O
cristianismo mártir dos místicos e a simulação teológica
“Eis
que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes
como as serpentes e simples como as pombas”.(Mat. 10:16 e
Apócrifo de Tomé, parte 39)
“Na
verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a
sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão
sendo reduzidos a nada” (1 Cor 2:6)
Há
um lado profundo e místico na Bíblia. Portanto, esta não deve ser
lida do ponto de vista literal e histórico, mas sim simbólico. Isso
parecia absurdo, mas com a descoberta dos manuscritos do Mar Morto,
vimos que há muito do cristianismo que foi escondido pelas
“igrejas”. O cristianismo original teria sido gnóstico e
simbólico, e estes gnósticos teriam sido perseguidos e seus
escritos destruídos, os quais teriam a doutrina dos mistérios
cristãos, seu ensinamento filosófico original, adulterado pelas
igrejas ortodoxas, que se fundiram em concílios. Jesus teria
nascido, vivido e morrido no século 1 antes do início de nosso
calendário. Sua escola era chamada de ofita, e seus discípulos eram
em número controlado, de modo algum se estendendo a multidão, se
assemelhando a escola pitagórica e tantas outras de iniciação, com
três graus, o terceiro citado na Bíblia, chamado “os perfeitos”.
Vivia e ensinava em Qunran, e assim com relação a essênios e
depois resultando em maniqueus e outros. Seu discípulo principal
seria João (nunca Pedro, que nem estava no círculo interno de sua
escola...), e também Jesus teria passado pelo Egito, em lugares como
Heliópolis, Alexandria e tantos outros em busca do conhecimento e na
sua difusão. Era um filósofo que foi transformado em milagreiro, e
seu simbolismo e rito de mistério metafísico foi transformado em
história. Sua “cruz de luz”, simbólica e que se referia a
Espírito Divino, o Logos, foi transformado em cruz de madeira, a
doutrina não se referindo a cruz de madeira, segundo escritos achados
no Mar Morto ou Nag Hamadi. Logo o cristianismo foi esotérico para
os discípulos, e uma forma de parábola para a população de
círculos externos. Com as igrejas foi um pouco mantida dessa
dimensão de sua escola ofita, e na maior parte excluídos os
ensinamentos do mistérios, que não se fundavam em política
territorial ou econômica, mas sim em encontro com Cristos, uma
porção interna desse Logos solar. Pois a escola de Qunran e que se
envolvia Jesus e João, bem como Bartolomeu, Simão, Felipe, Maria
Madalena, Maia mãe de Jesus e outros discípulos, estudava a
filosofia grega. Por isso do uso de termos como Mônada e Logos por
João. Jamais foi seita religiosa ortodoxa em busca de poder e
dominação temporal. Nem foi um centro de milagres, apesar de que as
curas eram essenciais, haja vista essênios terem hospitais, e pelo
fato de terem continuado através dos “terapeutas”. Assim eram os
disípulos da escola de Jesus, espécie de grupo interno, “prudentes
como serpentes”, conforme testou Mateus, não porque seguiam
Satanás, mas porque as serpentes dos antigos eram os sábios
iniciados, para tanto, os de Jesus eram iniciados nesses mistérios.
Isso nunca se referiu ao povo geral, aos de fora, pro-fanos, mas sim
a seus discípulos que se relacionavam com seus Cristos. Logo após a
morte do mestre, os ofitas e outros gnósticos foram os verdadeiros
mártires, que perseguidos e mortos por guardarem a doutrina cristã
original, e sobrou assim uma simulação teológica, onde esses
ensinamentos de ritos místicos e metafísicos foram transformados em
história, o que em muito não teria ocorrido. A própria idade de
33 anos é simbólica, afirmando Irineu que Jesus teria vivido 45
anos. Jesus era também nazareno pela sua filosófica, pois não
existia nenhuma região chamada Nazaré. Pois os Nazarenos se
tornaram os Essênios. E a cruz de luz é referida por Jesus em seu
hino, que teria dito antes da morte e ressurreição. Refere-se a uma
cruz que vai da terra ao céu, sendo a ascensão da alma humana até
uma Jerusalém Celestial, onde não haveria mais o corpo.
Mariano Soltys: todos se atrevem a opinar sobre cristianismo, mas ninguém sabe ao certo o que viria a ser exatamente a mensagem cristã na sua originalidade. Certo mesmo é que o que é original não se desoriginaliza. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
ResponderExcluirGostei muito de seus textos parabéns!!
ResponderExcluir