha, de acordo com as direções dadas na esfera”.

No mais o livro de Mórmon confirma a antiga e a nova aliança, tratando de Moisés, Abraão, José, bem como tantos outros, até Jesus e seus doze apóstolos. Vemos assim que existe mesmo alguma tradição que chegou até esse escrito, e que se resta alguma placa onde estava escrito essa Revelação Moderna, não sabemos, mas percebemos que a mensagem ali descrita se assemelha em muito aquela presente na Torá e nos escritos seguintes. Cabe confirmar o nascimento, as profecias cumpridas e tudo mais em relação a Yehoshua (Jesus), e que o povo judeus foi aquele da aliança, restando também aos gêntios um convênio ou aliança, através do cordeiro de Deus, o messias.


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre a veneração de imagens, Trindade, anjos antes do mundo, pecado na alma, pena após a morte e corpo espiritual em Agostinho de Hipona e cabala


Sobre a veneração de imagens, Trindade, anjos antes do mundo, pecado na alma, pena após a morte e corpo espiritual em Agostinho de Hipona e cabala




“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gên. 1:26)



“Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás” (Ex. 20:4-5)



“Naquela mesma noite, disse o Senhor a Gidão: Toma um dos bois de teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta a asera que está ao pé dele”. (Juizes 6:25)



“Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório” (Êxo. 15:18)



A tradição cristã em muito se diferenciou da judaica, apesar de sua origem judaica. Parece que inseriu alguma mística no judaísmo, e assim interpretou a Torá ou a Lei de modo ousado, mas não foi contra a Lei e nem tirou a responsabilidade. Antes colocou responsabilidade, com a doutrina do inferno e purgatório, e ainda com a relevância que trouxe ao Filho, ou messias (Machiah), e ao Espírito Santo (Hayot ha Kodesh), que parece antes estarem mais em uma tradição oral. O meso se diga da concepção Tri-Una de Deus, chamada de Trindade, mas que ainda reconhece apenas um só Deus. Isso sem falar na veneração de imagens, mais como símbolos de fé, bem diferente da idolatria pagã, que colocava o ídolo como Deus. Ademais, o próprio IHVH (Deus) ordenou fazer querubins na arca da aliança, uma serpente no posto a Moisés e mais. Não sendo assim qualquer imagem que se referem os Dez Mandamentos, pois se o fosse não poderíamos ter fotografias. Ademais, a arqueologia bíblica descobriu gravuras e imagens construídas por cristãos primitivos, como um carneiro e peixes.
 
 
 

Lendo a Cidade de Deus de Agostinho de Hipona, percebemos essa tradição que nos foi herdada. Assim fala: “Nós, os cristãos, não cremos em Pedro, mas n'Aquele em quem Pedro acreditou; sendo deste modo que somos edificados pelas palavras de Pedro anunciadoras do Cristo" (A Cidade de Deus 8,54). e “A cidade celeste, ao contrário, conhece um só Deus, único a quem se deve o culto e a servidão, em grego chamada 'latreia' (adoração), e pensa com piedade fiel não ser devido senão a Deus” (A Cidade de Deus 19,17). A questão se concentra na noção de veneração, que é diferente da adoração. Veneramos uma imagem que leva até Deus, não a imagem em si. Senão cultuaríamos a arca da aliança, a arca de Noé e outras obras que Deus mandou fazer, e que ousamos reproduzir em “imagens”. Yehoshua (Jesus) na cruz se tornou o maior símbolo desse aspecto. Idolatria é ter um culto contrário a Deus, o que nas Escrituras se refere aos Baals, Asheras etc.

Sobre a Trindade, temos apenas a lembrança da importância do Machiach (Jesus) e do Espírito Santo, em trabalho junto a Elohim (Deus). Deus continua sendo único Deus. O Espírito Santo é o espírito do Pai e do Filho, segundo Agostinho. Isso explica o termo plural usado em Gênesis. A divisão trina está assim em imagem e semelhança no homem, pelo seu corpo triplo (nephesh, neshamá e ruach), bem como em sua anatomia (cabeça, tronco e membros). Isso ainda respeita a lei mística do triângulo, e nos leva a pensar no Grande Rosto a que se refere a kabalah, ou as três primeiras sephirot (Kether, Hokmá e Biná). Isso não faz de Deus mais que um, pois são emanações, e senão acusaríamos os cabalistas judeus de politeístas, o que não são.
 
 

 
 
Sobre os anjos anteriores ao mundo, fato é que provavelmente trabalharam e auxiliaram Elohim. Os anjo certamente já estavam antes com En Sof, esse aspecto ainda não compreendido ou oculto de Deus. Mas os mesmos anjos não são coeternos, e assim não devem ser cultuados nos lugar do Senhor. Sobre o pecado, muito se fala na tentação da carne. Mas o autor de Cidade de Deus se refere que o pecado vem da alma, o que talvez possamos entender no livre arbítrio e na razão humana. Seria muito fácil mesmo culpar a carne, e fugir de responsabilidades. Para isso há as penas após a morte, como no inferno (ou Gehena), e assim sofrendo o que ele chama de penas purgatórias. Mas nem todos que as passam sofrerão após Juízo Final. Claro que na ressurreição há uma nova natureza, o que passa a ser referido como corpo espiritual, apesar de Jesus ter se alimentado junto a seguidores (talmudim) após sua ressurreição. Fato é que Jesus poderia ter se materializado, como já comentamos. Mas esse corpo espiritual não sofrerá o mesmo que o carnal (atual), como prometido em livro do Apocalipse. Paulo já sabia, e comentava em suas cartas.




