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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Comentários a Ezequiel



Comentários a Ezequiel







CAPÍTULO 1

1 Ora aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.

Comentário: Aconteceu segundo alguns, em um Shabat, sábado, que é dia especial a estudo da Torá. Abrir os céus é uma experiência mística.


2 No quinto dia do mês, já no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim,
3 veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve sobre ele a mão do Senhor.

Comentário: Joaquim significa, em hebraico, Jeová tem estabelecido ou levantado. Refere-se ao quinto ano, dos trinta de cativeiro. Quebar significa em hebraico, abundante. Quinto mês é Thamus.


4 Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo que emitia de contínuo labaredas, e um resplendor ao redor dela; e do meio do fogo saía uma coisa como o brilho de âmbar.
5 E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem;
6 cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas.
7 E as suas pernas eram retas; e as plantas dos seus pés como a planta do pé dum bezerro; e luziam como o brilho de bronze polido.
8 E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e todos quatro tinham seus rostos e suas asas assim:
9 Uniam-se as suas asas uma à outra; eles não se viravam quando andavam; cada qual andava para adiante de si;
10 e a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita todos os quatro tinham o rosto de leão, e à mão esquerda todos os quatro tinham o rosto dé boi; e também tinham todos os quatro o rosto de águia;
11 assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas em cima; cada qual tinha duas asas que tocavam às de outro; e duas cobriam os corpos deles.

Comentário: a experiência mística da carruagem de Deus, Merkabah, com suas rodas e seres viventes. Refere-se não apenas a qualidades desses animais, como têm interpretado alguns autores, mas a ordens de anjos. Rodas são da ordem de ofanim, e “viventes” significa hayot, sendo animais que formam espécie de querub (querubim), ou melhor, uma esfinge. Esses animais sagrados e cósmicos, místicos, são depois chamados de “bestas”, em Apocalipse. Logo, a chave é cabalística, não meramente moral, na sua significação. Também não é mero disco voador, como tentam alguns superficialmente interpretar. Essas rodas nos levam a pensar também na “árvore da vida” da cabala, que é ao mesmo tempo o homem universal, Adão Kadmon. Segundo o Zohar, o termo se traduz em anjos, ou shinan, sendo a letra hebraica shin (shor) o boi, a letra nun (necher) a águia, a letra alef (aryeh) o leão. Já o nun final representa o homem. Tais animais também são uma forma de referência astrológica, pois os planetas (rodas) se encaixam na árvore da vida, e assim são os animais que simbolizam os signos astrológicos. São também os 4 elementos e os 4 pontos cardeais, sendo que em cada direção está um desses seres angélicos. O mais importante é que pode esse quaternário se relacionar ao tetragrama, ou melhor, ao Santo Nome, IHVH, que se traduz para Jeovah ou Javé habitualmente, mas que entre judeus era Nome impronunciável, substituído por Adonai. Assim atesta o Salmo 68:17: “Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares”. Ou melhor traduzido: “no carro de Deus há milhares de miríades de schinan (anjos)”. Para esses anjos há quatro nomes gravados para sua atividade. O carro superior está gravado com os quatro nomes, ou quatro letras do tetragrama sagrado. Essa é a semelhança do rosto do homem, pois os animais sobem para buscar o rosto do homem. Esse homem místico é conhecido como Norá. E os nomes estão gravados no trono, e pensamos assim na “imagem e semelhança” descrita em Gênesis, que é uma semelhança mental, não corporal, como muitos traduzem. E as rodas são os “luzeiros” (meerot), descritos também no livro de Gênese, e mais que astros, são os animais ou bestas, anjos.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Os essênios e a conexão José e Asafe



Os essênios e a conexão José e Asafe

"Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu. Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?" (João 21:21-23)

“Tu pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por causa dos seus sonhos e das suas palavras” (Gen. 37:8)

