Ciro, arqueologia e o Messianismo
“Assim
diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater
nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante
dele as portas, e as portas não se fecharão; eu irei adiante de ti, e tornarei
planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os
ferrolhos de ferro”. (Isa. 45:1)
“Que
digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele
também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será
lançado” (Isa. 44:28).
“Assim
diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e
me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há
entre vós de todo o seu povo suba, e o Senhor seu Deus seja com ele. (Torá, II
Cro. 36:23)
No livro de Isaías vemos a referência e
esse iluminado que venceu o poder de Babilônia, que havia dominado
anteriormente Judá. Esse rei da Pérsia aparentemente em uma hermenêutica é
muito mais que o mero sujeito que viveu ao seu tempo, sendo que a compreensão é
muito mais que histórica e moral. Apesar da existência do “Cilindro de Ciro”,
tesouro de arqueologia bíblica, onde se fala dessa conquista. Fato é que se
revela grande saber na arte da guerra, e por consequência,. Na libertação do
povo judeu do jugo babilônico.
Mas o messianismo judeu já é de longa data uma
referência de elevada hermenêutica ou interpretação das Escrituras. Vemos que
com o cristianismo se dobrou o livro de Isaías para ver em todas as referências
a pessoa de Jesus Cristo, quando em muitas vezes falava mais em Ciro, ou em
Emmanuel, que era também outro homem. Apesar que isso nada modifica, porque
Cristo é mais que um homem, sendo Homem-Deus. Já nos escritos de Saint Martin e
Jacob Böehme vemos bem a dimensão divina do Salvador. Assim o Cristo pode estar
junto a rei Ciro, como a qualquer rei onde se faça um com o Pai, ou com Jeová
(IHVH). O que revela uma universalidade do messias, é que Ciro é um gentio.
Desta forma, vemos que o “povo escolhido” também é democrático, e que em Jesus
isso se ampliaria, com auxílio de seu tutor João (o filósofo), bem como em Pedro,
Bartolomeu, Mateus, Paulo e outros que nem sempre eram circuncidados. Jesus
sendo um cabalista (da ordem de Melquizedeque
e essênio), abria a outras nações a salvação. Unger fala que Ciro é
modelo de messias. E Ciro estava profetizado em várias passagens, e teve
importância para Jerusalém e o templo, conforme Josefo. Fala que o templo de
Jerusalém lá era dedicado ao culto ao Sol.
Mas Ciro, sendo herdeiro desse reino de
Nabucodonosor, também é suspeito. Também há a coincidência de vários povos
terem cultos parecidos ao de Israel, como a dualidade entre um deus bom e outro
inimigo, as leis morais (como não matar, roubar, etc, conforme Livro dos
Mortos), mesmo pelo zoroastrismo e certos nomes. Babilônia não significa como
apenas alguns veem, confusão, terra de pecado e perdição, mas “cidade de Deus”,
e no mais extremo, portal para o Sol. Em apocalipse vemos uma analogia com a
prostituta ali descrita, montada na Besta, o que tem bem esse conjunto de
significados. Escavações de Laquis, os manuscritos do Mar Morto, escavações em
Ras Shanra, cerâmicas descobertas, escritos cuneiformes, poliedro de
Senaqueribe, pedras escritas em alfabeto aparentemente semítico, e uma série de
descobertas estão revelando fatos históricos que complementam as Escrituras.
Quando
em crônicas se diz que a Ciro, Deus deu todos os reinos da terra, nos leva mais
a pensar em Satanás, do que em Jesus. Porém a consciência messiânica acabará
por governar todas as coisas, pelo reino de amor, perdão, e uma fraternidade real.
Isso vem aos poucos sendo semeado por diversas pessoas que encontram Deus, em
Deus do seu coração. Assim Ciro estava com Cristo em seu coração, pois cumpria
com a missão de libertar um povo, e bem como de abrir caminho para o ministério
de Jesus. Ciro II é importante para a reconstrução do templo, bem como com
auxílio do general Dario. Especial é Deus usar de quem não é esperado para a
Sua obra. Vimos também nos evangelhos apócrifos, descobertos e que vêm com a
arqueologia no geral revelando coisas, que existe sintonia dos povos, e que o “braço”
de Deus está por todos o universo. Mesmo Ciro prefigurando Cristo, não foi o
ideal de Isaias, e o Mashiah (Messias) teria de assim ser alguém de uma obra
mais espiritual. Outros escritos, como o Zohar, veem em muito uma semelhança do
Messias com o Anjo da Face, Metatron.
Assim vemos que a consciência messiânica, e
Cristo mesmo há de governar as nações, não por uma figura histórica, mas pela
presença de seu Espírito Santo em todos aqueles que buscam a salvação
espiritual. E Ciro em muito revela um ungido, abençoado a abrir a porta para
esse caminho, justamente em Babilônia (o portal, cidade de Deus etc), com o
desvio do rio Eufrates e a embriagues dos inimigos em seu auxílio.
Fontes
Manual Bíblico Unger, p 265
A Bíblia disse a verdade, Charles Marston
Revista Despertai, mai 2013
Torá (versão e book ms reader)
Bíblia (versão Almeida)
Coletânea de teologia João Wesley
Arqueologia bíblica para crentes, John
Argubright
Geografia e arqueologia bíblica, CETEBRAE
Zohar (versão ebook)
Mariano Soltys: Obrigado por criar conexão com meus artigos bíblicos. Quanto a Ciro é curioso notar que a Bíblia faz Deus referir-se a Nabucodonozor como "meu servo". O que significa que Deus usa quem está disponível, ainda que seja um pagão. E o fato de cair Nabucodonozor e ser elevado Ciro significa que é Deus quem dá e é ele quem tira, a quem ele quiser, do jeito que quiser, quando quiser. Por isso mesmo, oxalá, o Senhor Deus se compadeça destes humildes escritores para nos tirar da penumbra do anonimato e fazer conosco o que fez com tantos outros, alguns dentre os quais, ainda mais pobres do que nós em espírito e projeção social. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
ResponderExcluirValeu amigo.. vc merece um espaço e assim trocamos figuras. abraço
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