domingo, 8 de junho de 2014

Serpente que caminhava, Adão criado fora do paraíso, casal antes de Adão e concavidade interior da Terra em visão de Casanova


Serpente que caminhava, Adão criado fora do paraíso, casal antes de Adão e concavidade interior da Terra em visão de Casanova



o Espírito de Deus incubava sobre a face das águas” (Gên. 1:2)



Jeová Deus havia ornado de plantas o jardim voluptuoso no Oriente, onde colocou o homem que acabava de fazer” (Gên. 2:8)



Deus vos ordenou não comer de todos os frutos das árvores desse jardim?” (Gên. 3:1)



que seja feita uma abóboda entre as águas para que separe as mesmas águas umas das outras” (Gên. 1:6)




Encontrei uma obra comentando o Gênesis, dos anos de 1780, onde observei vários detalhes místicos interessantes, e bem como lembranças do original em hebraico e mesmo do que temos na Vulgata, de tal modo que nos aparecem perplexidades de interpretação. Casanova é conhecido pela sua vida de mulherengo, ou por suas obras de estilo quase erótico, mas pouco se fala em estudos como esse, que se trata de um verdadeiro comentário místico do livro Gênesis bíblico. E um trabalho feito com fé, apesar do espírito do renascimento, que se envolve de uma profundidade extra em assuntos teológicos e envoltos de uma visão de religiões comparadas.
 

“Quem estuda a Bíblia deve deter-se em todas as passagens que, à primeira vista, lhe pareçam contradições; e apenas deve abandoná-las quando, à força de estudo, descobriu que as contradições são apenas aparentes, pois se se pudesse verificar que na santa escritura há uma única contradição em matéria de fé nossa religião passaria a ser declarada imediatamente falsa” (Comentário Literal Sobre os Três Primeiros Capítulos do Gêneses – Giovanni Jacopo Casanova). Para tanto, aqui selecionei algumas passagens polêmicas, e um tanto misteriosas. A principal novidade do autor é declarar que existe uma concavidade em nosso planeta com outra humanidade, e que esta terra seria talvez o paraíso.
 
 

Casanova pensa de modo parecido ao meu. Fala que existiu um primeiro casal, e que Adão não estaria sozinho. Assim cumpriria a lei hermética do gênero, presente em toda a natureza. Relembra doutrina de andrógino propagada por Platão e ainda fala que Adão teria sido criado em nosso mundo, e depois transportado para o paraíso (este na parte interna de nosso planeta), e depois na queda transportado para nossa superfície. Ademais, fala em Adão mortal no paraíso, haja vista que não comeu do fruto da árvore da vida. Outrossim, que Eva saiu virgem do paraíso. Esses detalhes nos deixam pensativos, haja vista questões serem debruçadas pelos padres da Igreja primitiva e pelos teólogos posteriores. De interesse é que o autor faz duras críticas a Agostinho de Hipona, o que nos mostra que Casanova era entendido em filosofia, tanto quanto em mulheres, pelo qual teve a fama. Essa terra interior a nossa a que ele fala, teria um sol fixo e uma vida semelhante a nossa, porém mais paradisíaca. Depois a teoria se chamou da “Terra Oca”, e até os alemães da Segunda-Guerra procuravam ainda esse local, que teria uma caverna ou entrada aqui em nossa superfície.

Sobre a serpente, sabe-se que ela não era da mesma forma antes da queda e do pecado de Adão e Eva. Assim alguns autores como Basílio e Josefo falam que ela estava de pé, ou devia estar. Para tanto pensaríamos que ela caminhava, e que se assemelhava aos animais com patas ou mesmo ao homem. Claro que a serpente não come pó, mas sim animais, peixes, e outros seres, como roedores. Vale lembrar que já comentei sobre o tema, pois a palavra nahash significa concupiscência, e a serpente seria uma alegoria para a própria tentação. E se relaciona a sexualidade, assim como o próprio fruto, pela gnose.

Essa obra trás muitas discussões dos padres da igreja, e ainda algumas crítica relevantes. Apesar na fé do autor nas Escrituras, nem tanto se coloca em relação a Igreja, quando se trata de ciência. Assim comenta: “Tudo o que a Igreja faz, e que nos comunicou, é verdade; mas nem todas as verdades, que se referem a fé, podem ser conhecidas pela Igreja”. Para tanto, há muita ciência que tivemos de um distanciamento da opinião de padres, e outra que encontramos mesmo na Bíblia. Fato é que o sentido místico e de sabedoria permanece, e que mesmo em comentários de renascimento, percebemos o grande saber das Escrituras, que revelam mais que seu mero sentido literal, nos levando a uma tradição oral que serve de chave a sua interpretação mais profunda. Esse sentido talvez esteja no coração do homem, e na sua intuição, que necessita de uma hermenêutica profunda e principalmente de revelação.