ABRAÃO
E ALIANÇAS COM POVOS, DEUSES E LUTAS DE PASTORES POR DIREITOS
“Melquisedec,
rei de Salém e sacerdote de El Elion, levou pão e vinho, abençoou
Abrão, dizendo: Seja Abrão abençoado por El Elion, criador do céu
e da terra, e bendito seja El Elion, que lhe entregou nas mãos os
inimigos” (Gên. 14:18-20) Nova Bíblia Pastoral
“abençoado
seja Deus Altíssimo” (idem) João Ferreira de Almeida e Bíblia
Hebraica
“Abraão
respondeu: (…) Quando os deuses me fizeram andar errante” (Gên.
20:13) Nova Bíblia Pastoral
“Deus
me fez peregrinar” Bíblia Hebraica “fazendo-me Deus sair errante
da casa de meu pai” (idem) Almeida
“Abraão
plantou uma tamareira em Bersabeia e invocou aí o nome de Javé El
Olam”. (Gên. 21:33)
“invocou
o nome do Senhor, Deus eterno” (idem) Almeida
O
patriarca Abraão representa por certo mais que um homem, assim como
os seus descendentes, e muito mais, mostram a realidade das lutas de
pastores em face de poderes, e de toda a sorte de dificuldades.
Israel e Judá e sua unificação, deuses de poços de água,
fenícios e mesmo o El de Canaã estão sempre presentes, adaptados a
um Deus único, Jeová/Javé, que englobava as características
desses deuses protetores de pastores e e da fertilidade, terafins e
até estranhos, como Moloc. A luta pelos direitos é clara quando se
fala nos filhos e descendência, onde se coloca práticas muitas
vezes de abuso e a luta por direitos desses errantes do deserto,
usando de certa malandragem para se ver com prosperidade e na defesa
do seu Deus.
Vemos
das narrativas de gênesis uma série de lendas narrando a união com
outros povos, a troca com árabes, origem de povos como egípcio, os
negros e muito mais. Uma antropologia e mesmo até cosmogonia. Se
coloca poligamia, casamento com duas irmãs, geração de filhos com
escravas, e uma variedade de coisas que se literais, seriam tidas por
imoralidades. O sentido verdadeiro é de analogia e simbólico. Na
cultura do Oriente Médio, pareciam ser práticas comuns, mesmo
assim, essas uniões matrimoniais diversificadas. A circuncisão, já
praticada muito antes por outros povos, foi usada como marca da
aliança com Deus. E a prosperidade e o poder eram o foco, a riqueza
mesmo. Práticas como sacrifício humano, talvez herança de crença
em baal ou Moloc, foram combatidas na lenda de Isaac, que traria a
mudança desses costumes. Não que antes não existissem.
Vemos
que Dake comenta sobre o El Olam de capítulo 21 de Gênesis, bem
como da palavra referente a deuses, de capítulo 20, falando que se
tratava da doutrina da Trindade. Argumento que até serve para
cristãos, mas não acredito que seria verdadeiro a um judeu. De Olam
fala que é o que expressa de Eterno em Deus, mas não fala o porquê
de se chamar o mesmo Deus, único, com nomes diferentes e
características diversas. Esse termo olam era indicado para firmar
alianças, e se plantava a tamareira em favor disso, sendo
possivelmente um costume da região, e essa divindade relacionada ao
fato. Depois unificada em Javé. Já Matthew Henry diz que Abraão
não faz nisso uma prática constante, mas sim uma profissão aberta
a sua religião. Fato é que houve adaptações, e que os pastores
pareciam ter divindades para lhes proteger e que favorecessem em sua
condição dificultosa, que muitas vezes os levava a migrar para
cidades, onde sofriam ainda mais.
Fato
é que mesmo com cristianismo, vemos que certas crenças foram
unificadas, como de Mitra, de Osíris, de uma divindade aparente com
peixe (antigo Johanes/Jonas), de carneiros, bem como de práticas
essênias, e mesmo do zoroastrismo, como juízo final, pecado, etc. A
fé foi se unificando e purificando, adaptando antigas formas de
culto em novas. Deuses locais foram adaptados em santos, e tudo se
pacificou dentro de uma cultura mais homogênea. Cristãos sofrendo
com os romanos, e depois a conquista de direitos com Constantino,
tudo se parece com aquela primeira busca de Abraão, ou do clã que
ele representava. As tradições patriarcais e matriarcais, as
diferenças e conflitos, como de Judá e Israel, são superados na
paz e da crença de um só Deus. Em Cristo essas diferenças vão
ainda mais sendo reduzidas, e muitos são incluídos no culto, povos
e raças, homens e mulheres, judeus e não judeus. O direito do
cristão é o de ter um bom pastor, e esse direito teve a busca lá
em Abraão, agora completada na figura do Messias que é o pastor
salvador.
Parabéns pela exposição histórica, a qual esta em concordância com os preceitos necessários para um adequado entendimento do momento atual pelo o cristianismo caminha. Abraço Fraterno, Mariano.
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