Os Mistérios em Jó e a provação
“7 Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.8 Prende as águas em suas densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas.9 Encobre a face do seu trono, e sobre ele estende a sua nuvem.10 Marcou um limite circular sobre a superfície das águas, onde a luz e as trevas se confinam. 11 As colunas do céu tremem, e se espantam da sua ameaça” (Jó 26: 7-11).
Não foi certamente a troco de nada que Jó creu em Deus. A tentação de Jó foi semelhante a tentação que Jesus teve nos quarenta dias. Quarenta dias aí é um sentido simbólico ou místico. Satanás (o inimigo e deus Caldeu) é o mesmo, tanto em Jó, quanto ao tempo de Jesus. É sempre o egoísmo, o vício, a loucura e tudo o mais que afasta a humanidade de Deus. Não se trata apenas de doenças. Uma vida de prazeres pode também ser prejudicial ao espírito, quando há excesso. Outrossim, o sofrimento pode ser uma prova, uma expiação para a vida do crente. Momentos de descrença existem no humano, que se engana em ilusões, de forma a perder sua perfeição. Mas existe uma energia negativa, algo exterior ao homem – porém inferior. O mal não é, enquanto o bem é. O humano é um universo em miniatura e com fé ele pode dizer que algo aconteça a esse algo e acontece. A lição com Jó é que as coisas ruins podem acontecer para que nos aproximemos de Deus. Mas ainda há uma lição dos mistérios, de ocultismo a que Jó nos revela no Capítulo 26. Fala sobre “as águas” que que são o caos e o vazio, Tohu e Tofu dos cabalistas hebreus, que são relatados no livro do Zohar. Esse é o chamado “Caos”, que existiu antes do Deus criador, do Demiurgo. Pois o Espírito Dele pairava sobre a face dessas “águas” (a face era Ele mesmo e o reflexo a sua Mente), que são na verdade o Éter dos antigos, o que nós podemos relacionar com o Inominado antes de tudo, o chamado pelos místicos judeus de Ein Sof, Nada Infinito. Luz e trevas existem na Lua, e a referência a esse mistério é a lua, uma vez o calendário judaico um calendário lunar. Na Bíblia Católica (Ave Maria) o versículo 9 diz “Vela a face da Lua”. Os mistérios solares estão mais em Abraão, com seus doze filhos (Zodíaco, 12 letras simples etc) e com Salomão, e seu templo universal, até mesmo o tabernáculo de Moisés, além de Jesus e 12 apóstolos. Assim, com o Ein Sof surge o Logos (Cristo Cósmico) que cria todas as coisas, e como nos diz João, “e o Verbo era Deus”, isso pelas águas (batismo ou geração por Maria/Maia/Mar/águas metafísicas, ou Biná da árvore cabalística). Ademais, sem falar na serpente da eternidade, na luz astral, que também tem relação íntima com as águas, éter ou luz astral, e por isso citada no livro do Início (Bereshit em hebraico é “no início”), pois era nessas águas que o Espírito de Deus planava antes da Criação. O que se deve perceber com Jó é que a vida está cheia de lições, e, que mesmo na dificuldade não se há motivo para se afastar de Deus. Assim, não há mal sem resolução ou doença sem cura, contrariamente ao que pensa a nossa ciência. A fé de Jó o salvou de todos os males que padeceu, dando possibilidade deste viver uma nova vida (palingênese). Semelhante ao arcano da roda da fortuna, este se viu em altos e baixos, ou mais baixos que altos, mas nunca perdeu a fé em algo melhor, nunca foi vencido pelo inimigo (Shatan/barreira). Como disse um teólogo da IURD, Edson Poujeaux de Andrade “o Mal é fruto do encosto que atrapalha a sua vida, em especial a financeira, que consideram um sinal de bênção”. Mas este inimigo serviu também ao Senhor, para ver provado o homem. Semelhante a parábola dos talentos, onde foi elogiado quem os multiplicou. Foi também a vitória sobre as trevas espirituais (representadas na natureza pelo outono e inverno) e a vitória da luz do verão. Assim, o Cristo nasce no inverno (hemisfério norte), salvando todas as coisas da extinção final, revelado pela luz da estrela no céu, pelos magos do oriente e seus presentes espirituais. Nasce assim o Cristo que salvou Jó, que é todo o homem sobre prova. Semelhante ao filho pródigo, todos podem voltar ao pai e serem recebidos com festa. E Jó nos mostra também que os Mistérios atravessam toda a história e estão ainda na Bíblia.
Fontes
Edson Poujeaux de Andrade – A teologia da prosperidade
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta (vol. II)
Stanislas de Guaita – A serpente do Gênese
Simão ben Johai - Zohar
Bíblia – Jó 26: 9-11 e Gênesis 1:2
Satanás disse: "a terra está sob meu domínio, nela não quem se encontre que seja justo". Deus respondeu: "Tem sim, o meu servo Jó". Satanás retruca: "Também, né, me poupe, com tudo o que você dá a ele, não tem como lhe ser fiel. Tire dele a esposa, os filhos, os amigos, os rebanhos, a riqueza e a saúde e quero ver se ele continuará sendo tão bonzinho". E Deus permitiu que isso acontecesse. Mas Jó permaneceu firme. Mas um erro cometia Jó: ele não só sabia que era justo, mas se autoafirmava justo. E a Bíblia fala que nossa justiça própria é trapo de imundícia. Justiça próprio são nossas autojustificações. Aí, então, no final do livro, Jó se reconhece pecador. Aí ele passou por todas as provas. Deus restituiu tudo a ele multiplicado por sete. Belíssimo livro sapiencial. Muito obrigado pela mensagem, Doutor Mariano. Respeitosamente, CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
ResponderExcluirQueria saber por q jó amaldicoa seu dia de nacimento e qual dia aproximadamente foi seu nacimento ?
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