O Reino dos Céus e seu encontro místico
“Arrependei-vos,
porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta
Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas” (Mat. 3:2).
“O reino
de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Eí-lo ali!
pois o reino de Deus está dentro de vós”. (Luc. 17:20)
“Em
verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus” (Jo 3:3).
A principal doutrina de Yeheshua
(Jesus) parece ter sido a doutrina do Reino. Chamada de diversas maneiras, o
mestre usava de parábolas para se referir a mesma, haja vista a carga de
mistério do ensinamento, e a reserva de sua declaração. Aos discípulos, porém
falava abertamente, sem parábolas. Na Bíblia há muitas referências ao Reino,
sendo que no judaísmo a cabala se refere como a esfera de Malkut, revelando o atributo do reinado de Deus. Muitas vezes
confundido o termo com mero poder temporal, ou com poder de igreja x ou y, e
assim por diante, até mesmo em confusões teológicas e sectárias, resta que o
Reino não fica muito próximo, como o mestre nos havia ensinado. Confunde-se com
a chegada do Apocalipse, ou com algum poder mundial, ou mesmo com simples
metáfora ou figura de linguagem. Mas o Reino é em verdade um estado sublime e
real.
Teremos assim de fazer umas considerações sobre o Reino. Primeiro
que o seu encontro místico deve dar um estado tal, que nada mais importaria,
nem dinheiro, nem posses e nem nada. Isso fica claro quando Yeheshua leva muitas lições de
desprendimento (kenosis), e mesmo o
seu exemplo leva a imitação nesse sentido. Logo o Reino não está próximo no
tempo, mas sim no espaço. Está em nós mesmos, como lembrou Lucas. Também não se
confunde com reino temporal, não que o messias não venha também nesse sentido,
mas que governa antes a todos, interiormente. Já em muitos escritos meus falei
de Cristo Interno, o qual independe de Igreja, governo do mundo, rei etc.
Para se chegar a esse Reino, além de imitar o que nos ensinou Nosso
Senhor Jesus, se tem de ter uma dedicação e uma busca no caminho, que além de
purificação, conversão e fé, exige por fim uma união com Deus, ou ao Pai, tão
proclamada e lembrada na oração do “Pai Nosso”. Também o ritual da eucaristia,
bem como experiências com o Espírito Santo, revelam essa proximidade, e mesmo o
Reino que está próximo, e o compartilhar dessa realidade. Estudos meramente
teológicos são limitados, e a simples ocorrência de curas ou milagres, ou de
mera prosperidade material não garantem o Reino, apesar de que muitas igrejas
se foquem apenas nesse sentido. Nem a tradição ou a instituição x ou y levará
meramente por sua afiliação o estado do reino de Deus. A experiência é pessoal
e íntima.
Para tanto, alguns místicos encontraram o Reino dos Céus, ou melhor,
tiveram a experiência deste. Assim não basta apenas estudar, ter fé, ou
trabalhar. Se tem de ter o merecimento e saber que é “chagada a hora” e que se estará
“unido ao Pai”, se terá retornado a “casa do Pai”. Esse encontro leva aquele
amor que tanto pregou o mestre, incondicional, relativo ao coração, e não a concupiscência.
Isso nos ensina principalmente a parábola do “Filho pródigo”, que se perde no
mundo, mas que retorna ao Pai. Desta feita, o Reino já está próximo, e basta
que retornemos ao mesmo, uma vez que o Pai não rejeita o filho. E além da fé e
da razão, a principal ferramenta que leva a compreender o que se trata o Reino
é a intuição, que nos inspira e une ao Espírito Santo, assim levando que
entremos nessa “porta estreita”, que é a iniciação nos mistérios de Deus. Esse é o kerygma
(boa nova). Exige assim a purificação e a iluminação que decorre da união com o
Pai, na imitação de Cristo e na sua presença interior.
AMO LER SEUS TEXTOS BÍBLICOS, POIS PASSA CONHECIMENTO E LEIO COM A BÍBLIA NA MÃO COMPARANDO OS TEUS PENSAMENTOS AO ENSINAMENTO BÍBLICO, POIS É MARIANO, SE SEGUIRMOS JESUS SENDO SOLIDÁRIO AMANDO O PRÓXIMO DEIXANDO AS COISAS DO MUNDO GANHAMOS A NOSSA SALVAÇÃO.
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