SOBRE
OS CACHORRINHOS, PÃO, MIGALHAS E MULHER CANANEIA, DE ACORDO COM A
CABALA
“Levantando-se dali,
foi para as regiões de Tiro e Sidom. E entrando numa casa, não
queria que ninguém o soubesse, mas não pode ocultar-se; porque
logo, certa mulher, cuja filha estava possessa de um espírito
imundo, ouvindo falar dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés; (ora, a
mulher era grega, de origem siro-fenícia) e rogava-lhe que
expulsasse de sua filha o demônio. Respondeu-lhes Jesus: Deixa que
primeiro se fartem os filhos; porque não é bom tomar o pão dos
filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. (Marcos 7:24-27)
“Ora, partindo Jesus
dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom. E eis que uma
mulher cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo:
Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está
horrivelmente endemoninhada. Contudo ele não lhe respondeu palavra.
Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo:
Despede-a, porque vem clamando atrás de nós. Respondeu-lhes ele:
Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então
veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele, porém,
respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos”. (Mat. 15:21-26)
Nos
dias atuais cada vez as pessoas procuram uma roupa ideológica ou
religiosa para vestir, ou mesmo certo nacionalismo ou regionalismo.
Geram assim divisões e divisões, e uma verdadeira Babilônia de
confusão. Por outro lado, esquecem do sentido mais profundo dos
textos sagrados, defendendo por outro lado o seu ego ou meu inferior.
Esse sistema controvertido que seguem nada mais é do que Yeshua
chamou de “cachorrinhos”, para os quais é mais difícil buscar a
presença do Cristo. Por isso de se chamar a porção pequena de luz
que recebem de “migalhas”. Isso se referia muito aos chamados
pagãos e demais povos, “nações”, que também recebem a luz,
mas um pouco menos diretamente ou intensamente que dos filhos de
Israel, ou daqueles que “vão e veem” o Criador. Também se
refere a que na cabala se chama de exclusivo desejo de receber.
Então,
o fato tratado é o de filha endemoninhada de mulher cananeia que
procura o rav Yeshua, operando o milagre da expulsão do
espírito. A mulher representa então a força emocional que é usada
casualmente, e a filha é símbolo do produto desse uso mal feito da
emoção. O alimento espiritual superior não serve para funções
inferiores, estas representadas pelos cães. Também se pode pensar
nesses cães como os eus inferiores ou egos, que mostram o yetzer
hará, ou a alma animal, lugar das klipot, ou demônios. O
messias purificou essa natureza emocional e curou os seus resultados.
Também o pão significaria um ensino mais profundo aos discípulos,
ou mesmo a uma eucaristia, e a mulher não estava iniciada nesse
nível, sendo essa a representação das migalhas.
De
certo modo o desejo de receber ou o egoísmo ligado aos desejos mais
básicos um dia darão lugar a desejos espirituais de um desejo de
doar, ou com a finalidade de doar. Assim o egoísmo ou cão dará
lugar a um pão, que representa o corpo de Cristo ou Novo Adão, Adam
HaRishon, onde somos todos como um. E passamos de um nível de
Malkut, para zeir ampim e finalmente chegaremos ao nível de
Biná, em se lembrando as esferas da árvore da vida cabalística.
Esse Biná nada mais que significa que Éden ou paraíso, ou o Reino
dos Céus. E assim vemos o Rosto de Deus, no Cristo que vive em nós,
interno e eterno, para essa união mística, bodas alquímicas entre
o eu inferior, que são os cachorrinhos, com o pão do céu, maná da
eucaristia de Cristo, e com o eu superior, para assim comungarmos
dessa ceia santa. E somos livres dos demônios ou klipot e
assim comungamos como os justos, não mais estando sujeitos a yetzer
hará (alma animal) dos cachorrinhos de nossos eus inferiores e
personas que afastam a legítima espiritualidade. Por fim, poderemos
amar ao próximo. E não mais existirá religiosidade que separa as
pessoas, e nem nações, mas todos estão unidos em um só propósito,
que é a espiritualidade.
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