O
livro de Cânticos em aramaico e comparativos bíblicos e seu
significado
“Os
seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados
em leite, postos em engaste”. (Can. 5:12 - Almeida)
“Os
seus olhos são como o das pombas...” (idem - Bíblia Hebraica)
“Seus
olhos estão olhando constantemente em Jerusalém para fazer o bem
para ela e para abençoá-la, a partir do início do ano até o fim
do ano (como pombas que se destacam e olhar para os fluxos de água)
por causa do mérito de quem se senta no Sinédrio, ocupada com a
lei, fazendo justiça fluir suavemente como o leite, e aqueles que se
sentam na Casa de Estudo e tomar muito cuidado em juízo até que
eles determinam para absolver ou condenar”. (idem - Targum de
Cânticos dos Cânticos- Aramaico)
“pousadas
nas praias” (idem – Ave Maria)
“todos
armados de espadas, destros na guerra, cada um com a sua espada a
cinta, por causa dos temores noturnos”. (Can. 3:8 – Almeida)
“e
cada um deles tem o selo da circuncisão na sua carne, assim como a
carne de Abraão, seu pai foi selado, e eles são fortalecidos por
ele como um herói, cuja espada é cingido em sua coxa. E por esse
motivo eles não têm medo de demônios ou tons que rondam por
noite”. (idem – Targum de Cânticos dos Cânticos)
“Os
teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam
entre os lírios”. (Can. 4:5 – Almeida)
“Seus
dois redentores que estão destinados a redimi-lo, o Messias Filho de
Davi e Messias Filho de Efraim, assemelham-se a Moisés e a Arão,
filhos de Joquebede (que são comparáveis aos
dois jovens antílopes, gêmeos de uma gazela). E por seu mérito que
alimentou o povo da Casa de Israel durante quarenta anos no deserto,
o maná, ave gorda, e a água
de Miriam do poço”. (idem - Targum de Cânticos)
Vemos
da leitura da versão em aramaico de Cântico dos Cânticos, que este
talvez seja o texto mais comentado e revelador da tradição oral.
Tanto que fala em Mishna e Gemara, em um dos versículos iniciais. A
leitura de Cânticos era uma das últimas no estudo, ficando junto a
Ezequiel, e exigindo muita maturidade para a sua hermenêutica. Se o
texto for lido por um adolescente ou jovem, não raro pode ser mal
interpretado, como uma simples aventura de Salomão ou poema pagão.
Claro que o livro de Shir Hashirim
(Cânticos) revela muito mais, e não pode ser visto como mera poesia
de um homem que deseja conquistar uma dama, e nem como mero rito
matrimonial.
Vemos
que a tradução da Bíblia Hebraica já comunica o sentido do livro,
colocando entre parêntesis os termos (Israel) e (Deus), a fim de se
superar essa dificuldade hermenêutica, e não confundir um livro
Sagrado e inspirado com mero poema ou algo simplesmente belo. O livro
guarda assim uma chave de interpretação, e muitas vezes isso estava
em comentários, estes provenientes da Tradição Oral, do Mishna e
do Gemara, que aqui onde citamos o Targum (Bíblia em aramaico),
transparecem em elucidações sobre trechos, antes não
compreendidos. De destaque está o tom messiânico referente aos dois
messias (Machiach),
quando se fala nos seios em comparação aos filhotes de gazela. A
dificuldade da língua hebraica encontrou nesses targuns aramaicos
uma facilitação, e mais, trouxe consigo os comentários da Tradição
Oral.
Esse
texto era lido na Páscoa (Pessach),
e as interpretações se referem a Jeová e Israel, ou com Maria ou
entre Jesus e a Igreja. Contudo vemos que ainda participam “As
Nações”, e estas deveriam admirar a beleza de Israel.
Vemos além nesse presente Targum. Aqui há
uma interpretação além de meramente alegórica, mas adentrando na
mística. Vemos a questão da demonologia, como no Capítulo 3, e que
geralmente nas bíblias se fala meramente em temores noturnos. Fato é
que vaio muito além de um poema se referindo a Salomão e uma mulher
Sulamita, e que está no Cânon, devendo o texto ser lido mesmo com
maturidade e devida exegese.
Vemos
nessa versão em aramaico diversas analogias explicativas. Podemos
assim fazer uma relação de palavras e seu significado mais que
literal. Vemos exemplo como o dos filhos gêmeos, onde se fala em
Moisés e Arão. Contudo as referências se somam ao longo de todo o
livro. Assim vamos a elas. Onde se fala de “perfume”, na verdade
se refere aos Justos. Onde se fala na “rosa”, se refere às boas
obras. Onde se refere ao Líbano, na verdade se quer pensar no Templo
de Jerusalém. Assim também os justos são os pilares. A “romã”
é uma referência aos mandamentos, pois aquela está repleta de
sementes. A “pomba” é Israel. A “videira” são os sábios.
Já o “vinho velho” ou o “ramo de palmeira” é Abraão, e o
“cacho de uvas” é a Casa de Israel. E assim vai. Por isso o
texto exige certa maturidade e compreensão dessas analogias, uma vez
que doutro modo se pode entender apenas de modo romântico ou
sensual, o que não era a intenção. Fato é que esses símbolos
estão em mais partes das Escrituras, e que cada vez mais se pode
compreender, sem cair nos perigos de se confundir ou duvidar do texto
bíblico.
Fontes
Bíblia
– ebook versão Almeida
Bíblia
Hebraica – Editora Sepher
Bíblia
– Ave Maria
Bíblia
de Estudo Dake – editora Atos
Targum
de Cânticos dos Cânticos, em inglês, tradução de Jay C Trate
PARABÉNS PELO TEXTO BÍBLICO, MAIS UM QUE LEIO E ME ENCANTO COM A SUA SABEDORIA EM DESCREVER COM DESENVOLTURA SUAS OBRAS BÍBLICA.
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