Números
místicos na Bíblia e seu aspecto secreto e de acordo com cabala
“Disse-lhes
Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão
Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta
e três grandes peixes” (João 21:10-11)
“No
meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da
vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as
folhas da árvore são para a cura das nações”. (Apo. 22:2)
“A
ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te
cantarei louvores” (Sal. 144:9)
“Jesus,
pois, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão; e era levado pelo
Espírito no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo
Diabo. E naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles,
teve fome”. (Luc. 4:1-2)
“E
perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam estas sete cordeiras
que puseste à parte? Respondeu Abraão: Estas sete cordeiras
receberás da minha mão para que me sirvam de testemunho de que eu
cavei este poço”. (Gen. 21:29-30)
“São
estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra”.
(Zac. 4:10)
Quando
lemos a Bíblia, percebemos uma quantidade quase infindável de
referências numéricas, e isso desde o Gênese até o livro de
Revelação, e não raro passamos batidos pelos números, dando muita
importância ao sentido literal e moral de alguns versículos, sem
contudo nos atentarmos para os números. Muitos autores se referem a
isso como códigos cifrados na Bíblia, e assim ela nos guarda sempre
um sentido mais profundo e quase esotérico. Para desvendar isso
trabalham muito cabalistas, que através de certas operações
numéricas e somas, por uma ciência que se chama Gematria, acham
significados extras em passagens, bem como relações antes não
percebidas, haja vista a tradução não mostrar o mesmo que o
hebraico. Para tanto, se formos ver os números, poderíamos usar de
muitas chaves para interpretá-los, ainda mais quando reduzidos
teosoficamente (somados e colocados em uma unidade). Por isso não
basta inventar uma ciência numérica, uma vez que as regras já
estão na tradição, e mesmo nos pensamentos das ciência antigas.
A
começar, podemos pensar em um livro que é por excelência numérico,
que é o Sepher Yetzirah, e que nos remete a criação e as 22 letras
hebraicas. Assim quando vemos a referência ao número 12, percebemos
as 12 letras simples, que lá são bem identificadas. Também ao
número 7, vemos as 7 duplas, e ao três, as letras-mãe. Mesmo no
Nopo Evangelho, há alguns números enigmáticos, como a quantidade
de peixes que Jesus na pescaria, o que resultou em 153 peixes. Esse
número, segundo alguns autores, refere-se ao homem fatorial 5, pois
5!+4!+3!+2!+1!=120+24+6+2+1=153. Tal número se relaciona a percepção
sensorial e extrassensorial. Mas o número 12 (Tribos de Israel,
Apóstolos etc), seria também uma referência as constelações dom
zodíaco, como está colocado no Zohar.
Talvez
o número mais citado e considerado mais místico seja o 7, uma vez
que se relaciona muitas vezes ao próprio Senhor (IHVH), as igrejas e
características espirituais. Na verdade o 7 integra um ternário
superior a um ternário inferior (3+1+3), formando disso uma estrela
de Salomão. A sexta sephira da cabala é Tipheret, que poderia ser
relacionada a Cristo, ao Sol e a beleza de um equilíbrio de outras
sephirot. A sétima sephira é Netzach, vitória, sendo o triunfo do
iniciado ou batizado com Espírito Santo. As festas nupciais de
Salomão duravam sete dias. E vários prenomes femininos do antigo
Testamento encerram o número 7. Por fim, no Apocalipse se fala em
sete Igrejas, selos etc, e o número nos a união do ternário e do
quaternário 3+4, exemplificado na oração do Pai Nosso. Também
temos sete veículos de consciência e ainda podemos pensar nos 7
planetas mágicos, ainda resultando nos dias da semana.
A
harpa de dez cordas é uma referência a árvore da vida cabalística,
com suas 10 esferas, e ao que o Sepher Bahir fala em que Deus criou
com dez pronunciamentos. O 10 pode então se relacionar a música das
esferas, e a relação que há entre o absoluto 1 e o que retorna e
este (10), e ao tetraktis dos pitagóricos 4+3+2+1. A décima sephira
é então malkut, o Reino, onde se materializa as dez qualidades das
outras esferas. O Sepher Yetzirah fala em dez infinitos, e ainda
temos os dez mantamentos como o cerne da Lei. Outro número que é
confusamente interpretado de forma literação é o 40, se referindo
aos 40 dias. Na verdade, marca um tempo de purificação, como
ocorreu no dilúvio e no deserto, e assim os 40 dias filosóficos da
alquimia.
Já
o número que mais atrai alguns místicos é o número do homem, o
dito 666, que alguns entendem ser o 616. Na verdade, o número é por
ocultismo o referente a quadrado mágico do Sol, e logo Σ36. Os
números do homem se relacionam a n2+1, para tanto, resultando em
redução teosófica de 9. Assim, 666=6+6+6=36=3+6=9. Também o
número é citado apenas como um código da época relacionado a
Nero, ou César Nero. Não se relaciona ao Diabo, pois o número
desse é 15 (décima quinta carta do Tarô, Baphomet ou Tifão).
Também Yeheshua (Jesus) soma 666, o que coloca um pouco em dúvida
ter o número por maligno em todos os sentidos. Parece ser uma
referência solar e ao uso dessa energia, que pelo homem pode ser
animalesca (Besta), e que por outro lado em Cristo-Solar é uma
energia construtiva. Já falamos nas bestas ou animais, que antes de
Apocalipse já eram tratados por Ezequiel, e que são explicados no
Zohar, não nos inclinando para um sentido político, de seita
religiosa ou sem base nas ciências antigas. Para tanto esse artigo
já demonstrou um prelúdio dessa consciência superior de nossos
profetas, e que resulta que nenhum número foi usado sem algum
sentido, e nem os nomes colocados sem um aspecto secreto.
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