Dos
pecados da sedição, do escândalo, sobre a mulher do poço e a Suma
Teológica
“Porque
temo que, quando chegar, não vos ache quais eu vos quero, e que eu
seja achado por vós qual não me quereis; que de algum modo haja
contendas, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos,
tumultos” (II Cor 12:20)
“Bom
é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que
teu irmão tropece”. (Rom. 14:21)
“Ai
do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham;
mas ai do homem por quem o tropeço vier!”(Mat. 18:7)
“Disse-lhe
Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. Respondeu a mulher: Não
tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido;
isso disseste com verdade”.(João 4:16-18)
Lendo
a Suma Teológica, percebi em seu quinto volume, comentários sobre
os pecados. Assim me veio uma passagem interessante sobre a sedição,
e algumas sobre o escândalo, que hoje vemos tão presentes em nossa
sociedade, em nome de uma pseudo-justiça ou pseudo-liberdade. Também
me veio na leitura de obra de um padre catarinense, Jorge Tadeu
Hermes, que a mulher samaritana citada em João, acaba por ver no
relacionamento com Yehoshua
(Jesus) algo que realmente satisfaz, em compensação aos seus
antigos 5 maridos.
Na
Suma Teológica se coloca os argumentos favoráveis e os contrários.
Assim Tomás revela a tradição oral da igreja, bem como saberes da
razão, como aquele que veio de Aristóteles, da filosofia grega.
Trata dos pecados, e, me veio a leitura de dois em questão, da
sedição e do escândalo. Essa sedição se parece muito com a rixa,
como o que aqui citei da Carta aos Coríntios. Sedição é o tumulto
preparatório a luta, Diz Isidoro que “sedioso é o que provoca a
dissenção das almas e gera a discórdia”. Esta difere do cisma.
Pode até ser, como foram alguma heresias, mas nem por isso leva a
tal. Mas claro que se pode se opor a injustiça e a ditadura. Mas
sedição em si é um grande pecado, como já assevera Paulo. Tal
prejudica o trabalho espiritual.
Já
o pecado do escândalo é o que vemos na fama, na moda atual de
querer praticar um modelo de rebeldia, como pseudo-virtude e falsos
valores. Vimos tantos e tantos na arte, que por fim faleceram em
drogas ou tragédias. Para tanto, se leva o irmão a um tropeço ou
queda espiritual. Não se trata de mero espanto contra algo, mas algo
hipócrita que se opõe a própria espiritualidade. Isso ocorrendo
por certo egoismo, e em objetos ou vantagens, como na alimentação,
citada da Carta aos Romanos. E como ensina Mateus, ai do homem que
leva o outro a tropeço. Se trata de um ato ou palavra contra a Lei
de Deus. Vemos aqui a importância da Torá e da Tradição. E há o
escândalo ativo e o passivo. Esse o que se escandaliza, o ativo o
que escandaliza. Mas o justo (tsadik)
pode parecer escândalo aos outros, e mesmo Pedro pelo que disse
Yehoshua lhe servia de
escândalo. Gregório disse que se fosse escandalizar com a verdade,
seria melhor que abandoná-la. Também se fala de a Igreja não
cobrar dízimo de lugares onde não de costume pagar, para evitar
escândalo.
Já
quando vemos a mulher samaritana do poço a que Yehoshua
se revela como messias, percebemos de sua busca de bens do mundo,
como dos seus cinco maridos e muitas tentativas de relacionamento,
mas sem buscar o Noivo que é Cristo, e sem encontrar aquela água
que sacia a sede espiritual. Vemos na atualidade uma série de
relacionamentos e buscas em redes sociais, mas com isso as pessoas
ainda não satisfeitas. Com a chegada co Cristo interno no coração
da samaritana, ela consegue achar finalmente um “marido”
verdadeiro, e não meramente aquele da carne. Pois com essa
consciência messiânica ela vai até o Pai Celestial, e desse modo
encontra aquela água que é ao mesmo tempo luz, como ensinam sábios
hassídicos e o Bahir. Os muitos esposos não são muito em
comparação aquele que traz a Verdade e a Vida.
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