Bíblia e Alcorão
Deus é justo e misericordioso. Ao crente Ele reservará o Paraíso, enquanto que ao incrédulo ele reserva o Geena ou Inferno, onde haverá fogo ou água fervente para beber. Isso alguém dirá que está escrito na Bíblia, mas aqui lembrei de um livro pouco conhecido entre cristãos e ocidentais, que é o Alcorão. Mensagem de Deus revelada a Mohamed, pelo anjo Gabriel (ou Espírito Santo por ele). Há narrações bíblicas de Adão e Eva, José, Noé, Jesus, e especialmente Moisés e Abraão. Também, no Livro se tem a forma de superar erros de judeus e cristãos, descrenças, e assim reatar a aliança, buscando-se ser justo e crente em Deus ou Alá. Há um certo respeito também a esses povos do Livro, pois sustentam, o mesmo monoteísmo. Assim algumas citações do Alcorão devem ser lembradas, onde se fala inclusive de Jesus:
“E Deus é Quem envia os ventos, que movem as nuvens (que produzem chuva). Nós as impulsionamos até a uma terra árida e, mediante elas, reavivamo-la, depois de haver sido inerte; assim é a ressurreição!” (Alcorão, 35a Surata, Versículo 9)
Aqui nesse se vê a crença na ressurreição.
“As ossaduras secas (Ez 37:1-10) e a reconstrução do templo (Neemeias 1;12-20) e muitas outras lendas judaicas, referem-se não só a ressurreição do indivíduo, mas da nação.
“E ele será um Mensageiro para os israelitas, (e lhes dirá); Apresento-vos um sinal de vosso Senhor: plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro, com beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressussitarei os mortos, com anuência de Deus, e vos revelarei o que consumis o que entesourais em vossa casas. Nisso há um sinal para vós, se sois fiéis”. (Alcorão, 3a Surata, versículo 49)
Aqui se confirma o evangelho apócrifo onde Jesus na infância traz vida a pássaros que molda do barro.
“E quando os anjos disseram: Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus” (Alcorão, 3a Surata, Versículo 45)
Aqui falando sobre Jesus, que entendem como justo profeta.
“E de quando os discípulos disseram: Ó Jesus, filho de Maria, poderá o teu Senhor fazer-nos descer do céu uma mesa servida? Disseste: Temei a Deus, se sois fiéis!
E disse Deus: Fá-la-ei descer; porém, qem de vós, depois disso, continuar descrendo, saiba que o castigarei tão severamente como jamais castiguei ninguém na humanidade”. (Alcorão, 5a Surata, Versículos 112-115)
“Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos” (Alcorão, 3a Surata, Versículo 46)
Aqui também uma relação com evangelho apócrifo, onde Jesus teria falado desde bebê.
Vemos ao longo do Alcorão uma grande lembrança entusiasta de eventos vividos por profetas, por Noé, por Moisés superando perseguição de Egípcios, bem como regras mais práticas, como a respeito do divórcio. Então o Alcorão não apenas tem regras severas contra mulheres, mas também algumas realistas, como essa do divórcio:
“Ele foi quem criou os humanos da água, aproximando-os, através da linhagem e do casamento” (25ª Surata, verso 54).
“A reconciliação é recomendada, mas se eles realmente optam pela separação, é injusto mantê-los ligados indefinidamente. O divórcio é o único expediente justo e equitativo, embora, como o mensageiro declarou, de todas as coisas permitidas, o divórcio seja a coisa mais odiosa aos olhos de Deus” (114ª Surata, verso 96).
E sobre isso, apesar de muitos ocidentais pensarem em poligamia, e muitas esposas, o costume islâmico mais atual é de se ter uma esposa apenas. E segundo ele o casamento é metade da religião.
Há também um misticismo islâmico, que se chama sufismo, com grandes lições. Sufi significa lã, e por os seus se vestirem assim, forma de tal modo chamados. Além de preces, invocações e meditações, os místicos sufis têm uma dança especial. A doutrina sufi parece uma gnose islâmica. Assim pensamento elevado e cheio de espiritualidade, distante de meras regras de costumes, que fizeram alguns se afastarem da religião. E uma conciliação entre sunitas e xiitas. Mas de todo o modo, vemos que a Bíblia não se afasta do Alcorão, e que apenas são culturas diferentes, porém com mesmo Deus. Fato é que já São Francisco a seu tempo foi contra cruzadas contra muçulmanos e disse que devemos muito amar esses nossos irmãos. Um dito sufi diz: “Não ataques nem judeus, nem cristãos, nem muçulmanos, mas golpeia a tua própria alma e não cesse de golpeá-la até que ela morra” (Xeque Darqawi).
Mariano Soltys: a passagem dos ossos secos em Ezequiel não é lenda. Tenho certeza da inerrância da Palavra de Deus e sei que ela é absolutamente verdadeira. O Alcorão e a Bíblia concordam em muitos pontos e penso que devemos buscar o consenso. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
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