Sobre
a veneração de imagens, Trindade, anjos antes do mundo, pecado na
alma, pena após a morte e corpo espiritual em Agostinho de Hipona e
cabala
“E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança” (Gên. 1:26)
“Não
farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima
no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não
te encurvarás diante delas, nem as servirás” (Ex. 20:4-5)
“Naquela
mesma noite, disse o Senhor a Gidão: Toma um dos bois de teu pai, a
saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é
de teu pai, e corta a asera que está ao pé dele”. (Juizes 6:25)
“Farás
também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório” (Êxo. 15:18)
A
tradição cristã em muito se diferenciou da judaica, apesar de sua
origem judaica. Parece que inseriu alguma mística no judaísmo, e
assim interpretou a Torá ou a Lei de modo ousado, mas não foi
contra a Lei e nem tirou a responsabilidade. Antes colocou
responsabilidade, com a doutrina do inferno e purgatório, e ainda
com a relevância que trouxe ao Filho, ou messias (Machiah), e ao
Espírito Santo (Hayot ha Kodesh), que parece antes estarem mais em
uma tradição oral. O meso se diga da concepção Tri-Una de Deus,
chamada de Trindade, mas que ainda reconhece apenas um só Deus. Isso
sem falar na veneração de imagens, mais como símbolos de fé, bem
diferente da idolatria pagã, que colocava o ídolo como Deus.
Ademais, o próprio IHVH (Deus) ordenou fazer querubins na arca da
aliança, uma serpente no posto a Moisés e mais. Não sendo assim
qualquer imagem que se referem os Dez Mandamentos, pois se o fosse
não poderíamos ter fotografias. Ademais, a arqueologia bíblica
descobriu gravuras e imagens construídas por cristãos primitivos,
como um carneiro e peixes.
Lendo
a Cidade de Deus de Agostinho de Hipona, percebemos essa tradição
que nos foi herdada. Assim fala: “Nós, os cristãos, não cremos
em Pedro, mas n'Aquele em quem Pedro acreditou; sendo deste modo que
somos edificados pelas palavras de Pedro anunciadoras do Cristo"
(A Cidade de Deus 8,54). e “A cidade celeste, ao contrário,
conhece um só Deus, único a quem se deve o culto e a servidão, em
grego chamada 'latreia' (adoração), e pensa com piedade fiel
não ser devido senão a Deus” (A Cidade de Deus 19,17). A questão
se concentra na noção de veneração, que é diferente da adoração.
Veneramos uma imagem que leva até Deus, não a imagem em si. Senão
cultuaríamos a arca da aliança, a arca de Noé e outras obras que
Deus mandou fazer, e que ousamos reproduzir em “imagens”.
Yehoshua (Jesus) na cruz se tornou o maior símbolo desse
aspecto. Idolatria é ter um culto contrário a Deus, o que nas
Escrituras se refere aos Baals, Asheras etc.
Sobre
a Trindade, temos apenas a lembrança da importância do Machiach
(Jesus) e do Espírito Santo, em trabalho junto a Elohim (Deus). Deus
continua sendo único Deus. O Espírito Santo é o espírito do Pai e
do Filho, segundo Agostinho. Isso explica o termo plural usado em
Gênesis. A divisão trina está assim em imagem e semelhança no
homem, pelo seu corpo triplo (nephesh, neshamá e ruach), bem como em
sua anatomia (cabeça, tronco e membros). Isso ainda respeita a lei
mística do triângulo, e nos leva a pensar no Grande Rosto a que se
refere a kabalah, ou as três primeiras sephirot (Kether, Hokmá e
Biná). Isso não faz de Deus mais que um, pois são emanações, e
senão acusaríamos os cabalistas judeus de politeístas, o que não
são.
Sobre
os anjos anteriores ao mundo, fato é que provavelmente trabalharam e
auxiliaram Elohim. Os anjo certamente já estavam antes com En
Sof, esse aspecto ainda não compreendido ou
oculto de Deus. Mas os mesmos anjos não são coeternos, e assim não
devem ser cultuados nos lugar do Senhor. Sobre o pecado, muito se
fala na tentação da carne. Mas o autor de Cidade de Deus se refere
que o pecado vem da alma, o que talvez possamos entender no livre
arbítrio e na razão humana. Seria muito fácil mesmo culpar a
carne, e fugir de responsabilidades. Para isso há as penas após a
morte, como no inferno (ou Gehena), e assim sofrendo o que ele chama
de penas purgatórias. Mas nem todos que as passam sofrerão após
Juízo Final. Claro que na ressurreição há uma nova natureza, o
que passa a ser referido como corpo espiritual, apesar de Jesus ter
se alimentado junto a seguidores (talmudim) após sua ressurreição.
Fato é que Jesus poderia ter se materializado, como já comentamos.
Mas esse corpo espiritual não sofrerá o mesmo que o carnal (atual),
como prometido em livro do Apocalipse. Paulo já sabia, e comentava
em suas cartas.
ficou cheio de misticismo, apesar de tentar tirar isso, ficou mistico demais
ResponderExcluirConcordo. Vou me policiar. Mas essa a proposta do site. valeu e volte sempre
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