Versões
bíblicas sobre Criação do céu, relação de Adão e Eva e ídolos
de Labão em comparação a Targum
“Fez, pois, Deus o
firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das
que estavam por cima do firmamento. E assim foi”. (Gen. 1:7) João
Ferreira de Almeida
“Deus passou a fazer
a expansão e a fazer separação entre as águas que haviam de ficar
debaixo da expansão e as águas que haviam de ficar acima da
expansão” (idem) Novo Mundo
“Deus fez o
firmamento, que separou as águas que estão sob o firmamento das
águas que estão acima do firmamento” (idem) Bíblia de
Jerusalém
“E fez Eloqim o
firmamento, a espessura de três dedos, entre os lados dos Sh'maia
para as águas do oceano, e fez separação entre as águas...”
(idem) Targum Pseudo-Jônatas
“Conheceu Adão a
Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse:
Alcancei do Senhor um varão”. (Gen. 4:1) João Ferreira de Almeida
“E o homem (Adão)
conheceu Eva...” (idem) Bíblia Hebraica
“O homem se uniu a
Eva (…) Adquiri um homem para Javé” (idem) Nova Pastoral
“Adão teve então
relações com Eva, sua esposa, e ela ficou grávida” (idem)Novo
Mundo
“(...) Possui um
homem com a ajuda do Senhor” (idem) Ave Maria
“E Adham conheceu
intimamente Chawá, sua esposa, que ela ficou grávida de Sama'el, o
Mala'kha desejável, e ela concebeu, e deu à luz Qain” (Idem)
Targum Pseudo-Jônatas
“Ora, tendo Labão
ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel furtou os ídolos que pertenciam
a seu pai”. (Gen 31:19) João Ferreira de Almeida
“Raquel furtou os
terafins que pertenciam a seu pai” (idem) Novo Mundo
“os terafim” (idem)
Ave Maria
“Raquel roubou os
ídolos domésticos que pertenciam a seu pai” (idem) Nova Jerusalém
“e Raquel furtou as
imagens que determinavam as propriedades: Um homem primogênito, cuja
cabeça deceparam, e salgaram-na com sal, e embalsamaram, e
escreveram ensinamentos no peitoral sacerdotal de ouro, e colocaram
debaixo de sua língua, e a suspenderam na parede, e ela falava com
eles” (Idem) Targum Pseudo-Jônatas
Sempre
que se fala na Bíblia, acaba por apenas se ver uma versão mais
corriqueira de sua tradução, como o caso da João Ferreira de
Almeida, ou da Ave Maria, mais presente nas casas de seus leitores.
Contudo, vale lembrar que em regiões de língua inglesa, ou mesmo
nos EUA a versão que se usava muitas vezes era a King James (Rei
Jaime), e dela já se tem alguma diferença para as outras traduções.
Há ainda versões mais originais, como a Vulgata, em latim, e a
Septuaginta, em grego. Isso sem contar como diversas versões que já
citei em livros, como a do Codex Sinaiticus e a de Targum de Onkelos.
Aqui nesse artigo faremos um comparativo ao Targum de Jerusalém,
também conhecido por Pseudo-Jônatas, que é uma versão em aramaico
da Torá ou 5 primeiros livros da Bíblia, ainda em comparação a
Bíblias como a Nova Jerusalém, Nova Pastoral, Novo Mundo e outras.
Os temas foram a Criação do firmamento ou céu, a relação de Adão
com Eva, que gerou Caim, e os ídolos de Labão, furtados por Raquel.
A
começar da relação de Adão com Eva, e da geração de Caim. Já
sabia e comentei que em materiais de tradição oral, como do Zohar e
do talmude, se falou que Caim era filho de serpente, ou de anjo
Samael. Esse fato parecia ser apenas dessa tradição, mas ao se
descobrir o targum ou versão em aramaico de Jerusalém, observa-se
que tem algum fundamento. Vendo-se na citação acima, e
em comparação a versão Ave Maria, onde se fala da ajuda do Senhor,
que muitas vezes no original se refere a anjos, prova que algo há
nesse sentido da interpretação.
Com
relação a Criação do firmamento ou céu, não há grande
mistério, a não ser do detalhe adicional informado do aramaico que
este tem espessura de três dedos. Também mostra-se uma tradução
de Elohim ou um plural (de anjos ou majestático...) . Isso lembra a
teoria da física das membranas, ou que o Universo estaria em algo
plano ou pequena faixa de ínfima espessura. A tradução do Novo
Mundo também reforma o detalhe da expansão, e assim o céu ou
Universo ganha um detalhe especial na Criação. Mostra-se
nas traduções mais fidedignas, que o Senhor tinha grande ajuda de
anjos, ou usava desses poderes seus, e que os homens tinha muito
contato angelical, o que foi depois traduzido ou interpretado como
sempre contato direto com Deus, quando o escrito não falava
literalmente.
Por
fim, o detalhe mais amplo é em relação aos ídolos furtados por
Raquel, de Labão. Geralmente se fala apenas em ídolos, nos fazendo
pensar em estátuas de modo geral, ou a algum pequeno baal, ou mesmo
algo que se assemelhe. Já outras traduções da Bíblia são mais
específicas, falando de terafim. Contudo, a versão do Targum
surpreende, por detalhar de modo extenso não apenas do que se
tratava, mas como era usado esse ídolo, que era na verdade um
feitiço com cabeça decepada e em salitre, que ficava suspensa na
parece e fazia as vezes de um oráculo, aparentemente. O detalhe
mágico faz perceber que existe algum ocultismo citado na Bíblia, e
que isso ficaria claro para a realidade daqueles povo, mais
acostumados com essas ciências, do que para nós, que pensamos
apenas em estátuas e peças achadas por arqueólogos, ou em desenhos
presentes em estudos bíblicos, que têm boa informação, mas são
incompletos com relação a toda a verdade.
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