Sobre
livro de Provérbios e termos cabalísticos, de acordo com livro de
Tanya
“Meu é o conselho, e
a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza”.
(Prov. 8:14)
“ (…), eu sou a
Biná, a Guevurá é Minha” idem, em comentário ao Tanya
“Fazer justiça e
julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe
sacrifício”. (Prov. 21:3)
“Hashem prefere
tsedacá e justiça em lugar de sacrifícios” idem, em Tanya
“Quando disseste:
Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: teu rosto, Senhor,
buscarei”. (Sal. 27:8)
Sempre
que vemos se citar textos como o de Provérbios, cujo nome em
hebraico é Mishlê, percebemos a limitação da tradução, que por
termos com o entendimento, fortaleza etc, não se refere a
grandiosidade a que se refere, ou melhor, não se percebe que ali
estariam os discernimentos ou atributos, as sefirot, ou esferas. Já
um cabalista veria facilmente, em comparação a partes mais
enigmáticas do texto, os termos como referentes a esses atributos.
Aqui trouxe o texto cabalístico do Tanya, para nos clarear a esse
respeito, no que se refere a dois versículos dos Provérbios e ainda
sobre o ponto no coração, doutrina cabalística que constitua um
início a descoberta e busca do Criador. Em
especial entre duas colunas, ou duas esferas, que acabam gerando um
equilíbrio na árvore da vida, ou seja, entre Guevurá e Chessed,
bem como em respeito a Biná. Também o termo tsadaká voltou mais
uma vez a nos fazer refletir sobre o papel do justo.
Até
o presente momento histórico vimos um desenvolvimento do ego, e isso
fez com as pessoas inventassem competições, que buscassem família,
trabalho, dinheiro, e mil coisas para agradar o ego. O instinto no
passado falava alto e o mundo era verdadeira ocultação, ocultava o
Criador. Passado esse momento, entendemos que o mundo é uma unidade,
e veio a globalização, seja de navegações, comercial, tecnológica
etc, e assim entendemos ser necessário buscarmos
a conexão. Amar assim o próximo como a si mesmo se torna condição
para que retornemos ao Criador, ao modo de Adam haRishom, onde
todos somos como um. Assim despertamos o ponto no
coração, e vimos a face do Criador, conforme Salmo 27:8. Isso nos
levará novamente ao Eden, que significa o mundo de Atzilut, lá onde
se encontra Biná. Segundo o Tanya, Biná apareceria lá em Provérbio
8:14, não se referindo as nossas qualidades, no caso a entendimento,
mas sim a do Criador, sem comparação, a não ser a linguagem dos
ramnos, usada na Bíblia para se referir ao mundo espiritual, apenas
usando termos de nossa linguagem para que compreendamos o sistema do
Criador, BORE. A pnimiut
do coração é o ponto mais íntimo, a profundeza do coração, que
transcende as categorias de compreensão do homem. Por isso que está
justamente quando se pergunta para onde vai, de onde veio e etc. como
disse Rab Laitman: “A menor Reshimô no menor Kli quebrado é
chamada “o ponto no coração”. Isto é o que a pessoa sente como
um desejo pela espiritualidade quando é despertada do Alto. Estas
Reshimot se vestem em certas pessoas em nosso mundo e não lhes dão
descanso, até que elas os corrijam com uma Massach e lhes preencham
com Luz”. Kli significa vaso ou recipiente. Massach é a tela, que
faz com que rechace a luz e possamos doar um pouco do que recebemos
de luz.
Sobre
Guevurá, ou o poder, ali
descrito com a palavra fortaleza, em muito se refere a severidade do
Criador, e parece se revelar em macot, nos golpes que ocorrem em
nossa vida, e mesmo pela natureza. E como está em comentário ao
Tanya, o poder da Torá está
relacionado a Torá Oral, pois com relação a Torá escrita, esta
esta deriva da esfera o sefira Chochmá,
da direita do Universo, já a Torá Oral estaria derivada da esfera
Biná, que está a esquerda, juntamente com Guevurá. Mas
então o Criador está em ambos os lados, e se disse Biná e que a
Guevurá é Sua. Desde modo, “não há nada além Dele”, como se
ensina na cabalá, e se engana quem acha que alguém pode se opor a
Deus. Mas a justiça do Criador é vista por
alguns como algo ruim, mas é justamente essa negatividade que leva a
Deus, e assim as pessoas caminham para o melhor. Mas
há aqueles intermediários, que têm sua busca do Criador, mesmo que
ainda não justos, e se chamam Beinoni. Já o justo, o Tsadik se
refere a retidão do Provérbio 21:3, e não a qualquer retidão.
Isso exige a conexão e adesão ao Criador, que são características
do justo. Mas há quem pouco diferencie o beinoni do tsadik, e Tanya
parece por vezes mesclar os que são fiéis ao Criador. São
esses os detalhes profundos que a Torá nos revela, e muito mais.
Fontes
Likutei
Amarin Tanya, volume 6, de Zalman de Liadi,
comentado por Yosef Wineberg, editora Beith Lubavith
Santa
Bíblia, versão ebook de João Ferreira de
Almeida, de Microsoft Reader
Cabala
para Estudante, de Michael Laitman, Laitman
Kabbalah Publishers
�������� Parabéns por mais um belo texto. Vale ressaltar que não é o sacrifício que agrada ao Senhor. Importante meditar não somente no 21:3, mas nesse provérbio como todo.
ResponderExcluirobrigado querida.
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