“E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram.” II Cro. 29:30

Com a descoberta dos manuscritos do Mar Morto, bem como com uma série de escritos de algumas sociedades de estudos místicos, vemos que os Essênios tomaram um lugar especial, ainda mais por sua doutrina ser bem assemelhada àquela ensinada pelo cristianismo. O fato dos essênios serem espécie de terapeutas, cuidarem dos enfermos, se batizarem em água, doar todos os bens aos pobres e ter uma ceia que em muito se assemelha a santa ceia de Jesus, faz desta seita quase secreta, um ponto focal na vida de dois mestres: o próprio Jesus e o outro, não menos sábio, João.
Os essênios defendiam um ponto central que aproxima do cristianismo: que é a vinda do Messias (Mashiah), do salvador, constituindo verdadeiro messianismo. Também esse herdeiro de Davi parecia muito com um líder entre os essênios: o Mestre da Retidão. Características do mesmo se encontraram em vários grandes homens da Bíblia, como José egípcio, o José pai de Jesus, bem como em Asafe, que teria de ser herdeiro da linhagem de Sem, filho de Noé, que seria a origem da medicina entre eles, um mestre na arte. Esse Asafe teria escritos os Salmos 50, 73 e 83.
Fato importante na doutrina do messias é que eles são 2: o messias sacerdotal e o messias real. Um assim seria identificado com João, e outro com Jesus. Jesus teria ficado com a fama e recebido toda a glória, e João teria sido esquecido. Mas com equívoco. João nasceu e foi já enquanto bebê perseguido de morte por Herodes, e assim sua mãe Elizabete fugiu para o deserto. Também quem teria nascido na manjedoura teria sido João. Certa tradição teria colocado o nascimento de Jesus em uma caverna dos essênios, espécie de hospital, de modo quase todo esperado. Também os três magos teriam visitado João quando de seu nascimento. Ambos seguiam a linha de um grande mestre essênio, o Mestre da Retidão, que teria vivido 200 anos antes de Cristo.
Jesus teve vários discursos que atestam a característica de José-Asafe ou do Mestre da Retidão, como a afirmativa de ser transeunte. O Mestre da Retidão era um transeunte, ele passava de cidade a cidade, sem ter local certo de morada. Também Jesus fala que os pássaros têm ninho, mas o Filho do Homem não tem onde repousar. Parece que os essênios se infiltraram entre os judeus e começaram o cristianismo, e que mantiveram suas características. José foi odiado pelos irmãos e jogado em um poço. Jesus também se dizia que um profeta é estrangeiro. Várias passagens do Evangelho começam a mostrar a linha dessa tradição. E Asafe era uma espécie de sábio, vidente, mago e astrônomo, e aqueles que após curados em Nome de Jesus, eram chamados de “Asafe”. Um dos construtores do templo de Salomão era de nome Asafe, e o próprio Salomão usava vestes brancas (semelhante a essênio...), segundo uma obra de Josefo. Também vemos uma certa semelhança entre nazireus e essênios. Também José de Arimatéria teria cuidado de Jesus no momento da morte deste e ressurreição, e depois viajado muito (um transeunte...), sem nação certa para ficar, de acordo com tradições islâmicas.
O que parece muito clara é uma conexão com tradições islâmicas, e de judeus cristianizados ou não, que vieram do oriente, por contato com os Cruzados, os quais traziam consigo esses tesouros de sabedoria. José e Asafe eram por lá muito respeitados, e em muito se assemelhavam ao comportamento essênio e do Mestre da Retidão. Alguns se chamavam de Jesus, o que acabou se tornando boato de Jesus chegando até a Índia e perambulando entre as nações. Fato é que o conhecimento viajou, e que o nome José é muito comum, sendo depois provavelmente o de Jesus Cristo também, de modo que surgindo profetas com o mesmo apelido, acabou-se por ver neles os originais, conservando tumbas que ainda são mostradas por arqueólogos.
Em muito parece que os essênios continuaram numa seita chamada de “terapeutas”, e que depois podem seus ensinamentos terem sido conservados pelos Templários. Por isso de ordens de cavalaria cristãs terem como patrono João, porque ele era talvez tido secretamente também como um messias. Também há escritos que falam de um sósia sendo crucificado, e que um desses dois messias teria sobrevivido. Fato é que pelo ferimento da lança não se sobreviveria a crucifixão, apesar de alguns dizerem que os essênios possuíam alguns remédios milagrosos. Cuidando medicamente daquele que teria ressuscitado, eles teriam de fugir, restando em Q’unran aqueles vasos que foram achados com pergaminhos e tradições que viram Jesus em outras nações do oriente, em especial em locais islâmicos, na Caxemira e até na Índia, após a morte. Muitas vezes, isso ocorreu com o personagem profético se chamando José, ou mesmo Jesus Cristo ou Asafe, em muito semelhante ao Mestre da Retidão dos essênios. E José deveria ficar vivo até o retorno de Jesus, segundo João 21:21. Assim se tornou o eterno transeunte.