Pescadores
de homens, ver o som no Êxodo, a palha do fogo sem fim, não ser
justificado por obras, e Samael, segundo a cabala cristã
“Ora, todo o povo
presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o
monte a fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de
longe”. (Ex. 20:18)
“E Jesus, andando ao
longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos - Simão, chamado Pedro,
e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram
pescadores. Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens.”. (Mat. 4:18-19)
“A sua pá ele tem na
mão para limpar bem a sua eira, e recolher o trigo ao seu celeiro;
mas queimará a palha em fogo inextinguível”. (Lc 3:17)
“sabendo, contudo,
que o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé
em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos
justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por
obras da lei nenhuma carne será justificada”. (Gl 2:16)
“Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz
a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mat. 7:21).
“Então ordenou-lhe
Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás”. (Mat. 4:11)
Hoje
trataremos de interpretações diferenciadas de passagens da Bíblia,
baseadas numa visão mística. Assim o que parece a referência de
“pescadores de homens” aos apóstolos, na verdade se referia a
algo maior, ao se aprender com a cabala e com o nome divino de Senhor
dos Exércitos, ou Elohim Tzavaot,
em especial com as letras hebraicas que formam esse nome. Também
trataremos aqui de um milagre
onde as pessoas viram sons, no referido no Êxodo 20:18, bem como de
referências as klipot
onde Yeshua
(Jesus) falou em relação a trigo e o celeiro, em Lucas 3:17. Também
falaremos de uma dimensão
cabalística referente a Satanás, como o Samael descrito em tradição
oral e no livro de Zohar. Também ao tikkune
da alma referente a porta estreita, e na redenção nossa que ademais
é a redenção do mundo.
Quando
pensamos em pescadores, e melhor, em pescadores de homens em sentido
bíblico, no sentido de mera evangelização, e que acabaria por
isso, na disseminação do evangelho ou boa nova, das obras e ensinos
de Nosso Senhor Yeshua
(Jesus). Sim, é isso também, mas é mais. Existe um sentido oculto
nessa questão de pescar, e ele se encontra na letra hebraica Tzaddi,
e no nome divino Elohim Tzavaot,
ou o Senhor dos Exércitos. Essa letra Tzaddi
como é sabido significa anzol. Assim, se explica o porquê de
pescadores serem importantes para a obra divina, pois existe um
significado espiritual ou cabalístico nisso. No nome Tzavaot
ainda tem uma letra Tau,
que é a cruz. Há quem já tenha usado uma cruz em forma de tau no
pescoço, no caso um cristão. E Cristo também é simbolizado pelo
peixe, Ichtos. Então
essa descrição em Mateus 4:18 é mais ampla do que uma mera escolha
ao acaso de pescadores para serem discípulos escolhidos, ou
talmidim. Mas o nome
divino ainda revela uma letras bet, aleph e
vau, mostrando assim um caminho de unção de
Cristo, ou de casa, espírito e conexão.
Já
o significado de Gálatas 2:16 não é apenas a questão de se
justificar pela fé, ou ver apenas na graça a resolução de tudo,
mas conforme Tau Malachi: “O significado é este: o corpo e a
consciência superficial estão sujeitos a lei e não podem se livrar
da lei. O Nefesh e o Ruach
estão atados a matriz do karma porque são o produto do karma, mas o
Neshamah e o eu interior e
superior (ser de Cristo) não estão sujeitos a lei” (2008, p.
181). Para tanto, isso se
diferencia de quem comete erros, continua em ações erradas e ainda
usa uma desculpa de perdão de Cristo, sem mudar sua natureza e estar
de acordo com esse eu superior e em Cristo, pois continua pecando.
Então, a lei não justifica os corpos superiores de Cristo, mas os
inferiores estão sujeitos a lei sim, como vemos no exemplo mais
simples: o pecado grave pode levar à cadeia, e a
liberdade não ocorre por simples arrependimento.
Nas
passagens de Mateus citadas acima, vale ressaltar que as mesmas se
referem a verdadeira iluminação, e o contraste dessa ou oposição
a Satanás (Egoísmo), que faria com que não se conhecesse o Cristo,
pois se pratica a iniquidade, ou de tentações desse ego, como
poderes do mundo e coisas que o mesmo se afeta, não se dissolvendo.
Uma vez se trabalhando o ego, se pode assim receber a iluminação de
Cristo e entrar pela porta estreita, ou acelerar a evolução
espiritual, em tikkune, numa
subida de consciências espiritual. Isso também tem o mesmo
significado de subir a montanha. Um caminho para a vida, que é de
Yeshua
(Cristo). E Satanás também é descrito como adversário, que é o
Samael ou anjo da morte descristo pelos sábios e pelo Zohar.
Já
em Lucas 3:17 muitos talvez pensem em condenar seus irmãos, por atos
que estes tenham feito, e os enviar para o fogo de inferno. Mas a
passagem se refere aos klipot,
que estão ligados aos pecados e a alma animal (ietzer
hará), que
são as cascas que ocultam a luz do Criador, ou suas emanações, as
Sefirot. E essa é a palha que queima, pois essa é a sua natureza.
Mas o homem possui ainda a alma divina, e assim o justo não precisa
se preocupar com inferno. E em Deuteronômio 20:18 se fala que as
pessoas viram as coisas, ou viram os sons, onde se operou dessa forma
um milagre em que os sentidos tomaram funções não aparentemente
naturais, num estado de consciência alterado. Isso se refere a uma
ordem de anjos chamada Hashmalim,
onde a palavra hashmal
significa silêncio falante, e esse termo aparece em Ezequiel. Essa
voz também é a voz “ouvida” em sonhos. Por
fim o justo tem sua devoção de kavanah
e ainda tikkune
da alma, acelerando
seu karma e entrando
pela porta estreita.
Fontes
MALACHI,
Tau. Cristo
Cósmico:
a cabala do cristianismo gnóstico. São Paulo: Pensamento, 2008.
Santa Bíblia. Edição ebook de Microsoft Reader. Versão João Ferreira de Almeida.
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