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sábado, 29 de março de 2014

O Evangelho Valentino, o Reino dos Céus, Inferno e trevas exteriores


O Evangelho Valentino, o Reino dos Céus, Inferno e trevas exteriores

“Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno”. (Mat. 5:22)


E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. (Mat. 10:28)


Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus. mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.”. (Mat. 8:11);


“Filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz.” (Luc. 16:8)


“E Jesus respondeu: As trevas exteriores são um grande dragão. E sua cauda está dentro da sua garganta, e está fora do mundo, e o rodeia. E contém numerosos lugares de tortura, que são compreendidos em doze divisões, consagradas a terríveis suplícios. E cada uma dessas divisões é um arconte, e as figuras desses arcontes são diferentes, e se transformam adotando diversas formas”. (Evangelho Valentino)


Lendo o Evangelho Valentino, percebi que ele complemente a Bíblia no que ela é omissa. Assim temas como a queda dos anjos, o inferno e mesmo atos dos demônios, são ali descritos. Vemos assim que a tradição cristã tem as suas verdades que ultrapassam a simples letra da Bíblia que possuímos. Apesar de que esse evangelho dito apócrifo poderia estar no Canon da Igreja Cristã ortodoxa etíope, como já observamos o da Verdade e livro de Enoc. Assim é relevante a todo cristão.
 

Nesse livro, é explicado o Reino dos Céus e também o inferno, ou os éons e suas esferas, satélites, arcontes, anjos e demônios. Vemos assim aqueles fatos explicados em desculpas de padres para não pecar, como os castigos a que estão sujeitos os pecadores, lá descritos de forma detalhista. Assim os demônios cuidam dos pecadores, e estes têm a aparência das bestas do livro de Revelação (Apocalipse), e se relacionam intimamente com as pessoas. São animais fabulosos.

Para conhecedores da cabala, vê-se que esse livro fala dos planos ou dimensões, dos mundos, e o inferno seria em específico sobre a Árvore do Conhecimento, ou da morte, e suas conchas (Qliphot). E isso se refere aos Mistérios da Luz, uma vez que Jesus falou aos discípulos obre esses mistérios, os quais levariam ao perdão dos seus pecados. Então o “Pai de meu Pai”, Iao, segundo Jesus, e mesmo Melquisedeque, e outros que levariam a esse Reino da Luz, salvariam os homens. Em especial claro, Jesus é nosso salvador e divulgados desses mistérios, mesmo que na Bíblia estando em parábolas.
 

Sobre esses pecados e seus castigos está também o Apocalipse de Pedro como revelador do segredo, ou interpretação das Parábolas. Logo o Reino dos Céus é esse mistério da Luz, desse Tesouro da Luz, com o qual está o homem liberto dos arcontes e de seus demônios, dessas regiões infernais e perdoado em seus pecados. Também não pode assim o Satã ou Demiurgo (Ildabaoth) levar o pecador mais a esse destino, que usualmente é sua morada quando abandona a veste carnal. Assim possuindo a gnose pode o cristão encontrar a salvação, através da água, fogo, vinho e sangue, para encontrar o Pai do tesouro da luz, nosso Pai. E pelo contrário, o pecador encontra as trevas exteriores, quando não acessar esse Tesouro da Luz, não explicado em capítulo 8:11 do Evangelho de Mateus. Estamos assim na esperança da Verdade, que nos libertará, em Cristo.
 
 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Bíblia da Igreja Ortodoxa etíope e presença de mais livros que outras bíblias



Bíblia da Igreja Ortodoxa etíope e presença de mais livros que outras bíblias





 
 

            Vemos nos comparativos de números de livros da Bíblia a quantidade maior de livros presentes na Católica, em relação a Bíblia protestante. Contudo não percebemos que existe a versão da Septuaginta, que tem ainda mais livros, e ainda a versão da Bíblia da Igreja Ortodoxa Etíope, que chega a ter mais de 83 livros, por acrescentar alguns chamados ou tidos por apócrifos.

 
            Já abrindo a septuaginta, se percebe a presença de 4 livros de Macabeus, de Salmos de Salomão, Odes e outros livros. A protestante chegou a tirar todos os livros de Macabeus, bem como Eclesiástico, Sabedoria, em um total de 11 livros que estavam incluídos na Católica. Esses livros já são chamados pelos protestantes de apócrifos. Porém na Septuaginta há mais, e na versão da Igreja Ortodoxa Etíope há bem mais. 

 
 
            Na Bíblia da Igreja Ordoxoxa Etíope há inclusive o Livro de Enoc, bem como alguns como Atos de Paulo, Oração de Manassés, Salmo 151, 1 Clemente, 1 Esdras, Pastor de Hermas, 4 Livros de Macabeus, Bel e o Dragão, Odes e ainda Jubileus. Totaliza assim em torno de 90 livros, mais que as outras bíblias. São muitos dos livros que que cristãos de várias denominações veem como apócrifos ou até mesmo proibidos, ou mesmo heresias. Contudo sabemos que a escolha do que é canônico se fez muito por opções políticas. E são livros que dão muitas respostas históricas não presentes em outras Bíblias, de onde são suprimidos. Já a Bíblia Hebraica nem tem o novo testamento, a não ser que seja de judeus messiânicos. 
 


