“A
filha de Faraó desceu para banhar-se no rio, e as suas criadas
passeavam à beira do rio. Vendo ela a arca no meio os juncos, mandou
a sua criada buscá-la”. (Ex. 2:5)
“Subiram,
pois, os gafanhotos sobre toda a terra do Egito e pousaram sobre
todos os seus termos; tão numerosos foram, que antes destes nunca
houve tantos, nem depois deles haverá”. (Ex. 10:14)
“Seis
dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho” (Ex. 20:9)
A
Bíblia parece ser simples quando se apenas lê de forma iniciante.
Mas com uma maior interpretação, observando o que disseram os
sábios e justos, resta que muito se descobre. Assim mais uma vez o
Midrash traz luz a compreensão maior. Assim aqui selecionei alguns
versículos do Êxodo, que o nome verdadeiro é Shemot, que significa
“nomes” em hebraico. Já de começo, vê-se que um milagre ou
fato extraordinário sobre Moisés foi pouco lembrado, e foi assim
salvo com seu cesto ou arca. Também dos dez milagres do Egito, um
fato referente aos gafanhotos supera a mera ação destes. Sobre o
Sábado muitos sabem que ele tem seu aspecto sagrado, de descanso,
mas esquecem que nos outros dias é mandamento trabalhar.
Por
um erro de tradução se colocou criada, ou ama, de modo que falou-se
que esta buscou o bebê, no caso Moisés no cesto de junco, ou
papiro, ou arca, como já tratamos noutros livros. Mas essa palavra
hebraica para servente significa na verdade braço, como recorda
Rashi e os sábios da Mishna. Então não houve servente nenhuma a
salvar o menino, mas foi o braço mesmo da filha do Faraó que o fez.
Mas até aí alguém acharia normal. Porém algo milagroso aconteceu.
O braço dela se esticou por vários côvados, e assim salvou
milagrosamente o menino. E isso que o versículo em sentido alegórico
quer dizer, além do literal.
Sobre
as dez pragas do Egito, ou melhor, dez milagres, todos sabem dos
piolhos, das rãs etc. O versículo deixa alguns detalhes sobre os
gafanhoto. Eram mais do que nunca pois eram todos os gafanhotos,
inclusive os mortos despertaram e coaram para formar essa nuvem. E
mais ainda. Um fato milagroso que os sábios lembram a respeito
deles. Mesmo aqueles que estavam nas panelas ou nos barris de
salmoura, já para a refeição, despertaram e voaram, saindo da
terra do Egito, para evitar que estes ainda tirassem um proveito
destes. Essa a lição de Rabi Iohanan. E ainda no Egito, após as
pragas nem todos os hebreus ficaram salvos para o êxodo. Quatro
quintos (4/5) sucumbiram junto aos egípcios, pois eram perversos.
Sobre
o Sábado muitas igrejas guardam, muitos falam e dizem ser
obrigatório, outros sobre o domingo e assim por diante. Mas ninguém
fala que o trabalho dos seis dias é mandamento. Pois diz claro no
versículo: “seis dias trabalharás”, em sentido de ordem. Não
diz que se trabalhe quando quiser, e ainda se tem um dia sagrado e
reservado. Assim o trabalho é mais um mandamento, dentre aqueles 613
a que segue o povo judeu. Já a humanidade tem 7 mandamentos, a que
chamam de mandamentos de Noé. Então apesar dos mandamentos muitos
se referirem a costumes, apenas os 7 seriam para a humanidade. Mas
trabalhar seis dias é mais do que digno ou honroso, é cumprir a
vontade de Deus.
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