“Não
adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o
teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás
a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu
boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”. (Ex.
20:14-17)
“Aos
juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao governador do teu
povo”. (Ex. 22:28)
“Não
é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome?”
(Prov. 6:30)
“Eu
vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por
causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que
casar com a repudiada também comete adultério.]” (Mat. 19:9)
Recentemente
eu lia São Tomás de Aquino e achei um volume do livro sobre a
gravidade dos pecados, comparando a Bíblia e diversas fontes, como
teólogos e filósofos. Nesse curiosamente vi um a respeito do
adultério, ou da traição de casamento, e assim descobri algo
curioso a respeito da gravidade do pecado ou crime: que o adultério
é mais grave que o roubo. O nosso Código Penal também tinha artigo
para a punição até anos atrás, mas acabou que pelo desuso foi
revogado em 2005, em seu artigo 240. Mas isso me fez pensar na
sociedade que quer massacrar políticos corruptos, que tenta linchar
um ladrão de galinhas na rua e que ao mesmo tempo esquece do seu
pecado, muitas vezes tido até por piadas e justificativas com a
pseudomodernidade. Até onde a história evoluiu e estamos certos em
condenar e em não ser condenados?
Na
Bíblia temos já em livro de Êxodo e mesmo em Levítico as regras
de punição e regulação de um comportamento que evite esse
adultério. Nos dez mandamentos, em capítulo 20, temos o “Não
adulterarás” e para “não cobiçar a mulher do próximo”. Há
inclusive a pena de morte para adultério. Até menos do que o crime
de roubo, que hoje é tão combatido, haja vista apego com bens
materiais, e em vídeos da internet há até linchamento de ladrões.
A pena no artigo do código penal era de 15 dias eté seis meses de
detenção, o que na prática acabaria em penas alternativas, como
cesta básica e serviço a comunidade. Haja vaga para se cumprir a
pena, se o artigo do código ainda valesse. Vemos com as piadas das
novelas, a naturalidade que se trai nos dias atuais. Com
relacionamentos e casamentos descartáveis, cada vez mais as pessoas
traem como se estivessem comendo pastel ou um lanche em lanchonete.
Pensam que tem tanta gente fazendo coisa mais grave, e que elas
cuidam da vida delas, e ninguém tem nada com isso. O poder e o
dinheiro fala as vezes mais alto que a honra e o caráter,
tristemente. E isso que era prática de homens, acabou passando a ser
também das mulheres.
Disse
assim São Tomás: “o adultério é mais grave pecado que o furto,
conforme a Escritura: Não é grande culpa quando alguém furtar.
Porém o que é adúltero perderá a sua alma por causa da loucura de
seu coração”. Ele fez uma referência ao livro de Provérbios da
Bíblia, no capítulo 6, versículo 30. E também disse: “o
adultério é mais grave que o furto, por nos ser mais cara a esposa
do que qualquer coisa possuída”. De certo modo, nesse trecho o
pensador católico comparava os pecados carnais e os espirituais. Mas
vale a nossa reflexão, uma vez que se pune hoje tanto ladrões e
mesmo o presidente da república, e se brinca com as próprias
infidelidades. Curioso comparar a modernidade, jeitinho brasileiro e
mesmo o que diz a Bíblia em certa parte, onde se coloca como eternos
os preceitos de Deus. Jesus punia ainda mais, ele achava adultério o
segundo casamento e até a cobiça da mulher de outro. Mas as novelas
e a moda mudou os costumes e cada um segue a sua felicidade. Também
se torna um erro amaldiçoar presidente, com o ensinou a Bíblia:
“não amaldiçoarás o principal do teu povo” (Êxodo 22:28)
Por
isso tudo vemos que jogar pedras é mais do que cômodo para o povo,
mas que há um equívoco em se achar determinados pecados ou crimes
como não mais existentes. Também que a modernidade justifica erros,
e leva a muita confusão e a discursos de verdadeiras falácias. Mas
há sempre a modificação dos costumes e uma visão contextual da
lei. Vale que se repense a conduta e aprenda a perdoar, e a seguir o
exemplo de Cristo. E que também se pense até onde se está fazendo
adultério com Deus, quando de procura justificativas. Em outra
sociedade a mesma pessoa que pratica a traição seria condenada
severamente, como o furto por aqui.
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