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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Experiência mística e milagres de Paulo, Maria com parto sem dor, e Deus não ouve pecadores


 
What Paul may have looked like, apparently. Using his ESV study Bible.
 
 
 
 
 
 
 
Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.. Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. (2 Cor. 12:2,4)



E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários, de sorte que lenços e aventais eram levados do seu corpo aos enfermos, e as doenças os deixavam e saíam deles os espíritos malignos. (Atos 19:11)



sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua vontade, a esse ele ouve. (João 9:31)







Paulo passou por uma experiência espiritual significativa. Diz ter saído do corpo e passado pelo paraíso ou terceiro céu. Mas o que vem a ser o terceiro céu? Já tratei que um Apocalipse apócrifo fala em diversos céus, e que escolas místicas ensinam o mesmo, variando em número. Também em Tomás de Aquino se fala que Maria teve um parto diferenciado. Além da concepção pelo Espírito Santo, ainda passou por um parto sem dor. Ademais, há na Escritura passagem em João onde se fala que Deus não ouve pecadores. Disso e mais falarei nesse texto.
 
 
 
VER - Visão Espírita da Religiosidade

Sobre o terceiro céu a que fala Paulo, apenas vi menção em uma escola mística, a qual chama esse terceiro céu de “Região do pensamento abstrato”, e nessa região que se encontra os germens de formas minerais, animais e humanas, além dos germens das emoções e dos desejos. Então pela experiência mística paulo ascendeu aos planos, ainda vivo, e na projeção ele teve contato com essas dimensões de paraíso, estando sim com a presença de seu Cristo Interno, de modo a contemplar a Criação e as maravilhas divinas. Esses céus são como camadas que se sobrepõem, e parecem estar interligados. Vale que o terceiro céu contem a ideia da vida e das formas, e isso Paulo compreendeu em sua experiência mística, não querendo revelar muito, permanecendo na glória de Cristo e na sua humildade.
 
 
Frei Luiz Iakovacz
 

Também Paulo estava com a presença do Espírito Santo, uma vez que operava milagres. Não havia a presença histórica de Cristo ao seu lado, mas sim do Cristo Cósmico e Interno, que com ele curava os enfermos e expulsava os espíritos malignos. Na verdade ele operava, assim como Cristo, uma transmutação da natureza inferior (simbolizada pelos porcos onde se conduziu os espíritos impuros), em natureza superior, naquele que passa pelo batismo (que é mais que mergulhar em água) e conversão. Essa transformação mental, a que o evangelho traduz por metanoia. Assim nasce e renasce o Novo Homem, em um Novo Adão, que é Cristo. E Paulo nos deu o exemplo dessa transformação.
 
CONSAGRAÇÃO À MARIA SANTÍSSIMA

Já Tomás de Aquino, na Suma Teológica (questão 164, art. 2, resposta terceira) diz e lembra que toda mulher tem parto com dor, mas que a bem-aventurada virgem Maria, que concebeu sem pecado, tem parto sem dores, por sua concepção não ser conforme a lei da natureza derivada dos nossos primeiros pais. Lembra assim de certo modo de uma natureza referente a queda de Adão e Eva, e pecado original. Fato é que deste modo nasceu o Salvador, e assim ele mesmo passaria por dores para nos salvar, na cruz, que é também luz. Já em João se fala que Deus não ouve pecadores, e também se pode pensar em mais, que esses devem antes se arrepender. O arrependimento é também uma transformação, e exige ainda se pagar pelas dívidas, apesar de se construir uma natureza de perdão, sob a Nova Aliança. O que antes era a lei (causa e efeito), acaba pela graça de Cristo sendo transformado pelo perdão. A lição de Maria mostrou já que a dor é cessada, quando se está com o Espírito Santo. E Paulo mostrou que em Cristo as doenças e males espirituais também são superados.






terça-feira, 2 de junho de 2015

O dom da profecia, das línguas, demônios profetizando e escritura interpretada



De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé. (Rom. 12:6)



Então disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele. (Num. 12:6)



quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira. (João 8:44)



Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação. (Dan. 5:17)





Recentemente presenciamos igrejas enfeitadas com símbolos referentes ao Espírito Santo e a Pentecostes. Há em muitas igrejas também a manifestação do Espírito Santo, pelo que se chama de dons, e assim vemos dentre eles o de falar línguas e da profecia. Por mais misterioso e sensacional que possa parecer, há por outro lado certas manifestações suspeitas, e muitas vezes se abusa de fenômenos, como certas obsessões, colocando nas mesmas o dom de falar línguas, quando na verdade não há utilidade para a igreja o fenômeno, quando apenas serve para promover ou estimular pagamento de dízimos, ou atribuindo milagres em exagero. Mas a profecia verdadeira se liga a Deus.
 
 
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Uma questão interessante na teologia colocada por Tomás de Aquino, em Suma Teológica, é se os profetas veem a essência de Deus. Assim se atribui aos profetas o conhecimento divino. Mas pelo contrário diz que o conhecimento profético é diverso do conhecimento perfeito. E fala ainda que os profetas não veem a essência divina, mas o fazem por certas comparações. Mas bem falo que pelo Espírito Santo o dom da profecia mostra ao homem o que excede a capacidade da natureza humana.
 
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Há aqui de se distinguir a profecia do dom das línguas, a ele inferior. Paulo não via muitas vezes com um valor superior esse dom de falar línguas, uma vez que poderia haver abusos e exibicionismos. Certo é que o dom de falar línguas é inferior a caridade, ou ao amor, a que Nosso Senhor Jesus Cristo tanto falava, e que mesmo Paulo disse, que poderia falar a língua dos anjos, mas sem amor (ou caridade), nada seria. O dom de falar línguas deve ser feito através de um intérprete, e de preferência com reserva, e para apenas com Deus, e não em plateia. Por motivo de que a igreja não deve ser um circo, e Paulo evitava muitos abusos.
 
 
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A profecia surge por meio muitas vezes de uma visão, como o caso de Jeremias com a panela fervente. Também pode vir em sonhos, como em Daniel, José e tantos outros. Dizem que em Moisés venho na realidade, e não através de sonhos, segundo comentários de sábios judeus. Fato é que essas visões nem sempre podem estar na realidade, ou em milagres, mas mesmo assim serem verdadeiras e uma mensagem do Senhor. Por outro lado há certas profecias feitas pelos demônios ou mesmo animais, ou por falsos profetas, e assim mesmo sendo falsas, são ainda na escritura chamadas de profecia. Isso se vê com os Baal, ou mesmo em Jezabel, Balaão etc. Mas Deus pode se usar dos maus para serviço dos bons. E assim disse Tomás que os profetas dos demônios às vezes falam a verdade. E muito importante, como disse Daniel, é a interpretação. Pois muitas profecias são simbólicas, e não podemos esquecer daquilo que temos em passagens como Ezequiel, Isaías, no próprio livro de Daniel ou Apocalipse. E Tomás ousa ao dizer que mesmo as verdades anunciadas pelos demônios procedem do Espírito Santo (Questão 172, art. 6).