As Bem-Aventuranças e o Espírito Santo
“Jesus, pois, vendo as
multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus
discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes de
espírito” (Mat. 5:1-3)
“Bem-aventurado o homem que não
anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e
na sua lei medita de dia e noite”. (Sal. 1:2-2)
“Eis que bem-aventurado é o homem a
quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso”. (Jó. 5:17)
“Feliz (ou Bem-aventurado) é o
homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o
lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro”. (Prov.
3:13)
Lendo a
Suma Teológica de Tomás de Aquino, percebi que Agostinho de Hipona atribuia as
bem-aventuranças como dons do Espírito Santo. Sabemos das principais através de
Evangelho de Mateus, em capítulo 5, de tal feita que lá vemos que Agostinho
tinha uma razão, quando folheamos e percebemos antes da tradução, o termo não
se referindo a pessoas humildes ou pobres, nem a não inteligentes ou sábios,
mas sim aos que têm pouco “pobres do sopro de Elohim”, que poderíamos sim relacionar ao Espírito Santo, ou mesmo
a Shekinah, Presença Divina. Lucas
teria narrado que o sermão teria sido feito a multidão, e logo teria de ser
numa linguagem acessível, e não enumerando todas as bem-aventuranças, mas
algumas. Vemos já desde o Antigo Testamento, as referências a bem-aventuranças,
e assim se prova que não existe contradição, mas apenas alguns equívocos de
entendimento ou doutrinários.
Nas línguas
antigas a palavra para sopro, era o mesmo que para alma ou espírito. Assim
vemos já em Gênesis esse foco. Depois vemos que a necessidade não é ficar
pobre, rico, mas sim aceitar ao Senhor, estar na presença de Deus. E claro que
o ímpio não é bem aventurado, pois se fosse, seria contradição nas escrituras. Mas
aquele que se arrepende (ou encontra Teshuvá),
e retorna ao Senhor, esse sim pode ser chamado de bem-aventurado. O mesmo se
deu com a tradução equivocado dos que “choram”, na qual palavra em hebraico diz
os que “esperam”, e assim toda uma doutrina se vê meio exagerada. Claro que o
mestre Yeheshua (Jesus) pregava
virtudes, e que uma delas era o desapego as coisas do mundo, riquezas, mas isso
pelo motivo de às vezes afastarem da espiritualidade e do Reino, e não por
simplesmente serem riquezas. Ambrósio atribui às bem-aventuranças, as virtudes cardeais.
A sabedoria seria melhor lucro do que da prata, e assim Salomão já teria dito
na bem-aventurança citada em Provérbios.
A
recompensa do encontro do Espírito Santo, e da Presença Divina, é o Reino dos
Céus, e assim tanto em um mundo vindouro, futuro, como no presente, através do
coração e íntimo do justo, em seu Reino interno. Por isso que Yeheshua falou que o Reino estava dentro
do homem. E várias parábolas confirmam a analogia, e assim é um Reino de
sabedoria, como disse Agostinho. Por isso claro que se tem de ter fé, amor,
como já teria dito Paulo, João, e outros discípulos, e assim vemos que eles não
se tratavam de homens sem sabedoria. Logo não se deve excluir a inteligência,
uma vez que doutro modo se teria “dois senhores”, o que Jesus disse não ser
possível. Assim vemos que essas mais que virtudes, mas também dons do Espírito,
além dos 12 frutos, são uma meta para se encontrar o Mundo Vindouro, o que não
se pode sem sabedoria, pois mesmo ter fé, buscar a justiça, ser humilde e tudo
mais são sinais de sabedoria e inteligência. Também não basta ser pobre, uma
vez que se pode ser idólatra, ímpio, e ainda pobre, não sendo isso o motivo de
sua salvação.
Caro Colega Mariano. A sua rápida análise nos faz refletir sobre as nossas atitudes e como, as vezes, certas interpretações de leitores/tradutores podem levar toda uma sociedade a agir fora do que realmente são as boas aventuranças, as quais, com certeza, integram os nossos principios do direito e justiça na atualidade. Abraço Fraterno ao Colega e um abençoado Sabado na PAZ do SENHOR.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, Mariano! CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
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