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terça-feira, 17 de maio de 2011

Deuteronômio e o divórcio

Deuteronômio e o divórcio



Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.” Dt. 24

Deuteronômio significa uma revisão da Lei, demonstrando que ela já não estava em originalidade, mas vinha de segunda mão. Entre os judeus já havia a carta de divórcio. “Em hebraico, recebe o nome de guerushim e se formaliza mediante um contrato conhecido como guet ou sefer keritut. A mulher pode então casar-se com qualquer homem, exceto aquele com quem manteve relações antes do divórcio ou com um sacerdote ou kohen. Quanto às causas, a escola de Hillel (séc. I a.C.) admitia como causa qualquer coisa que desagradasse ao esposo, como queimar a comida, enquanto a de Shamai (séc. I a.C.) limitava-o aos casos de adultério”(Dicionário de Jesus e dos Evangelhos). Geralmente era uma forma de um homem trocar a sua esposa por uma mais jovem, devolvendo-a a família por qualquer motivo que dessa causa. Outro motivo era alguma contaminação. Esqueceram de lembrar que o homem também se contamina.
Por outro lado, o mestre Jesus ensinou que até quem deseja a mulher do próximo em pensamento comete adultério. Igualmente quem se casa após separação. A doutrina cristã é que ou o homem se casa uma única vez ou não se casa. Para tanto, o casamento tem papel importantíssimo na fé. Assim, não se deve confundir o princípio espiritual do casamento, com costumes antigos. O casamento é reflexo da união divina do céu com a terra. A separação, ou divórcio aí é um mal. Isso se torna mau aos olhos do Senhor. Logo, não há divórcio. Quem se separa ou divorcia, e arruma outra consorte, está cometendo adultério. No livro cabalístico do Zohar a história de Adão e Eva e a queda se deu por adultério com as serpentes-demônio, Samael e Lilith. Se o homem não consegue ser fiel a sua esposa, como pode ser fiel a Deus? Logo o que vale é o ponto de vista espiritual sobre as núpcias da Igreja com Deus, não do homem como indivíduo. Há muitas analogias de adultério de Israel para com o Senhor na Bíblia, comprovando essa interpretação. Mas muitos reis da Bíblia tiveram mais de uma esposa, como Salomão e Davi. Teólogos da libertação já defendem o progresso nesse sentido, sendo o adultério muitas vezes necessário para se evitar um mal maior, como violência doméstica contra a mulher, dependência química do marido etc. Daí se deduz que talvez o que mais importe aí é a fidelidade espiritual e pelo menos sinceridade para terminar uma relação. Mesmo Joseph Murphy, se demonstrou a favor de sugerir o divórcio em certas uniões, porque essas não são feitas por Deus. O que não pode o homem é separar o que Deus uniu, mas nem sempre é Ele que une em muitos casamentos.
O casamento verdadeiro tem uma unidade especial, como demonstram os gnósticos. Alude Boris Mouravieff: “El casamiento pneumático asegurará el desarrollo directo de la gama anterior y hará alcanzar el Amor a los felices esposos, en relación a su Segundo Nacimiento, en la nota DO: esto será la unión por la Eternidad, em la conciencia de su Yo real en sí bipolar pero UNO para los dos, e indivisible (…) El casamiento pneurnático impone condicioncs especiales, particularinente abstinencia, la cual constituye el choque complementario necesario al franqueamiento del intervalo entre FA y MI de la gama directa. Además, los esposos están llamados a aportar una serie de esfuerzos sucesivos que, considerados globalmente, representan la promesa que se comprometen a respetar hasta el fin de los tiempos e incluso más allá. (…) El caso del adulterio único o repetido, con o sin divorcio, está representado en el esquema siguiente. El adulterio, tanto como la poligamia o la poliandria, produce unión sólo a nivel de los cuerpos”. O casamento gera uma relação especial, a nível gnóstico, e o adultério apenas gera uma relação física, a nível superficial, diferente do resultante de sacramento. Há quem considere qualquer falta de castidade como adultério (Wesley).
O amor entre os judeus era reservado ao Sábado, e a mulher tinha um papel muito importante, como se fosse a parte feminina de Deus, ou Shekinah. O casamento é metade da religião (casamento entre a terra e o céu, ou, como disse Tomé, somente os solitários entram na câmara nupcial). Se divorciar é cometer adultério, se divorciar de Deus, quando Ele mesmo une. O conhecimento bíblico (sexo) deve assim ser entendido com toda veneração, com toda fidelidade. Não há espaço para a fornicação, e, esta é o verdadeiro divórcio, crime contra o Espírito Santo. Mas a castidade é apoiada e mesmo a virgindade, em I Coríntios 7, devendo ser igualmente respeitada ao lado do casamento. Já disse Dion Fortune: “La cuestión de la virginidad tiene también su punto completo y curioso en el ocultismo. Los antiguos libros sobre la materia tienen mucho que decir sobre esos asuntos, siendo siempre la primera necesidad para muchas operaciones ocultas una virgen purísima o un muchacho, que no haya aún llegado a la pubertad. Desde el punto de vista de la ciencia espiritual sólo son vírgenes aquellos que nunca han conocido hasta entonces el deseo sexual”. Logo a respeito da virgindade também importa a pureza da alma. O Papa João Paulo II falou na ascese e controle dos instintos. O Mashiah Jesus disse que se o olho do homem é motivo de seu pecado, que este o lançasse ao fogo. Também isso é representado pela serpentes que picaram Moisés, antes do Eterno lhe ensinar um meio de vencê-las. Adulterar é então contrariar o Eterno na finalidade sagrada que este colocou na sexualidade, que é em si pura e casta. O maior adultério foi o conhecimento da árvore do bem e do mau (uso não sagrado da sexualidade) e a traição espiritual de Deus. Por fim é a dureza de coração do homem que permite o divórcio.




Fontes

I Cor. 7

João 8:1

Dt. 24 e 22:22

Mt. 19:3 ss

Mc. 10:2 ss

César Vidal Manzanares - Dicionário de Jesus e dos Evangelhos

João Paulo II – Catequeses de João Paulo II

Joseph Murphy – O poder curativo do amor

Burtner e Chiles (compiladores) – Coletânia de Teologia João Wesley

Boris Mouravieff – Gnosis: Cristianismo Esotérico

Dion Fortune – Amor y sexo segun el ocultismo

2 comentários:

  1. Dias atrás eu estava lendo A Conspiração Aquariana de Marilyn Ferguson. Concordei com muita coisa que estava ali. Até por ser descrição de uma série de fenômenos que já vem acontecendo. Mas discordo totalmente da idéia defendida pela autora de igualdade entre os sexos e a flexibilização do modelo monogâmico de família. Isto é paganismo e o que Deus uniu o homem não separe. Muito obrigado pela mensagem. Respeitosamente, CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY

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  2. Casamento devia ser um ritual de iniciação que para ser quebrado traria grande prejuízo. Mas a modernidade nem mesmo precisa de um casamento. A família mudou, mas ainda anda com a sua posse acirrada. Abraço, continue comentando.

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