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terça-feira, 15 de abril de 2014

Passagens bíblicas e tradução de acordo com o grego


Passagens bíblicas e tradução de acordo com o grego






“Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a queda do mundo”. (Mateus 13:35)
“Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce pelo ventre e é fossa?” (Mateus 15:17)

Professor, bem sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, e com ninguém te importas, porque não olhas para a aparência dos homens” (Mateus 21:22)
“Em seguida, recolheram doze bolsas cheias dos pedaços de pão e de peixe”. (Marcos. 6:43)
“Pois todos nós recebemos de seu Pleroma, e graça sobre graça”. (João. 1:16)

Viajei em caravana a festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda não é chegado o meu tempo”. (João 7:8)
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Advogado, para que fique convosco para sempre”. (João 14:16)

“e nenhum deles se perdeu, senão o filho da destruição, para que se cumprisse a Escritura”. (João 17:12)





Ao lermos bíblias de estudo, percebemos a referência da palavra grega em determinadas passagens do Novo Testamento, de modo que assim notamos a diferença de contexto que se pode ter ao usar dessa tradução alternativa. Alguns versículos ganham um sentido bem mais amplo, e nos colocam na realidade do que foi descrito, e outros apenas mudam para algo mais real ou literal. Lembramos que uma simples tradução para o inglês já foi considerada heresia, e que a Bíblia em momentos antigos era proibida em sua leitura por leitos. Vemos na arte da contrarreforma muitos desses fatos bíblicos mostrados como símbolos de fé, mas que muitas vezes não correspondia a realidade dos fatos, como o local dos pregos na crucifixão, que não seriam nas palmas das mãos, e outros fatos avaliados pela ciência e arqueologia bíblica.

Já no primeiro versículo citado, de Evangelho de Mateus, capítulo 13, versículo 35, vemos que a palavra que habitualmente é traduzida como “fundação”, no caso “desde a fundação do mundo”, na verdade se refere desde a queda, que seria a queda relatada em um período pré-adâmico, segundo Dake. A palavra grega katabole seria mais então uma derrubada, e não uma fundação. Essa queda dos anjos relatada na tradição oral cristã, e que lá na cabala se refere a Samael e sua tentação de Eva, bem como da serpente com Adão. Isso foi transformado na história de Lúcifer e de sua vontade de estar no lugar de Deus, no relato de Isaías sobre a estrela mais brilhante. Também nos lembra a queda de Adão, pelo pecado original, o que originou a morte e sofrimento, bem como a necessidade de se trabalhar para sustento, com o seu suor, e as dores de parto de Eva. Logo a sabedoria e poder de Jesus desde essa queda, porque ele é o Novo Adão, que tira o pecado do mundo e restaura o Cosmo.

Já em Mateus 15:27, a palavra grega aphedron é fossa ou esgoto, e por isso traduzida como “o que é expelido” ou “o que é lançado fora”. A palavra fossa seria interessante, porque nos leva a ideia de uma cloaca ou boca, e assim parece ser boa opção de tradução para o versículo em questão. Já que Jesus fazia muitos jogos de palavra, possivelmente tenha feito um jogo nesse sentido, quando da presente pregação. Isso também nos leva a lembrar do Evangelho de Tomé, dito apócrifo, onde se fala que o que entra pela boca não pode fazer mal ao homem, mas sim o que sai. Uma forma de ensinar dos males da injúria e calúnia. E também de ensinar que o alimento mais importante é o espiritual, e não o carnal. Porque a carne não herda o Reino.
 


Na passagem de Mateus a que se fala do mestre Jesus, a palavra grega didaskalos seria melhor traduzida como professor, trazendo também mais realidade ao texto. Em várias passagens se mostra essa dimensão pedagógica e andragógica de Jesus, que ensinava por onde passava, mesmo a classes que antes não tinham acesso a esse saber, como o caso de estrangeiros, mulheres e crianças. O termo mestre nos leva muito a uma concepção oriental, e que talvez não estava presente naquela realidade, que era mais de fé e ensino oral.

Já a passagem de Marcos sobre a multiplicação dos pães, nos leva a lembrar de figuras e pinturas sobre o cesto onde os mesmos eram levados, cheios de pães e de peixes. A palavra grega kophinos se refere a uma bolsa que os judeus levavam em caravanas, para levar alimentos, uma vez que não comiam aquela dos gentios. Tinha essa bolsa a capacidade de em torno de 7 litros. No caso do versículo citado, 12 x7= 84 litros. Logo a quantidade era considerável e em um tempo onde não se esbanjava muito os alimentos, mais ainda. Lembramos novamente de arte medieval com esses cestas retratados, sem muita consciência do que realmente eram.
 
 
 
 

Continuando, em João, no seu capítulo primeiro, versículo 16, notamos uma palavra muito cara aos gnósticos, e que é simplesmente traduzida como plenitude, apesar de significar muito, mas muito mais. É de certo modo o céu mais elevado, o local onde os justos e santos terão por fim sua morada. Esse pleroma é o estado máximo a que um iniciado pode alcançar nos mistérios. Assim um local de plena luz, onde se tem de vestir uma veste de luz, um corpo glorioso. Nos leva a pensar no tesouro de luz descrito em evangelho de Valentim, bem como a um local que até para os anjos seria elevado. Logo é muito mais do que mera plenitude mundana, ou algum estado de êxtase superficial.

Em joão 7:8 se refere a viajar em caravana, com a palavra grega anabaio, que em muitas traduções está apenas “Subi”, na frase “Subi a esta festa”, que na ocasião era a festa das cabanas, ou tabernáculos, sucot. Ele assim tinha de fugir dos judeus, que o queriam matar nessa ocasião, segundo a passagem referida. Jesus parecia querer subir sozinho, e estava em grupo, fato que ia talvez lhe gerar o que não desejava, ser declarado rei mundano. Ele diversamente das pessoas dos dias de hoje, não procurava a fama, pois Jesus era um justo.
 

Também o termo parakletos, que muitas vezes é traduzido como Consolador, gera a confusão de não se lembrar muito do Espírito Santo, ou o que no caso poderia ser uma espécie de protetor, defensor, um anjo da guarda. A palavra seria Advogado, e assim um defensor, haja vista que Satanás, o diabolos, é um acusador. De certa forma é o próprio Cristo, e assim ele nos defende contra os inimigos, ou o maior inimigo. Em orações, Maria é também chamada de Advogada Nossa. E também capítulo 17, versículo 12, se fala em perdição, mas o termo mais literal seria “filho da destruição”, levando mais uma vez a figura de Satanás, que vem para matar, roubar e destruir, segundo outras passagens, e que parece levar a descrença em Cristo. Por tudo isso notamos que o grego nos mostra já um sentido mais profundo ou mesmo verdadeiro do Novo Evangelho, que muitas vezes é traduzido conforme gosto de seitas e de interesses. Um estudo sempre nos comprova porém, o Espírito da Verdade que está com nós.



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