Óleo
de Samuel, sangue de Abigail, o Senhor desenhista e sete profetizas
“Então
Samuel tomou o vaso de azeite e ungiu-o no meio de seus irmãos, e
desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de
Davi.” 1 Sam 16:13 (versão João Ferreira de Almeida)
“tomou
o chifre de azeite e o ungiu no meio de seus irmãos, e o espírito
do Eterno repousou sobre Davi daquele dia em diante” (idem, Bíblia
Hebraica)
“tomou
o corno de óleo (…) o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi”
(idem, versão Ave Maria)
“tomou
o chifre de óleo (…) e o espírito de Jeová começou a tornar-se
ativo em Davi” (idem, versão Testemunha de Jeová)
“E
bendito seja o teu conselho, e benditas seja tu, que me impediste de
derramar sangues e de vingar-me hoje pela minha própria mão!”
(1 Sam 25:33 – detalhe em Talmud)
“Sucedeu
que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte”
(1 Sam 25:20 - João Ferreira)
“encosta
do monte” (idem, Bíblia Hebraica)
“por
um caminho secreto da montanha” (idem, versão Ave maria)
“parte
oculta da montanha” (Talmud)
“descendo
o monte às escondidas” (Testemunhas de Jeová)
Mais
uma vez vamos refletir sobre as diversas versões da Bíblia, de
diferentes grupos e entendimentos. Também trazemos aqui uma reflexão
sobre a profetiza Abigail, que é umas das 7 profetizas do Antigo
Testamento, e que na sua passagem pela montanha a fim de impedir Davi
de derramamento de sangue, mostra uma simbologia que apenas no Talmud
parece se revelar. Também uma passagem sobre o Senhor parece revelar
pelo hebraico o ato de desenhista, Dele em relação as criaturas.
Abigail não escondia-se nas montanhas, mas escondia algo nela mesma,
em seu corpo. Fato é que cada dia vemos mais o quanto é maravilhoso
o Texto Sagrado que temos em mãos.
Samuel
ungiu Davi com o espírito (Santo), e assim o sopro estava com esse
último. Davi ainda teria sido ungido pelos homens de Judá e de
Israel. Fato é que ao se ler as diferentes versões da Bíblia, se
percebe os detalhes de tradução, de modo a refletir mais a fundo.
Percebe-se que se ao traduzir chifre, ou não falar desse corno, ou
em se falar de vaso, muda sobremaneira a simbologia. Porque se isso
se referia ao reinado, sendo o vaso mais frágil, o reinado tende a
não durar, e sendo pelo chifre, o reinado se torna duradouro. E
sobre esse Espírito, fato é que parece antecipar o Messias, que
significa Ungido, ou Cristo, e assim revelar mais da missão dos
homens justos de Deus. Não fica muito claro pelas traduções, se
isso se deu por uma possessão, por uma inspiração, uma voz, mas o
termo “apoderou”parece se repetir. Apesar que a Bíblia Hebraica
fala repousou, o que se torna mais sutil e tranquilizador, diferente
de estar talvez cheio de Espírito Santo, como depois se vê em
pentecostes. Logo em 1 Samuel 2:1 se lê: “o meu chifre está
exaltado no Senhor”, e não “o meu jarro está exaltado no
Senhor”. No geral aqui também se traduz meramente como “poder”,
o que leva a perder esse contexto.
E
nas passagens que se referem ao Senhor como “rocha”, acaba por
semelhança de termos em hebraico (tsur) se falar em desenhista
(tsaiar), de tal modo que podemos pensar no Criador como tal. Assim
se diz no Talmud (Megulá Nikrét 14A): Mas o Santo, bendito é Ele,
desenha uma figura dentro de outra figura e a dota de alento, alma,
partes internas e intestino”. Assim se percebe a gestação da
mulher, e ao mesmo tempo a criação ideal de um homem como Adão,
feito a partir do barro, como um golem ou boneco. Já tratei do
assunto ao comentar o livro Gênesis, em minha obra Bíblia e
Misticismo, onde Deus teria antes criado na cabeça, em ideais, para
depois materializar a Criação. Assim teria sido um desenhista,
apesar de Seus desenhos, diferentes dos nossos, ganharem vida.
Já
no caso de Abigail e de seu caminho oculto na montanha, para se
evitar derramamento de sangue é uma referência ao seu estado Nidá,
ou seja, a menstruação. Nesse estado, um sacerdote deve analisar o
sangue, o que era prática, para ver se estava dentro de uma das 5
tonalidades. Em estado de Nidá, ela ficaria proibida de ter relações
com o marido. E assim ele não poderia, pela Lei, julgar isso a
noite, assim como não poderia julgar sobre uma pena capital
(derramamento de sangue). Para tanto, a melhor tradução do capitulo
25, versículo 33, de primeiro Samuel, seria “sangues”, no
plural, uma vez que se refere a duas formas de sangue, de acordo com
Talmud. No mais ela não parece ter se escondido, como sugere outra
tradução, e nem se preocupado com sombras das montanhas, mas ela
ocultava nela mesma, em seu íntimo, esse segredo. E se tornou
bendita. Uma das sete profetizas, ou seja: Sara, Miriam, Débora,
Chaná, Ester e Chuledá.
Belo texto bíblico.
ResponderExcluirCaro Mariano, as suas análises em muito nos auxiliam na reflexão sobre os atos e fatos descritos no Livro Sagrado Hebreu, o Pentateuco. Forte Abraço. Ingo Rusch Alandt
ResponderExcluir