De
modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se
é profecia, seja ela segundo a medida da fé. (Rom. 12:6)
Então
disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta,
eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei
com ele. (Num. 12:6)
quando
ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é
mentiroso, e pai da mentira. (João 8:44)
Então
respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes
fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia vou ler ao
rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação. (Dan. 5:17)
Recentemente
presenciamos igrejas enfeitadas com símbolos referentes ao Espírito
Santo e a Pentecostes. Há em muitas igrejas também a manifestação
do Espírito Santo, pelo que se chama de dons, e assim vemos dentre
eles o de falar línguas e da profecia. Por mais misterioso e
sensacional que possa parecer, há por outro lado certas
manifestações suspeitas, e muitas vezes se abusa de fenômenos,
como certas obsessões, colocando nas mesmas o dom de falar línguas,
quando na verdade não há utilidade para a igreja o fenômeno,
quando apenas serve para promover ou estimular pagamento de dízimos,
ou atribuindo milagres em exagero. Mas a profecia
verdadeira se liga a Deus.
Uma
questão interessante na teologia colocada por Tomás de Aquino, em
Suma Teológica, é se os profetas veem a essência de Deus. Assim se
atribui aos profetas o conhecimento divino. Mas pelo contrário diz
que o conhecimento profético é diverso do conhecimento perfeito. E
fala ainda que os profetas não veem a essência divina, mas o fazem
por certas comparações. Mas bem falo que pelo Espírito Santo o dom
da profecia mostra ao homem o que excede a capacidade da natureza
humana.
Há
aqui de se distinguir a profecia do dom das línguas, a ele inferior.
Paulo não via muitas vezes com um valor superior esse dom de falar
línguas, uma vez que poderia haver abusos e exibicionismos. Certo é
que o dom de falar línguas é inferior a caridade, ou ao amor, a que
Nosso Senhor Jesus Cristo tanto falava, e que mesmo Paulo disse, que
poderia falar a língua dos anjos, mas sem amor (ou caridade), nada
seria. O dom de falar línguas deve ser feito através de um
intérprete, e de preferência com reserva, e para apenas com Deus, e
não em plateia. Por motivo de que a igreja não deve ser um circo, e
Paulo evitava muitos abusos.
A
profecia surge por meio muitas vezes de uma visão, como o caso de
Jeremias com a panela fervente. Também pode vir em sonhos, como em
Daniel, José e tantos outros. Dizem que em Moisés venho na
realidade, e não através de sonhos, segundo comentários de sábios
judeus. Fato é que essas visões nem sempre podem estar na
realidade, ou em milagres, mas mesmo assim serem verdadeiras e uma
mensagem do Senhor. Por outro lado há certas profecias feitas pelos
demônios ou mesmo animais, ou por falsos profetas, e assim mesmo
sendo falsas, são ainda na escritura chamadas de profecia. Isso se
vê com os Baal, ou mesmo em Jezabel, Balaão etc. Mas Deus pode se
usar dos maus para serviço dos bons. E assim disse Tomás que os
profetas dos demônios às vezes falam a verdade. E muito importante,
como disse Daniel, é a interpretação. Pois muitas profecias são
simbólicas, e não podemos esquecer daquilo que temos em passagens
como Ezequiel, Isaías, no próprio livro de Daniel ou Apocalipse. E
Tomás ousa ao dizer que mesmo as verdades anunciadas pelos demônios
procedem do Espírito Santo (Questão 172, art. 6).
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