As
duas bênçãos, diferença do jardim para Éden, árvore do conhecimento, não citar
próprios pecados, orar com janelas, Deus Pai e caridade
“Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece”.
(Sal. 94:1)
“Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se
percebeu”. (Isa. 64:4)
“E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e
se tornava em quatro braços”. (Gên. 2:10)
“O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é
transgressão; esse é companheiro do destruidor”. (Prov. 28:24)
“Se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o
vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com
escorpiões” (I Reis 12:11)
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo
pecado é coberto” (Sal. 32:1)
“Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua
casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o
lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava” (Dan. 6:10)
A Bíblia
carrega uma série de ensinamentos de sabedoria. Certas passagens passam batidas
e parecem ser meras repetições sem sentido, ou outros detalhes parecem estar
longe da vida do devoto. Por outro lado, ao se ater nos detalhes, o mesmo
observa que sim, do texto bíblico se extrai grandes lições morais. Temas como
onde orar, não mostrar pecados, o porquê de Deus ser pai e onde isso estar no
texto do Antigo Testamento, o jardim e o Eden e outros temas, nos levam a ler
os sábios da Mishna, no Talmud. A tradição oral assim nos alimenta daquelas
dúvidas presentes na Bíblia (escrita). Pois Moisés teria recebido duas tábuas,
uma da lei escrita e outra da lei oral.
Já no Salmo 94
se percebe as duas vinganças. Isso segundo sábios comentaristas se refere à
necessidade de se abençoar as coisas boas e também as ruins, para assim evitar
a vingança do Senhor. Leva-nos ao tema da gratidão para com o Criador, uma vez
que usufruímos desse mundo e devemos antes de tudo agradecer ao Rei do Universo,
contemplando Sua majestade celeste. Normalmente as pessoas apenas abençoam as
coisas boas, e esquecem que pesa um jugo sobre elas, do Juízo do Senhor. Pois um
pai castiga porque ama.
Sobre o tema do
pai, em muitas passagens bíblicas há a analogia de pai, e por fim vemos em Yehoshua (Jesus) várias menções ao Pai
do céu, apesar de que o termo era já usado no antigo testamento. Assim em
Provérbios 28, quando se fala em roubar do pai, está se falando em não oferecer
a bênção ao que se recebe de Deus, que seria receber Sua criação e sustento,
sendo assim ingrato, O roubando. A mãe é Israel (ou a Igreja), e assim também é
assaltada ao se ter para com ela ingratidão. Sobre em Reis falar que o pai deu
um jugo, e que outro castigará com escorpiões, é porque a morte é certa com os
escorpiões, e nem seria tanto com víboras ou Leões, pois lembramos de Daniel
que sobreviveu aos leões.
O que não se
ouviu nem viu desde a antiguidade (Isaías 64), se refere ao vinho guardado
desde os 6 dias da Criação. Ademais, sobre o tema de Éden, esse se diferencia
do jardim, pois em Gênesis 2:10 se diz que saiu do Éden para regar o jardim,
então são dois lugares diferentes, por lógica. Isso se não esquecermos a lição
da Cabala (Zohar), onde se fala ainda
em um Éden celestial, além do aqui na Terra. Já a árvore do conhecimento
segundo sábios da Mishna e Gemara (Talmud), na verdade era a videira, uma vez que o vinho trouxe
muitas desgraças, com o exemplo de Noé e sua embriaguês.
Com relação ao
Salmo 32, vemos que fala em pecado encoberto. Desse modo, a lição que fica é
que não se deve fazer propaganda e notícia dos próprios pecados, divulgando
eles como forma de fama. Vemos em nossa cultura essa moda de divulgar coisas
erradas que se fez, e fazer disso um status de rebeldia. Também adolescentes
gostam de fazer piadas de suas transgressões e pecados. Claro que é
bem-aventurado quem assim não faz, e melhor, quem nem ao menos peca.
Sobre um local
para orar, este não pode ser sem janelas, para que assim se possa ver o céu.
Onde está essa lição? Em Daniel 6:10, uma vez que já diz que ele se ajoelhou e
orou, e as janelas estavam ainda abertas. Orar três vezes ao dia é a regra
comum ao judeu. E sobre a caridade? Há três modos de dízimo relatados em um
quadro presente no Talmud, relatando
uma colheita. Isso se destina a pobres, viúvas, órfãos etc (não a pastores que
querem enriquecer...). Fala-se em Léket,
Shisheshá e Peá. Assim, o que se deixa cair na colheita não se deve pegar,
o que é esquecido (algum saco...) e ainda se deve reservar um canto na colheita
para os pobres. Vemos assim que transpondo essa realidade para algo citadino ou
industrial, vemos que parte do salário ou da produção deveria se destinar ao
pobre. E que o que foi esquecido poderia ser livremente pegado (e não seria
furto). Desta feita percebemos a lição dos sábios sobre temas que muitas vezes
são esquecidos, ou que não foram ainda ensinados, haja vista o texto sem a
tradição oral, ser incompleto de sentido.
Nossa amigo você tem muitos conhecimentos, adorei parabéns continue sempre escrevendo esses textos maravilhosos que nos trazem tantos conhecimentos!
ResponderExcluirCaro Amigo Mariano, o seu arrazoado deste Domingo está perfeito em todos os sentidos, seja quanto ao mérito, seja quando ao contexto histórico e literário. Parabéns e permito-me comentar que o Amigo está em um processo de conhecimento e sabedoria bem avançado, trazendo-nos interpretações da Lei do Povo de Deus transfigurando-a para os dias atuais, o que em muito alcança a boa educação das gerações futuras. Ainda, a presença de Jesus Cristo no conteúdo é a máxima competência em levar a Palavra de Deus aos homens. Tenha um excelente tempo de estudos, reflexões e ensino. Abraço.
ResponderExcluirOBRIGADO PESSOAL, E VOLTEM SEMPRE. ESPERO QUE ESSES ARTIGOS MEUS TENHM UTILIDADE E AUXILIEM NA FÉ. VOLTEM SEMPRE. ESTEJAM COM DEUS
ResponderExcluirEu quero comprar essa Bíblia etíope, a completa com 91 livros, alguém pode me informar como e onde eu concigo?
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