Adão
criado com duas faces, Eva formada a partir do rabo e Jó astrólogo,
de acordo com o Talmud
“e
do rabo que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao
homem”. (Gênesis 2:22)
“e
da face que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao
homem”. (Gênesis 2:22)
“Trás
e frente Tu me moldaste” (Salmo 139:5)
“o
que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as recâmaras do sul”
(Jó 9:9)
“Podes
atar as cadeias das Plêiades, ou soltar os atilhos do Oriom?” (Jó
38:31)
Quando
folheamos um livro da envergadura do Talmud, percebemos que a Bíblia
guarda ainda mais mistérios e segredos que antes imaginávamos.
Longe de se afastar das ciências antigas, ela as contempla,
dialogando com diversos saberes da humanidade, mostrando que Hashem
(O Nome/Deus) sabe mais. Meu amigo filósofo, Cléverson Israel
Minikovsky já falou que a Bíblia deveria ser publicada com todos os
escritos que a acompanham, como literatura judaica e os apócrifos,
mas que as religiões continuam limitando nosso conhecimento. Mas
aqui vou ampliar as informações sobre Adão, o primeiro homem, e
curiosidades mais.
Lê-se
no Talmud: “O Santo, bendito Ele, criou duas faces no primeiro
homem (Adám), (uma masculina e outra feminina. Uma delas foi
retirada mais tarde para formar a primeira mulher, Chava)”
Berashot, 9, 61A. Assim o Adão era andrógino, e tinha ainda dois
rostos. Já falei em meus livros, como em “Bíblia e Misticismo”,
sobre essa androginia do Adão. Mas a novidade foi ele ter dois
rostos, ser parecido com Jano da mitologia, e ainda a face de Eva
estar voltada para trás. Essa face é mal traduzida para costela, e
já falei de ser também a esfera-sefira, de uma árvore da vida. O
Salmo 139:5 confirma, ao dizer que foi moldado “frente e trás”,
e assim não fala de um homem comum, pois seria pleonasmo ou
repetitivo o fazer. Não precisamos lembrar que a primeira mulher se
chamava Chava, e que depois se fala em Aisha. Mas outra versão que
impressiona é ela ser criada do “rabo” de Adão, e assim
poderíamos voltar a pensar em uma teoria antropológica, em um homem
primitivo, já pensado por sábios hebreus.
Sobre
Jó eu já havia falado, mas sem ter a prova do meu argumento. Mas
agora tenho no Talmud a prova, e assim reflexões sobre Jó e Amós,
a respeito de certas constelações e suas influências, em ciência
astronômica, ou melhor, astrológica. Então, a constelação de
Kimá e de Kessil, uma quente e outra fria, ou melhor, uma aqueceria
o ânimo humano e outra esfriaria. Se fala assim dessa constelação
fazendo parte de Áries, ou Ram, e com o designativo de escorpião
(não confundir com o signo), sendo ainda Kimá na influência no
inverno. É também a essa estrela que se refere Daniel, Kimá, ao
falar na “Corrente de Fogo” (Dan. 7:10). Enfim, “as estrelas
são usadas por Hashem para dirigir eventos desse mundo”, conforme
nota 999 e Biorei Hagrá.
Para
tanto, percebemos que na Bíblia há diversos saberes e ciências, e
que sua sabedoria reflete a sabedoria de Deus. Assim já vimos nela
fisionomia, astrologia, antropologia, ciência política,
interpretação de sonhos e tantos outros saberes. Percebemos e
lembramos do “Livro de Enoc”, este presente ainda em versões da
Bíblia como a Vulgata, ou mesmo a da Igreja Ortodoxa da Etiópia,
que os anjos ensinaram ciências aos homens, além de agricultura,
mas ciências avançadas, que decifram a natureza das coisas,
verdadeira mística. Fatos como conhecer os astros, ou saber que a
Criação do homem primitivo revelava um ser com composição curiosa
e diferente, nos faz pensar cada vez mais com seriedade em relação
a esse livro sagrado a que chamamos Bíblia ou Tanach, não nos
esquecendo da tradição oral que a acompanha.
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