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terça-feira, 15 de julho de 2014

Detalhes em livros de Números e Deuteronômio de acordo com versões bíblicas


Detalhes em livros de Números e Deuteronômio de acordo com versões bíblicas






“E Balaão foi com Balaque, e chegaram a Quiriate-Huzote”. (Num. 22:39 – Almeida)



“E Bilam foi com Balac, e chegaram a cidade de seus mistérios” ou “na cidade de suas visões”. (idem – Bíblia Aramaico, Targum Onkelos)



“E fora da cidade medireis para o lado oriental dois mil côvados, para o lado meridional dois mil côvados, para o lado ocidental dois mil côvados, e para o lado setentrional dois mil côvados; e a cidade estará no meio”. (Números 35:5 – Almeida)



“e derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, queimareis a fogo os seus aserins, abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses e apagareis o seu nome daquele lugar”. (Deut. 12:3 – Almeida)



“e suas árvores idolatradas (Asherá)” (idem, Bíblia Hebraica)



“romper suas estátuas, e queimar seus bosques” (idem, Targum Onkelos)



“Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio” (Deut. 13:6 - Almeida)



“a mulher de tua afeição” (Bíblia Hebraica)



“a mulher de teu amor” “a mulher de teu pacto” (Bíblia Aramaico, Targum Onkelos)







Vemos na leitura de diferentes versões da Bíblia, que encontramos detalhes curiosos. As línguas têm essa limitação, e cada cultura vê algo ao seu modo. Um amigo fez pesquisa em diversas bíblias, de diferentes línguas, e percebeu grandes discrepâncias. Em especial numa Bíblia africana, onde certos termos não existem. Assim vemos mesmo nas mais originais, como nos Targuns, algo que pelo não entendimento da língua hebraica por alguns, fazia com que restasse um comentário e uma versão mais acessível, o que atualmente vemos em traduções como na “Linguagem de Hoje” e outras. Isso nos mostra também que existe uma segurança através da tradição oral, através do que restou dos comentários dos sábios e exegetas. Resta porém que se tenha a intuição de perceber o contexto e a finalidade dessa hermenêutica.

De interesse vi na passagem sobre Balaão e Balaque, onde se fala da cidade onde foram. Fato é que no normal se descreve o nome da cidade, mas nas versões de targum, percebe-se que se fala em cidade de seus mistérios, ou mesmo cidade de suas visões, o que mostra os dons de vidência de Balaão. Também se fala na cidade de seu território. Fato é que as traduções deveriam levar em conta esses detalhes, e ao menos mostrar algum comentário, não desperdiçando a experiência dessa versão Aramaica. Fato é que esses detalhes se complementam, e fazem com que possamos compreender de modo mais amplo alguma passagem da Sagrada Escritura.
 

Já numa passagem em Deuteronômio referente aos ídolos Asherás, fato é que as diferentes versões nos mostram detalhes desse culto, como a questão de árvores e bosques, o que no paganismo era comum, sendo até a própria árvore divinizada ou cultuada. Disso fica um exemplo a árvore de Odin, se assemelhando a esses ídolos. A versão aramaica assim complementa essa característica, e nos faz compreender lacunas, que apenas com comentários se podem clarear. As imagens esculpidas vão de encontro ao mandamento de não as cultuar, e não ter outros deuses. Isso também está na bíblia no que se refere a Belzebul, e mesmo nos Baals e nos “lugares altos”, que não sejam para Yahu (IHVH).
 

Também em Deuteronômio se fala em parentes ou amigos seduzirem a outros deuses, ou idolatria, se coloca detalhe especial na mulher ou esposa. A versão normal fala mulher de teu seio, mas as versões outras colocam mais romantismo na passagem. A hebraica fala em mulher de tua afeição, e a versão aramaica fala em mulher de teu pacto, ou mulher de teu amor. Mais uma vez isso demonstra comentários e detalhes que se somam, e que colocam certa ênfase no texto, encorporando alguma hermenêutica. A regra contra quem levasse a idolatria era a morte para o mesmo.

Já no livro de números de fala em 2000 côvados, referindo-se sim a subúrbio da cidade. Nesse sentido explica Maimônides diz que pela lei tem de ser de 3000 côvados para todos os lados, desde o muro da cidade até o exterior. Esses 2000 côvados seriam em verdade para os campos e vinhedos, que se medem sem os subúrbios. A medida do côvado é em torno de 45 centímetros, que é na verdade a medida da distância do cotovelo até a ponta do dedo médio. Fala-se em também dois palmos. Em Ezequiel se coloca 52 centímetros. Vale por fim que desses detalhes que compreendemos melhor as Escrituras, e que isso envolve toda uma cultura.

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