Multiplicação dos pães a ensinamento da cabala
Chegada a tarde,
aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já
passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer.Jesus,
porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer. Então eles
lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse:
trazei-mos aqui.Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva,
tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou;
e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões.Todos
comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos
cheios.Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e
crianças. (Mat: 14, 15-20)
Sempre
que vemos números nas Escrituras, sabemos que ali há um ensinamento de tradição
oral, e que a mesma chama-se cabala. Jesus difundia esse saber porque disse que
era sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, que significa essa tradição
mística dada pelos anjos. Restam ainda livros específicos sobre essa tradição,
como o Zohar e Sepher Yetsirá, este último falando mais sobre os números. O
setor da cabala que lida com números se chama gematria, que reflete sobre soma,
redução, símbolos, permutações etc dos mesmos. Mas na passagem referente à
multiplicação dos pães, fora o milagre, e que alguns autores atribuem ter sido
apenas encenação, resta os números que nos revelam profundos segredos e
mistérios.
Fala-se
em 5 pães e 2 peixes. Simples soma revela o segredo, 5+2=7, e assim temos o
número espiritual por excelência. O número 5000 se refere aos fariseus e sua
hierarquia (50 em 50 e 100 em 100) e os 12 cestos são as tribos de Israel.
Vemos que o 7 é o número de braços da menorá, candelabro judeu e que isso ainda
tem referências no Apocalipse, nas várias héptadas e bestas que são lá citadas.
Por
outro lado, mesmo outros povos e visões espirituais sempre olharam o 7 como
número de planetas ou deuses, e resta os nossos dias da semana com nome e tudo
a esse respeito. O 12 é referido como as constelações do céu, o zodíaco e
também é de grande interesse de cabalistas, estando no Zohar uma série de
analogias com a ordem do Malaquin, anjos que são as “rodas” e têm relação com a
merkabah, o “trono” de Deus. Talvez seja a energia dessas estrelas e
constelações que mostrem a glória do Altíssimo. E mesmo o símbolo do peixe se
refere ao tempo que passavam, Era de peixes.
No Sepher Yetzirah se fala em 7 letras hebraicas simples e
doze duplas. E essas letras são também sons. E Deus grava seu Nome no que é
número, o que numera e o numerado. As 7 duplas são (b B
Beth, - g G Ghimel - d D Daleth - k CH Caph - p PH Phé - r R Resh - t T Thau) e
as 12 simples são (- h E He- w V Vau- z Z Zain - j H Cheth - f T Teth - y I Iod
- l L Lamed - n N Nun - s S Samech - u GH Hain - x TS Tsade - q K Cuph). As 12
simples são os sentidos, mais sono, locomoção, cólera, riso etc. Já as 7 duplas
são relacionadas à vida, paz, ciência, riqueza etc.
Para tanto, Cristo é o
pão da vida e o messias salvador. Tanto na santa ceia, quanto na multiplicação
dos pães passou o símbolo da vida eterna, que é de um pão do Seu corpo. Também
mostrou através dessa sabedoria dos anjos que forças cósmicas participam disso,
e que podemos contemplar esse segredo nos números, que parecem revelar
essências. Jesus teria respeitado isso na escolha dos 12 seguidores, e também
no livro do Apocalipse/Revelação.
Mariano Soltys: eu não sabia que os fariseus ainda usavam a hierarquia sugerida por Jetro. Muito boa explicação, continue nos abençoando. Respeitosamente, CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
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