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terça-feira, 2 de julho de 2013

Interpretação referente aos animais na Bíblia

Interpretação referente aos animais na Bíblia
 
      “Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico: se a fizer de gado vacum, seja macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do Senhor; porá a mão sobre a cabeça da sua oferta e a imolará à porta da tenda da revelação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor”. (Lev. 3:1-2)
“E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.” (Gên 1:20)
“Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na arca; soltou um corvo que, saindo, ia e voltava até que as águas se secaram de sobre a terra. (Gên 8:6-7)
“Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele (Mat. 3:16)
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29)

      Os animais presentes na Bíblia são sinais de uma grande sabedoria. Sua presença vai muito além de descrições de fábulas de povos primitivos e cultura de pastoreio. Também vai muito além da descrição de costumes hebreus. Também quando se refere ao sacrifício animal, segundo alguns sábios de Israel, significa que o sacrifício é do animal que está dentro do homem, e não fora, se referindo a sua “alma animalesca” (sefer hará), onde estão as qlifot ou demônios, que se manifestam pela treva, vícios e coisas que afastam da luz do Criador. Mas a simbologia vai ainda mais além, sendo mais uma forma de alegoria astronômica e angelologia.

      Muito da chave de interpretações desses animais sob ponto de vista místico está na cabala, mais especificamente no seu livro principal, o Zohar, que é um vasto comentário sobre a Torá ou Antigo Testamento da Bíblia. Lá se dedica muito ao livro do Bereshit (Gênesis), e já no presente se trata os animais como “seres viventes”, que é uma referência clara aos anjos. Quando se fala em aves do céu no versículo vinte do primeiro capítulo, em verdade se fala em anjos, e não pássaros ou aves. Também em outras passagens referentes a animais, ou “viventes”, a interpretação é anjos. Esses anjos são os mesmos que “puxam” o carro de Deus descrito em Ezequiel (Merkabah), que são bois, ou melhor, querubs (querubins) ou esfinges. O arcano do carro mostra essa dimensão. E os mesmos que guardam a entrada do Éden. Estão assim no firmamento porque são estrelas, astros e corpos celestes, e têm influência direta em nossa realidade por sua energia, sendo assim os 12 animais do zodíaco, ou constelações da astronomia antiga. Daí que as 12 tribos de Israel é uma referência a todos os povos da Terra e do universo, não apenas a uma raça ou povo. A serpente é uma referência a constelação de escorpião (povos do oriente viam a semelhança da constelação com forma de serpente...), sendo uma influência negativa do céu, logo ligada ao mal e ao adversário.
      Por outro lado, em relação a Noé, quando vem aquele corvo, fica clara uma alegoria astronômica com Saturno, ou aquele que se relaciona a morte, barreira (Shatan) e toda a simbologia que envolve o anjo ou deus do tempo. Povos antigos o chamavam de Cronus. Saturno é um planeta ligado a capricórnio ou o “bode”, assim a Satã (que foi representado com chifres e tem características de dificultar a vida do cristão...). Assim percebemos que o fim de um tempo ou era anunciava um novo tempo, de mais justiça e equilíbrio. Noé segundo o livro de Enoque era um filho de “gigante”, e esses gigantes não eram outros que os anjos que tiveram filhos com as mulheres humanas. Então o corvo é apenas uma barreira momentânea que vem antes da grande conquista. Antes da bênção acaba vindo um deserto. O dilúvio é também universal, ocorrendo nas “águas” do firmamento, ou seja, no céu e nos astros. O perigo de extinção não era apenas da Terra, mas do universo todo.
      Nesse sentido estão a pomba do Espírito Santo e o cordeiro de Deus, ou Cristo. No cristianismo primitivo não existia a figura de um homem pregado numa cruz, mas sim a de um cordeiro. Assim vemos uma analogia com o que os antigos tinham na astronomia como Áries, sendo que esse símbolo era do Sol crucificado em Áries, por isso da páscoa em março. A pomba do Espírito Santo é muitas vezes entendida como meramente paz, porém o animal desde todos os tempos antigos foi uma referência a Vênus, que rege em grande parte o sentimento do amor. João disse que Deus é amor. Então Jesus foi batizado nesse aspecto, e o fogo do batismo do Espírito Santo pode ser a chama do fênix, que era uma ave lendária que ressuscitava.

      Assim vemos que os animais presentes na Bíblia representam grandes verdades, e que sob aspecto místico nos revelam segredos elevados, como características de anjos, que ainda se relacionavam aos planetas e estrelas do céu. Assim por traz da simbologia mora um aspecto bem profundo e geralmente não interpretado, vendo aspectos biológicos e históricos, em um livro que era escrito em um tempo em que a visão mais importante era a espiritual, mesmo que por uma linguagem simples e pastoreia. E os sábios sempre observaram isso do modo que vemos no Zohar, sendo que guarda a Bíblia grandes verdades para todos os tempos. 

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