            Vemos que desde a descoberta de arquivos históricos bíblicos em Nag Hammadi, Egito, em 1945, fica cada vez mais estranho falar em livros apócrifos em comparação aqueles que estão na canônica. Mesmo porque são até muitos deles anteriores e mais puros do que aqueles das Bíblias comuns, já tão alteradas por traduções e gostos de cada seita ou designação cristã. O Evangelho de Tomé é muito bom e tem vários ensinamentos de Jesus que se confirmam em outros Evangelhos. Assim o Livro de Enoc fala dos gigantes e de Noé, temas que não possuímos nas bíblias tradicionais. Não há prejuízo nenhum em se incluir estudos, desde que se tenha o critério de selecionar o que se pode ter como central ou não na evangelização. Fatos como os da infância e período não público da vida de Jesus podem assim estar presentes nesses escritos, auxiliando em estudos e na fé.
           



domingo, 2 de março de 2014

As duas bênçãos, diferença do jardim para Éden, árvore do conhecimento, não citar próprios pecados, orar com janelas, Deus Pai e caridade



As duas bênçãos, diferença do jardim para Éden, árvore do conhecimento, não citar próprios pecados, orar com janelas, Deus Pai e caridade



“Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece”. (Sal. 94:1)
“Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu”. (Isa. 64:4)
“E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços”. (Gên. 2:10)
“O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é transgressão; esse é companheiro do destruidor”. (Prov. 28:24)
“Se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões” (I Reis 12:11)
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Sal. 32:1)
“Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava” (Dan. 6:10)


 

                A Bíblia carrega uma série de ensinamentos de sabedoria. Certas passagens passam batidas e parecem ser meras repetições sem sentido, ou outros detalhes parecem estar longe da vida do devoto. Por outro lado, ao se ater nos detalhes, o mesmo observa que sim, do texto bíblico se extrai grandes lições morais. Temas como onde orar, não mostrar pecados, o porquê de Deus ser pai e onde isso estar no texto do Antigo Testamento, o jardim e o Eden e outros temas, nos levam a ler os sábios da Mishna, no Talmud. A tradição oral assim nos alimenta daquelas dúvidas presentes na Bíblia (escrita). Pois Moisés teria recebido duas tábuas, uma da lei escrita e outra da lei oral. 

            Já no Salmo 94 se percebe as duas vinganças. Isso segundo sábios comentaristas se refere à necessidade de se abençoar as coisas boas e também as ruins, para assim evitar a vingança do Senhor. Leva-nos ao tema da gratidão para com o Criador, uma vez que usufruímos desse mundo e devemos antes de tudo agradecer ao Rei do Universo, contemplando Sua majestade celeste. Normalmente as pessoas apenas abençoam as coisas boas, e esquecem que pesa um jugo sobre elas, do Juízo do Senhor. Pois um pai castiga porque ama.
 


            Sobre o tema do pai, em muitas passagens bíblicas há a analogia de pai, e por fim vemos em Yehoshua (Jesus) várias menções ao Pai do céu, apesar de que o termo era já usado no antigo testamento. Assim em Provérbios 28, quando se fala em roubar do pai, está se falando em não oferecer a bênção ao que se recebe de Deus, que seria receber Sua criação e sustento, sendo assim ingrato, O roubando. A mãe é Israel (ou a Igreja), e assim também é assaltada ao se ter para com ela ingratidão. Sobre em Reis falar que o pai deu um jugo, e que outro castigará com escorpiões, é porque a morte é certa com os escorpiões, e nem seria tanto com víboras ou Leões, pois lembramos de Daniel que sobreviveu aos leões. 

 


            O que não se ouviu nem viu desde a antiguidade (Isaías 64), se refere ao vinho guardado desde os 6 dias da Criação. Ademais, sobre o tema de Éden, esse se diferencia do jardim, pois em Gênesis 2:10 se diz que saiu do Éden para regar o jardim, então são dois lugares diferentes, por lógica. Isso se não esquecermos a lição da Cabala (Zohar), onde se fala ainda em um Éden celestial, além do aqui na Terra. Já a árvore do conhecimento segundo sábios da Mishna e Gemara (Talmud), na verdade era a videira, uma vez que o vinho trouxe muitas desgraças, com o exemplo de Noé e sua embriaguês.
            Com relação ao Salmo 32, vemos que fala em pecado encoberto. Desse modo, a lição que fica é que não se deve fazer propaganda e notícia dos próprios pecados, divulgando eles como forma de fama. Vemos em nossa cultura essa moda de divulgar coisas erradas que se fez, e fazer disso um status de rebeldia. Também adolescentes gostam de fazer piadas de suas transgressões e pecados. Claro que é bem-aventurado quem assim não faz, e melhor, quem nem ao menos peca. 


            Sobre um local para orar, este não pode ser sem janelas, para que assim se possa ver o céu. Onde está essa lição? Em Daniel 6:10, uma vez que já diz que ele se ajoelhou e orou, e as janelas estavam ainda abertas. Orar três vezes ao dia é a regra comum ao judeu. E sobre a caridade? Há três modos de dízimo relatados em um quadro presente no Talmud, relatando uma colheita. Isso se destina a pobres, viúvas, órfãos etc (não a pastores que querem enriquecer...). Fala-se em Léket, Shisheshá e Peá. Assim, o que se deixa cair na colheita não se deve pegar, o que é esquecido (algum saco...) e ainda se deve reservar um canto na colheita para os pobres. Vemos assim que transpondo essa realidade para algo citadino ou industrial, vemos que parte do salário ou da produção deveria se destinar ao pobre. E que o que foi esquecido poderia ser livremente pegado (e não seria furto). Desta feita percebemos a lição dos sábios sobre temas que muitas vezes são esquecidos, ou que não foram ainda ensinados, haja vista o texto sem a tradição oral, ser incompleto de sentido.